Mesmo com acesso, Paysandu mira eliminar ‘vícios’ depois da Série C e se prepara para temporada 2024
Depois de um ano repleto de mudanças de rota e recorde de contratações, Papão terá que se encaixar a janela de transferências da CBF
Com a missão em 2023 já cumprida, o Paysandu tem se empenhado na construção do planejamento para 2024. O técnico Hélio dos Anjos deseja trabalhar com um elenco mais enxuto, contando com, no máximo, 40 jogadores. Na temporada 2023, o clube bicolor possuía 47 atletas no plantel, o que indica que algumas saídas foram inevitáveis. Mas a janela de transferências nacional forçará uma nova mentalidade no clube.
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Agora, com a meta de evitar o número excessivo de contratações, o Papão deve reforçar a equipe com 15 a 18 atletas. Eles se somam a alguns que devem ser mantidos para a temporada. Os nomes devem ser oficializados nas próximas semanas.
“O Paysandu tem do dia 11 de janeiro até 7 de março para fechar a janela de contratação, neste primeiro momento. Logo, só poderá voltar a inscrever jogadores a partir de 10 de julho a 2 de setembro, o que já limita o Paysandu nessa fase de contratações”, avaliou o jornalista Carlos Ferreira à reportagem.
Departamento de futebol profissional do Paysandu
Várias saídas já foram anunciadas – até o momento, é possível contabilizar 18 não renovações para o ano que vem. São elas: o goleiro Thiago Coelho, os zagueiros Rodolfo Filemon, Wellington Carvalho e Wesley; os laterais Igor Fernandes, Anílson, Kevyn e Eltinho; os volantes Alencar, Lucas Paranhos, Nenê Bonilha e Arthur; além dos meias Leandrinho e Ronaldo Mendes e dos atacantes Bruno Alves, Dalberto, Miradinha e Nicolas Careca.
Contratações mais ‘certeiras’
O clube bicolor terá que ser muito cirúrgico no próximo planejamento, já que não vai poder fazer o que fez neste ano de 2023 (reformar um elenco inteiro no meio da temporada). Agora, o clube tem essas limitações impostas pelas janelas de transferências, uma novidade implementada pela CBF aos times das Séries A e B desde 2022.
Até a última sexta-feira (1) o Paysandu tinha apenas um nome certo para 2024: o goleiro Diogo Silva, de 37 anos, que estava no CRB, clube alagoano que defendeu por três temporadas. Em 2023, o goleiro atuou em 57 partidas, entre jogos da Copa do Brasil, Copa do Nordeste, Alagoano e Série B, mas só iniciará os treinamentos no próximo ano, já que precisa cumprir 30 dias de férias ao fim da Segundona, que ocorreu no último dia 25.
Diogo também tem passagens por Luverdense, Ceará, Bangu, XV de Piracicaba e Vasco. O jogador foi revelado nas categorias de base do Vitória-BA. A chegada de Diogo promete acirrar a disputa pela camisa 1 do Papão, uma vez que o time já conta com Matheus Nogueira para a posição.
Mudança estrutural
Além disso, o Paysandu tem se reprogramado administrativamente e melhorado sua estrutura. “O Papão tem um canteiro de obras lá na Curuzu, com construção de novas salas, algumas adequações e novos cargos criados”, apontou Carlos Ferreira.
O Paysandu também já conta com um CEO (Chief Executive Officer, sigla em inglês que pode ser traduzida como “diretor-executivo”), André Alves, português com ótimas credenciais e que se tornou o primeiro a exercer o cargo na história do futebol paraense. Na prática, ele só está abaixo do presidente e dos vices na gestão das finanças, da administração e do marketing. Essa “nova Era” buscada pelo clube já abriu espaço, também, para um cientista técnico, que ainda não foi contratado.
“É muito animador ver que o Paysandu está quebrando paradigmas e aplicando concepções tão modernas na gestão. O clube cresceu muito. Tornou-se uma máquina pesada demais para a sobra de tempo de abnegados. Assim, dirigentes estatutários seguem decidindo, enquanto especialistas executam, não sem antes dividirem as avaliações”, ponderou o colunista.
Já sobre o futebol, a gestão é de Ari Barros, que assumiu a função ainda no mês de novembro. Ele substituiu Vandick Lima, que vinha exercendo o cargo desde dezembro de 2022, logo após a reeleição do presidente Maurício Ettinger. O ex-atacante e ídolo bicolor segue no quadro de dirigentes, mas com outra função.
Perspectiva de não-retrocesso
Como um todo, houve mudanças de perfil do clube por decisão coletiva. O Paysandu precisou se adequar a outro padrão de exigência depois que subiu para a Série B nacional, na qual terá uma receita muito maior, bem como um nível de dificuldade, que impulsionaram tais adequações da estrutura física e organizacional, para minimizar erros, potencializar acertos em tomadas de decisão e reduzir o risco de retrocessos.
O ano de 2024 será decisivo para o Paysandu. Na próxima temporada, o Papão disputará a Série B do Brasileirão depois de seis anos. A preparação do elenco para a sequência de jogos já começa nesta primeira quinzena do mês de dezembro. O Alviceleste também possui no seu calendário o Parazão 2024, Copa Verde e Copa do Brasil – torneio que disputará desde a primeira fase.
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