Usuários da linha Guanabara afirmam que só há um único ônibus disponível
Apenas a linha 494 está circulando com um veículo, segundo moradores. Linha 487, intitulada de Guanabara-Felipe Patroni, não roda mais
Moradoras do bairro da Guanabara afirmam que a linha de ônibus da região é quase inexistente. De acordo com denúncias feitas pelos moradores Jorge Mateus e Claudia Figueiredo, o final da linha, localizado na rua do fio, não apresenta veículos entre os períodos da tarde e à noite.
Durante a pandemia de covid 19, a frota foi reduzida. Mesmo com a volta da população para a rotina diária de trabalho, a linha não têm veículos para atendê-los. "Hoje, praticamente a frota está extinta, há apenas um ônibus da linha Guanabara que sai às 6h30 e depois disso não retorna", afirmou Claudia.
"Apenas um ônibus atende a comunidade, realizando apenas três viagens por dia, pela parte da manhã. Nos períodos da tarde e à noite, os moradores precisam pegar outra linha de ônibus para descer na BR e ir andando até o bairro", explicou Jorge.
Por causa da falta de ônibus da linha Guanabara, os moradores ficam com medo de correr riscos ao caminhar pela rua principal, devido o ambiente ser soturno e perigoso. "Costumo ir de moto-táxi ou caminhar até a BR. Meu irmão já foi assaltado ao caminhar de casa até a BR, levaram sua mochila", disse Claudia Figueiredo.
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No período da manhã, de acordo com o denunciante Jorge Mateus, havia uma dupla assaltando os usuários de ônibus que saem para trabalhar no horário das cinco horas."Nessa hora não tem mais ônibus para o bairro, o último já foi recolhido, eu estou voltando para casa e terei que pegar qualquer um que vá pela BR e descer na entrada rua do fio pra ir andando pra casa", explicou.
Para Claudia, os gastos são maiores, pois, além de pagar os dois reais em meia passagem de ônibus, precisa gastar quatro reais com a opção de moto-táxi para chegar em sua residência. "Imagino que seja muito mais difícil para quem paga uma passagem inteira. Além do caso de precisar me locomover para lugares mais distantes, vem a necessidade de chamar um veículo por aplicativo, já que ônibus a tarde e fim de semanas não existe", afirmou Figueiredo.
Outra problemática é que não há linhas que passam pelo novo perímetro da avenida João Paulo II que facilitaria mais o acesso da comunidade ao bairro. "Também há um problema persistente da linha Pedreira - Lomas B que atende uma parte do bairro da Guanabara. Nessas áreas que o veículo atende, a comunidade está tendo problema em decorrência ao horário, atraso, e ,às vezes, a falta de ônibus", disse Mateus.
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário da capital (Setransbel) disse que neste ano de 2022, o número de usuários caiu para 12 milhões, diferente do público que utilizava os transportes em 1998, no qual a média era de 24 milhões.
"O incentivo ao uso do transporte individual levou um grande volume de passageiros a deixar de utilizar o transporte coletivo, assim como o uso do transporte clandestino e por aplicativo que também reduzem a quantidade de usuários no transporte público. Sendo assim, o resultado é a redução proporcional da frota de ônibus", afirmou o Sindicato.
Com relação às linhas informadas na reportagem, o sindicato dará uma resposta posteriormente, com os devidos esclarecimentos.
A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) informou que emitiu ordem de serviço para linha metropolitana com a devida anuência da Prefeitura de Ananindeua. "A fiscalização de linha metropolitana dentro de cada município deve ser feita pelo respectivo órgão gestor de transporte. Como a linha é metropolitana e circula em Belém, a partir do momento em que o veículo cruza o limite da capital, cabe então à Semob fiscalizar.", explicou Semob.
Em nota, a Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito de Ananindeua (Semutran) informou que notificou a empresa de ônibus para reestabelecer o número de viagens previstas na ordem de serviço. "A Semutran vai enviar nesta segunda-feira (5) a equipe de fiscalização in loco para levantar efetivamente o problema. Se for constatada a redução de viagens a empresa será penalizada com multa", comunicou.
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(Vitória Reimão, estagiária sob supervisão de Eduardo Laviano)
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