Usuários denunciam falta de equipamentos e remédios nas UPAs de Ananindeua
Pacientes afirmam sofrer com o desabastecimento e estrutura precária nas unidades Cidade Nova, Icuí, Distrito Industrial e Marighella
Pacientes que precisam do serviço das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Ananindeua denunicam a falta de remédios e equipamentos de saúde em quatro unidades, sendo elas Cidade Nova, Icuí, Distrito Industrial e Marighella.
Segundo denúncias enviadas à Redação Integrada de O Liberal por meio do Eu Repórter, as UPAs têm sofrido com o desabastecimento de medicamentos, problemas estruturais - como respiradores quebrados e salas vermelhas sem monitores - além da equipe de enfermagem reduzida, resultando na sobrecarga de trabalho.
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Na UPA do Distrito Industrial, as denúncias apontam que médicos passaram a levar de casa comprimidos para alívio de dor, a fim de amenizar o quadro de quem necessita do remédio, já que as prateleiras das farmácias estariam sem esses medicamentos, antibióticos e até soro.
"Estamos tendo que liberar o paciente com receita para casa, às vezes, ainda com dor, sendo que são pessoas bem humildes que geralmente nem tem como comprar os remédios", diz um médico de uma das unidades que preferiu não se identificar.
Além dos problemas citados, as agressões verbais que os funcionários sofrem vindo de pacientes que se sentem lesados e indignados com a falta de estrutura e desabastecimento são comuns na rotina de quem trabalha nas unidades.
Outro relato, também de um médico plantonista, diz que o sistema de urgência só trabalha com um tipo de antialérgico, a Prometazina, e que esse medicamento está em falta nas unidades.
"Se uma pessoa chegar com uma alergia muito intensa aqui, eu não tenho o que fazer, assim como se chegar com uma lesão de pele ou infecção de garganta grave".
Sobre as questões estruturais, pacientes e funcionários relatam que as unidades estão sem material de sutura, sem alguns equipamentos para realização de exames e até sem condições básicas, como água mineral, além de goteiras que molham os pisos sempre que chove.
"Os técnicos aqui fazem coleta toda semana para comprar garrafão de água para que a gente possa beber. Tem unidade que tem três goteiras dentro de um só consultório, e isso há muitos meses. Não é algo que surgiu agora", completa.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua (Sesau) informou que não há falta de medicamentos nas UPAs do município, pois todas são abastecidas semanalmente.
Sobre as estruturas, a secretaria diz que todas as Unidades de Saúde do município de Ananindeua serão requalificadas, que foram entregues 29 Unidades de Saúde, inclusive as Unidades de Pronto Atendimento, e que segue reformando mais 16 unidades. "A Sesau reforça que está trabalhando para, até o final da gestão, reformar todas as unidades de saúde do município".
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(Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Mariana Azevedo)
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