Ídolos do Paysandu falam sobre peso histórico de jogo contra o São Raimundo-AM pela Copa Verde
Lecheva e Zé Augusto lideram trabalho de conscientização dos jogadores sobre clássico regional, que marcou hegemonia da Copa Norte nos anos 2000.
Talvez muitos torcedores não saibam, mas o duelo entre Paysandu e São Raimundo, que será disputado nesta terça-feira (8), pelas semifinais da Copa Verde, é histórico. No início dos anos 2000, ambas as equipes foram hegemônicas na conquista da Copa Norte, título regional da época. Por conta disso, a diretoria do Paysandu tem se esforçado para mostrar para o atual elenco que uma partida contra o Furacão do Amazonas não é somente "mais uma".
Em 2001, Paysandu e São Raimundo-AM se enfrentaram pela primeira vez em uma final de Copa Norte. Na primeira partida, disputada em Belém, o Papão saiu vencedor: 1 a 0, gol de Edil. No jogo de volta, em Manaus, o Furacão deu o troco e venceu por 1 a 0. Como tinha melhor campanha na primeira fase, o Mundico saiu de campo campeão, mesmo com o placar agregado empatado.
Já em 2002, o Paysandu conseguiu a consagração. No primeiro jogo da final, em Manaus, o Lobo venceu por 1 a 0, gol de Zé Augusto. No confronto de volta, em Belém, o Papão goleou o São Raimundo por 3 a 0, gols de Lecheva - duas vezes - e Sandro Goiano. O título levou o Bicola à Copa dos Campeões e, posteriormente, à Copa Libertadores.
Quem tem participado do trabalho de conscientização do elenco bicolor sobre a importância e magnitude da partida são dois ídolos do passado: Lecheva - atual coordenador técnico do clube - e Zé Augusto.Em entrevista ao Núcleo de Esportes de O Liberal, eles lembraram "resenhas" da época em que foram campeões e destacaram a importância da Copa Verde nesta temporada. Sobre a avaliação do atual elenco, os ídolos foram assertivos: o Paysandu de 2022 tem muito daquele de 2002.
Conscientização do jogo
"Primeiro a gente tem que conscientizar da responsabilidade que uma partida entre São Raimundo e Paysandu carrega. É um jogo histórico, apesar do São Raimundo não estar atuando nas divisões superiores do Brasil. É um jogo tradicional da região Norte e nós disputamos esse clássico regional em finais da Copa Norte. É importante colocar toda essa história para os atletas", explicou Lecheva.
Resenhas
"O nosso elenco de 2002 era muito forte. Se alguém desse bobeira e saísse do time não voltava mais. No primeiro jogo da final de 2002, muita gente não sabia, mas eu estava com uma lesão. Na época, o doutor Wilson Fiel queria me cortar do jogo, mas falei pra ele que tinha condições de entrar em campo. Ele falou: 'a responsabilidade é tua' e eu aceitei isso. Nesse jogo, graças a Deus, não senti nada e fiz o gol da vitória. No final da partida ele quis aplicar umas injeções em mim, mas disse: 'não, agora é hora de comemorar'. Não foi a partida do título, mas tinha certeza que iríamos vencer por conta da qualidade do nosso elenco", disse Zé Augusto.
Paysandu de 2002 x Paysandu de 2022
"Acho que é cruel comparar qualquer elenco do Paysandu com o daquela época. Apesar disso, o ambiente criado neste ano é bastante similar ao de 2002. Temos bons jogadores, mas para que eles sejam comparados com os daquela época é preciso conquistar títulos. Fizemos de tudo neste ano para que esses jogadores pudessem alcançar conquistas, assim como os elencos de 2001 e 2002, mas isso não acontece da noite pro dia. Antes da Copa Norte também tivemos nossos tropeços. Em 2000 o elenco não alcançou o objetivo, mas mantemos elenco e comando técnico. Estamos fazendo isso esse ano também", avaliou Lecheva.
O que o Paysandu tirou de lição de 2001 para 2002
"A nossa equipe foi criando uma base regional. A cada campeonato nos fortalecemos mais. Em 2001, na Copa Norte, por pouco não conquistamos o título, mas saímos fortalecidos porque sabíamos que tínhamos um grupo forte. A cada campeonato o time pegava mais entrosamento, ganhava mais poder de conquista. Criamos, ao mesmo tempo, um vínculo de família e time vitorioso", afirmou Zé Augusto.
Copa Verde é importante para o Papão
"Eu não consigo entender o fato de parte da torcida e até dirigentes menosprezarem a Copa Verde. A Copa Norte, lá atrás, era a Copa Verde de hoje e foi o torneio que nos deu a possibilidade de disputar uma Copa dos Campeões e a Copa Libertadores. Conquistamos, pela Copa Norte, o maior título da história do futebol do Norte e fizemos uma campanha histórica no maior torneio do continente. A Copa Verde é muito importante, até mais do que antigamente se olharmos a parte financeira. Hoje a Copa Verde dá a possibilidade de entrarmos na terceira fase da Copa do Brasil e mais R$ 2 milhões. Além disso, dá a possibilidade de ter uma partida contra um time grande e fazer uma renda volumosa. É um título tão importante que está estampado no muro do nosso estádio, ao lado da Copa dos Campeões", disse Lecheva.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA