Há 20 anos, com gols de Robgol e Sandro Goiano, Paysandu estreava na Libertadores; vídeo

O dia 13 de fevereiro de 2003 ficou eternizado na história bicolor como o dia em que o Paysandu mostrou a força do futebol paraense ao mundo, com uma vitória que viria a coroar a maior campanha já feita por um clube do norte do país em uma competição internacional

Luiz Guilherme Ramos
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Em mais de 100 anos, o Paysandu construiu uma história de títulos e feitos que o colocam como uma das maiores agremiações esportivas do norte e nordeste do país. Hoje, dia 13 de fevereiro, para muitos é uma data comum, mas para o torcedor bicolor foi o dia em que o Papão da Curuzu estreou na maior competição do continente, com uma vitória por 2 a 0 sobre o Sporting Cristal, em Lima, capital do Peru. Era o início da participação bicolor na Libertadores da América, celebrada até os dias de hoje como o maior feito esportivo da Amazônia. 

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Para quem não lembra, no início dos anos 2000, o Paysandu viveu as suas maiores conquistas e o caminho para a Libertadores foi pavimentado com um tricampeonato paraense, entre os anos de 2000 a 2002. Na mesma época, veio o título da Série B e a Copa dos Campeões, ambas vencidas em 2002. E foi graças a essa segunda conquista, obtida após vitória sobre o Cruzeiro, que o Papão ganhou a vaga no torneio continental, para o delírio da Fiel Bicolor, que vivia ali os seus "anos dourados".

A estreia na Libertadores aconteceu no dia 13 de fevereiro de 2003, no estádio Monumental. Sob o comando de Daryo Pereira, o Paysandu contava com nomes de peso, que hoje são celebrados na condição de ídolo. O time titular da partida foi composto por Alexandre Fávaro; Wellington, Gino, Sérgio, Luís Fernando; Vanderson, Robson, Sandro, Welber; Vandick e Zé Augusto (Balão). Em campo, os bicolores foram mais aguerridos e, na casa do adversário, saíram com a vitória por 2 a 0, com gols marcados por Robgol e Sandro Goiano, o grande "Xerife" daquele grupo. 

A vitória de um time desconhecido sobre um "grande" sul-americano estremeceu o mundo do futebol. Incrédulos, os peruanos viram o Paysandu passear em campo, com um time entrosado e motivado, que desconhecia limites e adversários, em uma competição de nível técnico elevadíssimo para os padrões locais. Neste ano, a Libertadores contou com 32 times e uma média de gols na casa dos 2,93 por partida. Junto aos bicolores estiveram na Libertadores daquele ano o Santos, Corinthians e Grêmio. 

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A campanha impecável na primeira fase da competição deu ao time o primeiro lugar no grupo 2, deixando para trás Cerro Porteño, Sporting Cristal e Universidad Católica. Foi a terceira melhor campanha da fase de grupos, atrás apenas do Corinthians e Santos. Entre os principais nomes daquele grupo está o do ídolo Robgol, que lembra com emoção do momento em que balançou as redes na casa do Sporting Cristal.

"Fico orgulhoso e feliz de ter participado desse momento histórico que fica na memória de cada um de nós. No lance do gol, o Iarley cruzou, eu corri na direção da bola e, de peixinho, cabeceei no canto esquerdo do goleiro. Com certeza vou levar isso para o resto da minha vida. Fui o primeiro jogador a marcar um gol do Norte em uma Libertadores, e ainda por cima com a camisa do Paysandu", contou o atleta ao lembrar da façanha. 

A vitória fora de casa foi a primeira de quatro, além de dois empates, na fase de grupos. Mesmo na sua primeira participação, o Paysandu sobrou em campo e se portou como um gigante. A postura ousada acabou trazendo, na fase seguinte, o maior desafio de toda a sua história.

O "abuso" do Papão seria posto à prova nas oitavas de final, quando o adversário seria ninguém menos que o tetracampeão na época, o Boca Juniors, dono do alçapão azul e amarelo, também conhecido por La Bombonera. O resultado daquela empreitada já é conhecido de todos, mas a alegria sentida no dia 13 de fevereiro é sentida até hoje por quem viveu literalmente a história sendo construída. 

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