Pênalti, festa, choro e revolta: jogadores relembram jogo do acesso entre Náutico x Paysandu nos Aflitos
Paraenses que tiveram em lados opostos no duelo contam detalhes da partida que deixou o Papão mais um ano na Série C
Há exatos três anos o Paysandu perdia para o Náutico-PE nos pênaltis e dava adeus ao sonho do acesso à Série B. O revés ocorreu após um lance polêmico, que gera discussão até hoje, marcado pelo árbitro Leandro Pedro Vuaden. A equipe de O Liberal conversou com dois paraenses que estiveram em lados opostos na partida. Na conversa eles compartilharam memórias dos vestiários, da festa, da tristeza e da alegria em uma das partidas mais marcantes da história dos dois clubes.
Após empate sem gols em Belém, Náutico e Paysandu decidiram no Estádio dos Aflitos, em Recife (PE), uma vaga na Série B. O Paysandu abriu 2 a 0 no placar, porém, o clube pernambucano não desistiu e foi para cima, após diminuir o marcador. No fim do jogo, aos 49 minutos, a bola foi cruzada na área, desviada pela zagueiro bicolor e bateu no braço de Anderson Uchôa. O árbitro Leandro Pedro Vuaden assinalou a penalidade, que resultou no empate do Náutico, levando o jogo para os pênaltis e posteriormente com o acesso do Timbu.
Três anos depois e a partida não sai da cabeça do zagueiro Perema, que defendia o Paysandu na ocasião. O jogador paraense ainda não “superou” o que ocorreu na partida e relembra detalhes do jogo, vestiário e a decepção de ter saído de campo sem o acesso à Série B.
“É uma partida que nunca vou esquecer. Sempre lembro daquele dia, a oportunidade que tivemos de subir foi real, e até hoje dói, principalmente nos torcedores. Construímos o resultado, estávamos suportando a pressão, até o apito do árbitro e aconteceu tudo aquilo”, disse, Perema.
O zagueiro falou da importância de “matar o jogo”, principalmente em jogos grandes e o clima no vestiário após a eliminação do Paysandu.
“Perdemos o nosso emocional no momento da marcação do pênalti, que não existiu. Pecamos nas finalizações, tivemos chances de abrir uma vantagem maior e no final o sonho acabou da pior forma. O clima no vestiário foi na de choro e revolta, tentei consolar alguns jogadores, mas o clima era de tristeza, não gosto nem de lembrar”, disse, Perema, que está de férias em Santarém (PA), mas que possui contrato com o Concórdia-SC até o final de 2023 e estava emprestado ao Floresta-CE para a Série C deste ano.
Se por um lado o clima foi de tristeza, por outro foi de festa. O paraense Jhonnatan, ex-Remo e Paysandu, estava defendendo o Náutico em 2019 e esteve em campo no jogo do acesso do Tiumbu. O jogador relembrou uma situação curiosa e que poderia ter dado outros rumos para aquela partida.
“É um jogo inesquecível. Estávamos perdendo e fomos para cima, era tudo ou nada. Lembro bem da jogada, era uma falta no meio de campo e o Nicolas atrapalhou a cobrança, ele foi empurrado, voltou a atrapalhar, pois íamos jogar a bola na área, foi então que falta foi cobrada para o lado, recebi o passe e aconteceu tudo. Se o Nicolas não tivesse atrapalhado, o desfecho poderia ter sido outro”, disse.
A festa
“Foi uma loucura aquilo que vivemos. Eu saí de campo com chuteira e o short térmico, os torcedores levaram tudo. A comemoração foi no próprio clube, com os torcedores, já que a sede e o estádio do Náutico são juntos”, disse Jhonnatan.
O pênalti
Jhonnatan informou ao O Liberal que possui uma ideia diferente do que foi assinalado pelo árbitro Leandro Pedro Vuaden, porém, o jogador citou que são coisas que podem ocorrer com qualquer clube.
“No calor do jogo queríamos o pênalti, foi uma chance, mas o pênalti não é garantia de gol. Depois, assistindo ao lance, vejo que existia a possibilidade de tudo aquilo não ter ocorrido, mas não tinha VAR, a distância era curta do desvio até o toque no braço e atualmente a maioria dos árbitros não marcariam o penal. Na hora achei que foi pênalti, muito pênalti”, disse brincando.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA