Em Icoaraci, terreno abandonado tem focos de dengue e está atraindo ratos
Moradores do entorno vivem há dois anos preocupados com os problemas
Há pelo menos dois anos, um terreno em aparente situação de abandono, localizado na travessa São Roque, entre as ruas Coronel Juvêncio Sarmento e Santa Isabel, no bairro do Cruzeiro, Distrito de Icoaraci, está causando preocupação aos moradores que vivem no entorno. Há grande quantidade de mato no local e isso tem contribuído para a presença de ratos e mosquitos da dengue.
A auxiliar de cobrança Jamilly Farias, de 33 anos, conta que mora há cinco anos ao lado do terreno, onde funcionava um pequeno negócio de torneiro mecânico. Segundo ela, a área recebia limpezas e manutenções constantes, mas foi colocado à venda e, desde então, aparenta ter sido "esquecido" pelo novo proprietário, que ninguém da vizinhança sabe quem é.
A aflição, segundo a leitora, se dá por conta de animais que estão sendo atraídos para o local por conta do mato alto e de resíduos domésticos que estariam sendo jogados na área, que exala mau cheiro. Ela conta que rato, urubu, pombo, vespas e mosquitos passaram a invadir as residências próximas, como a casa dela.
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"O vizinho do lado, outro dia, contou que ratos estavam entrando na casa dele. Aqui em casa, as 'cabas' entram e a gente tem medo de que elas possam vir a ferroar a gente, principalmente por ter uma bebê de apenas sete meses de vida em casa", diz Jamilly, ao relatar que o maior medo é que a filha leve alguma ferroada ou contraia dengue, por conta dos focos do Aedes Aegypti (mosquito da dengue) que existem no espaço.
A denunciante também conta que no terreno há uma estrutura construída que se assemelha a um banheiro. Por ter o muro da casa baixo, a moradora, assim como outros que residem na área, teme que assaltantes e usuários de drogas façam do local um esconderijo. "Como mostra no vídeo, os muros dos arredores são baixos então a gente fica com receio de que entrem em nossas casas", afirma.
Ainda com base no relato, todas essas problemáticas fazem com que ela precise ficar com as portas e janelas trancadas para amenizar o problema do odor e das invasões de animais. "Meu marido precisa cortar os galhos que crescem aqui para a nossa casa, mas não é justo que nós tenhamos que realizar a limpeza do terreno alheio. Essa responsabilidade é do dono. Só queremos que ele venha limpar o terreno", desabafa.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informa que vizinhos de imóveis abandonados podem "solicitar uma visita da equipe de endemias da Sesma para fazer uma pesquisa larvária e verificar possíveis focos do mosquito que transmite as arboviroses (dengue, zika e chikungunya) nesses espaços".
Mas a Sesma reforça que "para a equipe adentrar ao espaço precisa da autorização prévia do proprietário do imóvel. A Sesma informa, ainda, que disponibiliza o e-mail combateadengue@sesma.pmb.gov.br, que funciona como um serviço de informações, denúncia e notificação de casos sugestivos de agravos transmitidos pelo Aedes Aegypti", diz o texto.
Sobre a questão de supostos criminosos na área, a Guarda Municipal de Belém (GMB) realiza diariamente rondas, por meio de viaturas e motocicletas nos bairros da capital, com foco em prédios sob a responsabilidade do Município e não privados.
"A população pode colaborar com o serviço fazendo denúncias de roubo, furto e depredação do patrimônio público, por meio do canal 153. A partir da ligação, uma viatura será encaminhada até o local", pois, segundo a nota, a GMB esclareceu que atua em espaços privados apenas quando tem ocorrência solicitada pelo proprietário.
O projeto Eu Repórter é uma iniciativa do Grupo Liberal, que busca reforçar a proximidade com os leitores e internautas, incentivando ainda mais o jornalismo colaborativo. Para participar das reportagens e conteúdos, compartilhando histórias, denúncias e sugestões de matérias com a redação de O Liberal, basta acessar o site eureporter.grupoliberal.com ou enviar suas informações para o Whatsapp (91) 98565-7449, onde será iniciada uma conversa diretamente com repórteres da redação. A denúncia pode ser feita de forma anônima.
(Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Camila Moreira, chefe de reportagem de O Liberal)
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