Último ato de Hélio dos Anjos no Paysandu é marcado por críticas à dirigentes e imprensa; confira
Na coletiva de imprensa realizada antes da demissão, treinador atacou veículos da mídia local e o ex-executivo Ari Barros.
A última ação de Hélio dos Anjos como treinador do Paysandu foi marcada por um tom de confronto. Após a derrota para o Amazonas-AM, antes mesmo da demissão ser formalizada, o técnico utilizou a coletiva de imprensa para expor o que, segundo ele, seria uma "contaminação moral" dentro do clube. Os principais alvos de suas críticas foram a imprensa paraense e o ex-executivo de futebol do clube, Ari Barros.
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Ari Barros desempenhou um papel central na crise que assola o Paysandu nesta temporada. Meses atrás, ele e Hélio entraram em conflito, o que levou o treinador a emitir um ultimato à diretoria: ou Ari seria demitido, ou ele deixaria o comando da equipe. Naquele momento, a diretoria optou por manter o técnico, mas os resultados em campo não acompanharam essa escolha.
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A passagem de Hélio dos Anjos pelo Paysandu terminou com uma sequência negativa de nove jogos sem vitórias. O time, que chegou a figurar na parte superior da tabela, despencou e agora luta para se manter fora da zona de rebaixamento. Para Hélio, o motivo da queda de rendimento é claro: o ambiente ruim deixado por Ari Barros.
"Eu não mudo uma vírgula do que estou fazendo no Paysandu. Eu não sou maior do que o clube, mas enquanto eu estiver aqui, o departamento de futebol terá comando. Aqui não é lugar para preguiçoso, nem para quem faz coisas antiéticas", afirmou o técnico. Ele também acusou Ari de tentar forçar sua saída da Curuzu. "Na véspera do jogo contra o Brusque, ele [Ari] estava em Florianópolis jantando com seu analista e discutindo a minha situação com um empresário de treinador. Só que eles foram tão imprudentes que fizeram isso a 400 metros da minha casa", revelou.
Imprensa sob ataque
Hélio dos Anjos também apontou a imprensa paraense como cúmplice da crise no clube, alegando que Ari Barros utilizava os veículos de comunicação locais para se autopromover. Segundo o treinador, a imprensa teria servido como plataforma de elogios ao ex-executivo de futebol.
"Eu não deveria nem alimentar mais essa questão, mas tenho o direito. Não gosto de quem usa a imprensa para se autoelogiar e tem amiguinhos no meio. Não é sobre me criticar, essa não é a questão", argumentou Hélio.
As críticas à imprensa se intensificaram quando o treinador confrontou diretamente o repórter Bruno Amâncio, da TV Liberal, insinuando que ele teria ligações com Ari Barros. "Você sabe o que eu disse a você, que não ia responder em qualquer entrevista. Você sabe os motivos. Preste atenção no que você tem feito no blog pessoal", alertou Hélio.
Arrogância e autoconfiança
Durante a coletiva, Hélio dos Anjos repetiu várias vezes que "nada é maior que o Paysandu", mas suas declarações muitas vezes pareciam destoar da realidade. O treinador demonstrou ignorar os maus resultados obtidos pela equipe, preferindo exaltar o próprio trabalho.
"Eu detesto ser chamado de burro, porque não sou. Não sou o mais inteligente do mundo, mas tenho a inteligência natural de quem sabe comandar", disse em um dos momentos da coletiva. Em outro, Hélio afirmou não temer a demissão, argumentando que sua trajetória de sucesso o levaria de volta aos clubes por onde já passou. "Já fui demitido do mesmo clube cinco vezes, fui contratado seis e ganhei nove títulos", comentou.
No final da coletiva, Hélio sugeriu que sua permanência no Paysandu era quase um ato de gratidão, revelando que outros clubes estariam dispostos a pagar sua multa rescisória, mas ele optou por continuar. "Muitas vezes pensam que estou aqui por causa da multa. Outros clubes quiseram pagar, mas eu decidi ficar, e não me arrependo. A vida é feita de decisões, e eu escolhi essa", concluiu o técnico.
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