Remo: Muriqui revela bastidores, cita técnicos e questiona conversa que teve com as organizadas
Muriqui pretende jogar mais uma temporada e ficará em Belém até novembro. O atacante falou sobre vestiário, cobranças e frustrações no elenco
O Remo mais uma vez fracassou na principal competição na temporada. O Leão foi eliminado da Série C com uma rodada de antecedência e terá que amargar mais um ano na competição nacional. A equipe de O Liberal conversou com o atacante, que aguarda a rescisão contratual com o clube paraense.
Referência do Remo na temporada 2023, o experiente atacante de 37 anos, falou um pouco dessa temporada vestindo a camisa do Remo. O jogador falou sobre o ambiente no vestiário azulino e resumiu como foi o Leão na temporada. Para o atacante, o Remo teve duas fases e a eliminação na Série C oi algo que não passava pela cabeça do elenco, porém, a queda de rendimento foi o principal fator do fracasso em campo.
“Se a gente pegar o primeiro recorte da temporada, dos primeiros 4 ou 5 meses, eles foram bons. Fomos bem no estadual, avançamos na Copa do Brasil e perdemos para o Corinthians depois de um grande jogo em Belém. No jogo de volta, levamos um gol faltando 4 minutos para o fim e perdemos nos pênaltis. Já no segundo recorte, tivemos uma queda brusca e não conseguimos voltar ao mesmo nível. Em relação a minha produção individual foi mediana. Acho que poderia ter feito mais gols, jogado mais jogos e eu caí de rendimento no final, junto com o resto. Infelizmente não conseguimos a classificação e fica um gosto amargo, porque tínhamos condições de passar”, disse.
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Sequência ruim
Muriqui foi categórico ao afirmar que as quatro primeiras rodadas da Série C foram cruciais para a eliminação. O jogador comentou sobre o vestiário, o ambiente do grupo, que, segundo o presidente Fábio Bentes, informou que o a folha salarial girava em torno de R$1 milhão.
“Posso te garantir que problema de vestiário não teve. Quando tivemos uma queda de rendimento, muita gente citou possíveis aumentos de salário meu, do Ícaro e do Pablo, mas isso é mentira. O que teve foi uma queda de rendimento, de jogadores importantes que não mantiveram o ritmo. Futebol é muito difícil de analisar, nem sempre o melhor ganha e o pior perde. O que atrapalhou a gente foram os primeiros quatro jogos da Série C, que a gente sequer pontuou. Quando você larga de um campeonato curto, que nos quatro primeiros jogos você nem pontua, não há mais margem de erro. Não conseguimos emendar uma sequência de 4 ou 5 vitórias e, por isso, não conseguimos classificar”, falou.
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Conversa com membros de torcidas organizadas
A pressão no Remo por resultados é algo grande, porém, a atitude da diretoria do Remo em colocar os membros das torcidas organizadas, dentro do clube para uma conversa, não caiu bem entre os jogadores. Muriqui revelou que a situação nunca tinha ocorrido com ele na carreira e que ficou um clima bastante desconfortável com os pedidos da diretoria.
“Foi a primeira vez que aquilo aconteceu comigo. Eu respeito o que o torcedor fala, acho que ele tem direito de falar o que quiser. Ele paga o ingresso e pode fazer qualquer coisa no estádio, desde que não chegue às vias de fato. Mas, para mim, o fato deles irem no treinamento para xingar a gente, não existe. Tivemos uma conversa normal, mas se disser que aquilo não me incomodou, vou estar mentindo. Eu não vou ao trabalho de ninguém cobrar desempenho. Infelizmente ocorreu aquela situação, membros da diretoria pediram, mas é algo que não é normal. Se você perguntar para qualquer pessoa que estava lá, ninguém se sentiu confortável. Mas aquilo faz parte do passado e não dá para mudar”, comentou.
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Treinadores
O jogador também comentou em relação as trocas de treinadores nessa temporada. O planejamento inicial foi feito por Marcelo Cabo, que comandou o Leão até às quatro primeiras partidas da Série C, porém, com as quatro derrotas seguidas do Remo na competição, o treinador deu lugar a Ricardo Catalá, que assumiu o clube durante o Brasileiro e terminou a Série C. Para Muriqui, as trocas de comando sempre são complexas e, afirmou que as quatro derrotas iniciais deixaram o Remo sem “margem de erro” e foram cruciais para que o clube não conseguisse a classificação.
“A relação com os treinadores sempre foi boa, nunca tivemos problemas com eles. Sempre respeitamos todos. O que muda é que cada treinador tem a sua filosofia. Quando você muda o comando é difícil, porque tem que assimilar um novo trabalho. Tentamos fazer isso o mais rápido possível com o Catalá e acho que conseguimos, mas tínhamos pouca margem de erro no campeonato. É difícil falar que se o Catalá chegasse mais cedo ajudaria a gente a se classificar. Ninguém imaginou que a ótima campanha no início de ano do Cabo fosse sofrer quatro derrotas seguidas na Série C. No início do ano, todos apontavam a gente como favoritos ao acesso. Futebol é complicado por isso. Não posso dizer que o Catalá não conseguiria reverter o quadro se chegasse mais cedo, mas não posso dizer que se o Cabo tivesse continuado nós daríamos a volta por cima”, finaliza.
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