Remo: Ricardo Catalá cita exigências caso fique no Leão e diz ter conversado com dois candidatos
Técnico Ricardo Catalá terminou a temporada 2023 em alta no Remo e é um dos nomes fortes para que permaneça em 2024, porém, o treinador aguarda o término da eleição azulina para decidir seu futuro
Em meio a uma eleição, o Remo vive momentos de definição também no futebol, mesmo com o departamento esportivo parado. O técnico Ricardo Catalá, que terminou a Série C comandando o Leão Azul, concedeu entrevista ao jornalista do Grupo Liberal, Abner Luiz, e afirmou que o Remo sai atrás de vários clubes no planejamento para 2024 e que será difícil a montagem do elenco, já que, muitos atletas já possuem pré-contratos assinados com outras equipes.
Assista trecho da entrevista com Ricardo Catalá:
Ricardo Catalá está de férias, aproveitando a família, mas também atendo ao mercado. O treinador segue estudando e pensando em um futuro no Remo. Para ele a rotina do futebol é desgastante e tenta ao máximo passar esse período com filhas e esposa.
“Férias boas, estou conseguindo curtir a família, aproveitar o desenvolvimento das minhas filhas, observando elas fazendo tarefas do dia adia, que o às vezes o futebol não permite por conta a da distância e pelo número de horas que você precisa se dedicar ao clube. Para mim, tem sido muito positivo, estudar também bastante coisas, para poder tentar trazer algumas coisas novas e melhores para o trabalho do ano que vem”, disse.
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Conversas com candidatos
O técnico Ricardo Catalá afirmou que já possui bases salarias acertadas com a atual gestão e, informou que foi procurado por Jader Gardeline. O treinador explicou os motivos de ter feito um pré-acordo por já conhecer os membros da atual gestão no Remo, mas que pediu compreensão a Jader Gardeline e que aguarda a finalização da eleição para decidir qual rumo tomar na carreira.
“Na verdade, uns dias após o final da nossa participação na Série C, me procurou um candidato chamado Jader [Gardeline], se apresentando e mencionando que gostaria de conversar comigo a respeito do projeto esportivo para o ano que vem. Expliquei para ele que não faria isso com nenhum outro candidato, até por uma questão de respeito ao clube e ao processo eleitoral, pedi a compreensão dele naquele momento para isso. Ele se mostrou bastante solicito e compreensivo. Obviamente que as pessoas com quem eu convivi no Remo, são as pessoas que fazem parte da atual gestão, pois ainda não aconteceu a eleição e que são candidatos ao pleito como chapa da situação. Com eles tenho mais contato em função de coisas que temos que solucionar em relação à parte financeira de coisas que ficaram pendentes e ficamos fazendo os ajustes normais, que sempre tem e com eles acabei falando mais. Eles [a atual gestão] conhecem as nossas ideias, pois convivemos quase quatro meses juntos, sabem o que eu penso. Financeiramente quando saí, já deixei praticamente encaminhado um acordo que, praticamente nem mexe no que já existia. Qualquer outra pessoa teria aproveitado para se valorizar e arrancar dinheiro do clube e o meu objetivo não é esse, o meu objetivo é vencer e presentear os torcedores com um bom futebol e bons resultados”, falou.
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Exigências para a temporada 2024
Em meio ao processo eleitoral, Ricardo Catalá deixou claro algumas condições de trabalho para 2024, caso permaneça no clube. Catalá quer autonomia em algumas áreas do clube, principalmente na montagem do elenco, logística de viagens além das escolhas de comissão técnica e funcionários que estarão ao seu lado diariamente no clube.
“As minhas condições foram colocadas antes de eu sair, para quem fosse organizar o próximo passo do clube soubessem. Eu quero autonomia na montagem [do elenco], saber quem estará comigo diariamente, quero liberdade nas questões das logísticas, pois as nossas logísticas de viagem muitas vezes não atenderam tudo aquilo que precisa. Sei que a malha aérea não é excepcional, mas dá para fazer melhor. Quero ter a liberdade da confecção na comissão técnica e quais as funções cada pessoa terá, pois quando você chega nas condições em que chegamos, com o clube na última posição na tabela, com zero pontos, você precisa atacar no que é emergencial, que é ‘apagar incêndios’. Quero delinear um projeto que entregue um bom futebol, vitórias e o principal objetivo que é o acesso à Série B e o torcedor merece isso. Meu vinculo é mais com a chapa do Tonhão por conhece-los, não tenho nada contra os outros [candidatos], nunca falei com eles e obviamente quando você não conhece, não se sabe o que esperar, inclusive terá peso na minha decisão”, comentou.
O Remo sai atrás de outros clubes
Para o técnico, o Remo está atrasado no planejamento para 2024. A procura por jogadores no mercado do futebol está intensa e alertou, que o Leão Azul terá muitas dificuldades para recrutar jogadores de qualidade por conta do empecilho de não poder contratar sem antes ter um novo presidente eleito.
“Penso que, independente de quem ganhar as eleições, partirá atrasado. Tenho conversado com muitos treinadores e atletas vários já possuem pré-contratos assinados com outros clubes para o ano que vem. Então o Remo vai sair muito atrás na montagem [do elenco], terá dificuldade de recrutar jogador de qualidade, pois os melhores já estão resolvendo a vida para 2024 e vamos precisar fazer uma força-tarefa. E no meu caso, como treinador, não conhecer a nova direção, não conhecer o modus operandi desse dia a dia de novas pessoas, eu preciso dar um passo de lado com quem eles já tenham afinidade e construído ideias. Agora não é hora de pensar no Catalá, Abner, Chico ou no Mané, agora é hora de penar no clube, então por esse motivo, prefiro então dar um passo para o lado no caso de vitória do Tonhão, fica tudo mais fácil, conheço todos eles, já expliquei minhas condições e sei que vai andar nas minhas condições e aí as coisas funcionam. Na verdade é isso, o único que me procurou, além da chapa com quem tenho mais contato, foi o Jader, mas não avançamos nas ideias e entendo que eles procurem alguém que tenha afinidade com eles para que as ideias sejam cada vez mais aceleradas e assertivas”, falou.
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Pode não ficar no Leão
Assim como as propostas para jogadores já estão rolando visando 2024, Catalá também recebeu algumas, mas informou que nenhuma delas fez a sua cabeça. Para o técnico, mesmo não estando no Remo atualmente, uma eleição nesse período é prejudicial no planejamento da equipe de olho em 2024 e que, corre o risco de assumir outro clube caso alguma proposta tentadora apareça.
“O risco sempre existe [de aceitar propostas de outros clubes], pois eu não posso assinar um contrato com o clube pois o estatuto impossibilita que sejam feitos contratos além do mandato que acaba em novembro. Até quando falamos de um acordo financeiro, falamos em caso de não vitória dessa chapa, uma indenização, pois é isso, eu já recebi propostas, mas é que nenhuma delas me seduziu, mas pode chegar alguma coisa que seduza e aí eu teria que conversar com as pessoas, mas meu grande objetivo e desejo é o treinador chegar, ter condição de desenvolver um projeto com a sua ideia e poder entregar resultados. Fiz isso em todos os clubes que fui, e apesar de ter um carinho enorme pelo Remo, pela torcida e de como fui tratado e recebido em Belém, eu gostaria de ainda entregar um final feliz, seria bacana”, finalizou.
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