Alta tecnologia garante produção sustentável de produtos madeireiros na Amazônia

Indústrias paraenses promovem inovação e conservação ambiental no setor madeireiro

Fabrício Queiroz
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É difícil imaginar uma rotina de vida em que não fazem parte os produtos madeireiros. Mesas, cadeiras, talheres, móveis de cozinhas, ferramentas e outros objetos são parcial ou totalmente compostos de madeiras extraídas, processadas e fabricadas pelo setor produtivo florestal fundamentadas em tecnologia e inovação.

A base de todo o processo é o manejo florestal sustentável, uma técnica de administração de forma organizada e planejada dos recursos florestais, baseada em conhecimento científico. “No manejo, não há remoção da floresta, você retira somente 5, 6 espécimes por hectare – área do tamanho de um campo de futebol - e só voltará novamente a essa área mais quando o ciclo de regeneração natural dela se completar, cerca de 25 a 35 anos depois. Isso gera emprego e renda, preserva da floresta e garante indefinidamente uma matéria-prima extremamente necessária para a vida humana”, explica Eduardo Leão, presidente da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Pará (Aimex).

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Por conta disso, o manejo florestal sustentável é considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um dos mecanismos capazes de contribuir para o cumprimento das 17 metas globais da Agenda 2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Entre as vantagens dessa alternativa de produção estão a geração de emprego e renda, a oferta de produtos de madeira para a humanidade de forma perene e a garantia da renovação contínua da floresta.

“O manejo é um conjunto de técnicas fundamentadas em muito estudo, muita pesquisa por trás. Há uma ideia de que uma empresa madeireira entra em uma floresta e sai derrubando tudo, indiscriminadamente, mas é exatamente o contrário. As empresas que atuam no segmento de base florestal são as maiores interessadas em que as florestas estejam ali para sempre, sendo conservadas e continuem economicamente viáveis”, destaca o diretor técnico da Aimex, Deryck Martins, pontuando que todas as indústrias associadas à Associação adotam o manejo florestal em seus processos produtivos.

image Indústrias madeireiras adotam mecanismos que garantem a rastreabilidade dos produtos produzidos no estado do Pará (Sidney Oliveira / O Liberal)

Outro mecanismo que demonstra o compromisso do setor madeireiro de base florestal paraense com a inovação e a manutenção da floresta em pé é chamada cadeia de custódia. Essa tecnologia permite rastrear, localizar e atestar a origem legal da madeira envolvida na produção de cadeiras, mesas, portas, pisos e outros objetos presentes em casas do mundo todo. “Hoje, em poucos passos, é possível por meio de um código de barra, por exemplo, localizar exatamente de onde uma madeira saiu dentro da floresta”, esclarece Eduardo Leão.

Além disso, a Aimex lançou recentemente um projeto denominado Verificação de Transparência de Origem (VTO), em que as empresas emitem um certificado que comprova que o produto tem origem legal e sustentável. Essa análise será feita por uma certificadora independente a cada remessa de madeira destinada à exportação.

O VTO trata-se de uma iniciativa voluntária das indústrias que se soma a todas as exigências legais já obedecidas pelas industrias madeireiras, ou seja, é um mecanismo a mais para comprovar a legalidade e que agrega valor aos produtos produzidos na Amazônia. Para Eduardo Leão, a sociedade deve desempenhar um papel de aliada do mercado, pois “na medida em que passa a exigir a origem, a procedência dos produtos, ela incentiva a produção legal e sustentável, além de reduzir espaço e mercado para produtos de origem duvidosa ou ilegal”.

Para saber mais sobre essa e outras contribuições da Aimex para o desenvolvimento sustentável no Pará, clique aqui.

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