Torcedora do Paysandu luta contra doença rara e recebe homenagem de Matheus Nogueira

Mãe da torcedora detalha com exclusividade a história e a vida de Sarah Oliveria para o jornal O Liberal

Pedro Garcia

Viralizou nas redes sociais um vídeo emocionante que mostra o encontro entre o goleiro do PaysanduMatheus Nogueira, e a torcedora Sarah Oliveira, de 18 anos, portadora de neurofibromatose — uma doença incurável caracterizada pelo surgimento de tumores no corpo. Nas imagens, é possível ver a interação carinhosa entre o arqueiro e a bicolor, seguida da entrega de um presente especial por parte do jogador.

“Eu vi tua defesa ontem [referindo-se a um lance entre Paysandu e CRB]. Tu fazes o impossível! Já sabe? No Re-PA!”, disse Sarah. Em retribuição, Matheus entregou uma camisa oficial do time paraense e falou sobre a emoção do encontro: “Paixão como a sua move o Paysandu. A gente vai estar em oração por você".

Saúde fragilizada

Procurada pelo Núcleo de Esportes de O Liberal, Vanessa Oliveira, mãe de Sarah, compartilhou um pouco da história da filha e falou sobre o amor dela pelo Paysandu. Vanessa explicou que, até os 15 anos, Sarah era uma adolescente saudável, mas os sintomas da doença começaram a surgir de forma repentina.

“Eu estava levando ela para a escola quando ela perdeu o equilíbrio. Achei aquilo estranho e chamei o pai dela. Marcamos uma consulta com o neurologista, que pediu uma ressonância. No exame, foi constatado que ela tinha um tumor na cabeça. Na época, o médico disse que ele tinha o tamanho de um limão. Fomos para a cirurgia, mas, quando abriram, o tumor era bem maior do que imaginávamos. Ela ficou com algumas sequelas do lado esquerdo e também teve um pouco de dificuldade nas mãos, mas continuou andando”, relatou Vanessa.

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Diante da falta de evolução na recuperação da filha, Vanessa precisou deixar o emprego para dedicar-se integralmente aos cuidados dela. Após uma viagem, Sarah perdeu ainda mais a mobilidade das pernas. Foi então que veio o diagnóstico de neurofibromatose, uma condição genética que provoca o crescimento de tumores benignos ao longo dos nervos do corpo.

“Em 2023, eu larguei meu emprego porque percebi que ela não evoluía, não melhorava. Nós viajamos para o Marajó, e eu a levei para tomar banho de praia. Com muita dificuldade, ela conseguiu entrar na água, mas, depois disso, começou a não conseguir mais andar direito. Voltamos ao neurologista, que pediu novos exames. Descobrimos que ela tinha tumores na lombar, dorsal e cervical. Ela precisava operar novamente”, contou Vanessa.

A mãe se emocionou ao relatar o difícil processo pós-cirúrgico enfrentado pela filha. “Ela tirou primeiro o tumor da cervical, que era extramedular, localizado entre [as vértebras] C2 e C7. Depois, retiraram o tumor da dorsal, que já estava dentro da medula. Para isso, precisaram cortar a medula dela. O médico disse que talvez ela nunca mais sentisse as pernas, mas, surpreendendo a todos, ela ainda consegue mexê-las”, disse.

Vanessa também destacou as dificuldades financeiras para manter o tratamento de Sarah, o que impactou sua recuperação. “Ela chegou a ficar em pé, mas, por falta de recursos para pagar fisioterapia, regrediu um pouco. Não conseguiu mais ficar em pé, mas ainda mexe as pernas, mesmo após o corte da medula”, afirmou.

Amor pelo Paysandu 

A “Payxão” de Sarah pelo Papão da Curuzu é geracional, segundo a mãe da torcedora. Vanessa conta que o amor da filha pelo Paysandu começou com ela, que também é torcedora do clube.

image "Ela é a pessoa mais forte que você já conheceu na vida. Sempre tem um sorriso lindo para oferecer a quem precisa", disse a mãe de Sarah (Foto: Thiago Gomes / O Liberal)

“A paixão dela pelo Paysandu começou por mim, porque eu também torço [pelo Paysandu], mas passei a amar ainda mais o time por causa dela. As pessoas ao redor, mesmo aquelas que são remistas, começaram a torcer pelo Papão devido ao amor que ela tem pelo clube”, afirmou Vanessa.

Sarah, como toda torcedora apaixonada, conhece todos os jogadores do Paysandu, além de ser “técnica” quando necessário. Ela comenta sobre o time com propriedade, dizendo, por exemplo, que o técnico deveria substituir certos jogadores que não estão rendendo em campo.

“Ela sabe todos os hinos do Paysandu, da torcida organizada, que cantam no estádio. Todos, todos. Até aqueles que eu nunca ouvi na minha vida. Ela passa o dia vendo coisas do Paysandu. E, no dia em que for ao estádio, em nome de Jesus, ela vai cantar porque sabe todos os hinos”, disse a mãe.

Nova cirurgia

A torcedora bicolor passará por um novo procedimento cirúrgico no início de maio, devido à descoberta de novos tumores. Na última ressonância realizada, foram identificados vários novos tumores na cabeça, embora ainda não estejam causando sintomas.

Segundo a mãe da jovem, mais de cinco tumores apareceram na cabeça, mas ainda não causam sintomas. “Esses tumores novos a Sarah ainda não sabe, só o da cervical e o do ouvido, porque essa doença pode causar perda de audição. E ela já está com dificuldade para ouvir de um lado.”

image Sarah deve passar por uma nova cirurgia em maio (Foto: Thiago Gomes / O Liberal)

Como ajudar Sarah

Para ajudar no tratamento de Sarah, a família está arrecadando fraldas, lenços umedecidos e óleo de girassol. Esses itens são essenciais para os cuidados diários da torcedora, garantindo conforto e higiene, além de contribuir para a manutenção da saúde da pele. Para doar, entre em contato pelo telefone: 91 98238-1238.

Pedro Garcia, estagiário de jornalismo, sob supervisão de Caio Maia, coordenador do Núcleo de Esportes de O Liberal.

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