Batalha de rap no Marex foi abordada de forma abusiva, segundo denúncias; PM diz que vai apurar caso
Polícia Militar diz que não encontrou entorpecentes no local e que irá apurar se houve agressão por parte de agentes. Denunciante afirma que batalhas de hip hop nas periferias de Belém sofrem com marginalização
A equipe do Eu Repórter recebeu denúncias sobre uma abordagem policial que teria sido abusiva contra o movimento cultural "Batalha do Marex", que ocorre na praça Dom Miranda de Vias Boas, no bairro do Marex, em Belém.
As batalhas de rimas são comuns nas periferias de Belém. Segundo informações anônimas, o evento foi interrompido pela Polícia Militar em torno das 20h, na última terça-feira (25).
Os integrantes alegam que a polícia quebrou equipamentos dos artistas e ameaçou participantes.
De acordo com a denúncia anônima, a abordagem feita pela polícia foi abusiva e não foram encontradas armas ou drogas no local. O denunciante também relata que não houve desacato por parte de nenhum artista.
"Infelizmente as pessoas que são de periferia estão acostumadas com esse tipo de tratamento", lamentou a denunciante.
A Polícia Militar informou, em nota, que por volta das 19h45, da última terça-feira (25), foi acionada para atender uma denúncia de moradores acerca do consumo de entorpecentes. A PM foi até o local e realizou abordagens no grupo, mas nada foi encontrado.
"A PM reitera que vai apurar as denúncias e que não compactua com desvios de conduta por parte dos seus agentes", comunicou a Polícia Militar.
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As denúncias informam que equipamentos foram quebrados, bem com dois aparelhos de celulares de dois integrantes da Batalha do Marex. Um dos membros teria levado um tapa na cara.
"Foi um batalhão de viaturas, nos chamaram de bandidos e chutaram a caixa de som como se fosse lixo. Quem estava lá, sabe do pânico que passamos. De todos os enquadro que já tomei, em quatro anos de batalha de hip hop, isso que aconteceu foi o mais cabuloso. Vamos atrás dos nossos direitos. Nós estamos ali tentando promover um evento que leva cultura, inclusive faz um resgate social, porém estamos o tempo todo sendo marginalizados dessa forma", disse o auto da denúncia anônima, que por enquanto não registrou Boletim de Ocorrência por medo.
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(Vitória Reimão, estagiária sob supervisão de Eduardo Laviano)
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