Sócio Fiel Bicolor tem o primeiro reajuste desde a criação; torcedores reprovam mudança nos valores
O plano criado para fidelizar torcedores tem se mostrado uma das melhores estratégias de arrecadação, mas esbarram na falta de receptividade da maior parte dos torcedores
Depois de anunciar o primeiro reajuste desde a criação, em 2013, o Programa Sócio Bicolor se consolida como uma das principais fontes de arrecadação financeira do Paysandu. Através dele, o clube tem feito investimentos na formação de elenco, infraestrutura e na administração das contas.
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De acordo com os registros do clube, hoje o Papão conta com cerca de seis mil sócios adimplentes. Embora não revele os dados sobre faturamento, estima-se que o clube arrecade cerca de 1,4 milhão de reais com a venda de ingressos, de acordo com um levantamento feito pelo Núcleo de Esportes de O Liberal, sobre a expectativa de faturamento na Série C do ano passado.
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Os planos que sofreram reajuste são o Bancada Fiel e o Cadeira Bicolor, que atualmente custam R$ 50 e R$ 100, e passam, a partir do novo reajuste, para R$ 60 e R$ 120, respectivamente. De acordo com o clube, a necessidade se deu a partir da constante elevação dos preços, que tornam o congelamento por mais de 10 anos completamente inviável.
"Vale ressaltar que o valor praticado hoje no plano de arquibancada é o mesmo cobrado dez anos atrás, quando o então Sócio Bicolor foi lançado. As mudanças também vão ajustar os valores da inflação dos últimos anos e cobrir a alta de custos de outras partes do processo", informa o clube.
A avaliação dos torcedores não é muito positiva. Em um aspecto geral, a maior parte dos sócios consultados pela reportagem traz sérias críticas ao programa e, principalmente em relação ao que eles chamam de "falta de transparência", como explica o arquiteto Lúcio Cunha, que, em forma de protesto, pretende suspender a adesão para 2023.
"Eu tenho uma visão geral sobre o clube e uma particular sobre o sócio. O valor em si, de 20% de reajuste, embora esteja sem reajuste por um tempo, mas não 10 anos, numa conjuntura em que o clube nada tem dado muita alegria aos torcedores, pra mim, não foi bem recebido. O clube não apresenta nada", argumenta.
"Não tem um projeto de clube, um desenvolvimento de base para surgimento de novos atletas. Contrata um monte de jogadores a cada temporada. Para o sócio, muitas são as dificuldades de contato com o clube por meio do WhatsApp, por exemplo. A loja do sócio, que só funciona na Curuzu, dificulta até o acesso, pois na sede não é atendido. Em 2022 fiz o pagamento de 9 meses do sócio sem ir a nenhum jogo. Sinceramente, para 2023, não farei nem adesão nem comprarei camisa por preço absurdo de R$ 250. Vou continuar assistindo na TV por não acreditar nessa diretoria. Sem nenhuma transparência", conclui.
Para o empresário Alessandro Marçal, o Paysandu precisa oferecer mais vantagens ao sócio bicolor. "Eu estou de acordo com aumento nos valores, mas sou contra as poucas vantagens que o clube fornece, principalmente nos descontos e prêmios", entende. Marçal é sócio adimplente do plano Bancada Fiel desde 2013. Segundo ele, para tornar o programa mais atrativo, o clube precisa de uma rede maior de descontos e vantagens que aproximem o torcedor da vivência no clube.
"Eu sou a favor de mais descontos nas camisas, como, por exemplo, colocar 30% para sócio. Faria sorteio para que torcedores pudessem viajar com o clube, ao menos uns dois ou três por viagem, além de estimular que os mesmos frequentem mais o clube, conheçam a estrutura. É algo para chamar o torcedor para conhecer o Paysandu", enumera.
Já o estudante de jornalismo Maycon Santos se mostra totalmente contra o reajuste. "Cara eu acho esse aumento um tapa na cara do torcedor, não especificamente pelo valor em si, porque o aumento não foi considerável, mas porque esse aumento significa o torcedor pagando o preço dos anos seguidos de incompetência da diretoria no futebol. Vamos para o 5º ano seguido na terceira divisão e a diretoria acha razoável aumentar os valores dos produtos do clube, seja o sócio ou a camisa oficial que esse ano foi para R$ 260. E ainda bradam que somos o 'clube do povo'", avalia.
Outros torcedores já defendem o reajuste, mediante algumas inclusões estratégicas, entre elas a entrada do sócio torcedor no quadro de eleitores, como frisa o médico Júlio Montenegro, sócio desde a criação, ainda na gestão do ex-presidente Vandick Lima. "Eu acho que para aumentar a adesão, é preciso estudar um remodelamento no estatuto do clube, talvez permitindo o voto desses sócios torcedores, mediante uma adequação, um período mínimo, tipo dois anos de adimplência, por exemplo. Eu acho que isso é um bom caso a se pensar",
Os interessados em aderir ao plano podem fazer através deste link. O clube informa ainda que todos os associados que estão em dia com o seu plano permanecerão pagando o mesmo valor até o último dia de contrato: "Novas adesões que forem feitas até o próximo dia 31 serão cobradas com os valores de 2022".
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