Em nota, Hélio dos Anjos diz que Paysandu deve salários e premiações e que clube quer 'desviar foco'
Hélio dos Anjos cobra R$2.6 milhões do Paysandu e rebate falas do diretor jurídico do Papão
Após o primeiro encontro entre Hélio dos Anjos x Paysandu, ocorrido na última quinta-feira (14), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Belém, a assessoria do técnico, emitiu uma nota, sobre o pedido de reconvenção do Paysandu, que alga que Hélio dos Anjos prejudicou o clube. A audiência que era para ter ocorrido, acabou sendo remarcada para janeiro de 2025. Em nota, assessoria do treinador afirmou que o Paysandu que o clube bicolor deve salários, premiações e que não efetuou nenhum pagamento ao técnico, desde que ele teve o contrato rescindido, além de citar que a “reconvenção”, pedida pelo clube, é uma atitude “desesperada” do Paysandu, para “desviar o foco” de possíveis pendências financeiras com o treinador.
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Em nota repassada ao O Liberal, a assessoria de Hélio dos Anjos, que pede mais de R$2.6 milhões na justiça contra o Paysandu, afirma as pendencias financeiras do clube para com o técnico, seguem sem solução alguma. Que o Paysandu continua devendo Hélio dos Anjos e que deixou de depositar FGTS, salários de agosto e setembro, além do não pagamento de premiações, tanto pelo acesso à Série B, quanto pelo título da Copa Verde.
“Diferente do divulgado em alguns veículos de comunicação, o clube não fez nem vem fazendo qualquer pagamento ao treinador desde a rescisão contratual. Ademais, em resumo, o Paysandu Sport Clube não comprovou, na sua defesa apresentada no processo, o pagamento das seguintes verbas pleiteadas pelo treinador:
Salários referentes aos meses de agosto e setembro de 2024;
- Direitos de imagem correspondentes aos mesmos meses;
- Premiações pelo título da Copa Verde 2024 (individual e coletivo) e premiação pelo acesso à Série B do Campeonato Brasileiro 2024 (coletivo);
- Verbas rescisórias (saldo de salário, 13º salário proporcional e férias + 1/3 proporcionais);
- Multa contratual pela rescisão antecipada do contrato;
- Recolhimentos de FGTS (nenhum valor foi recolhido pelo clube a este título durante as duas contratualidades 2023/2024).
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Tendo em vista que a comprovação de tais pagamentos era ônus do clube, entendemos que a condenação de tais verbas é medida que se impõe. Além disso, estão sendo discutidas no processo outras questões de direito como aplicações de multas, indenizações, etc., as quais serão analisadas pela Magistrada”.
Outra situação que foi rebatida por Hélio dos Anjos através de sua assessoria, foi a questão do treinador ter pedido a gratuidade no processo, alegando que não possui condições de arcar com os custos. Em defesa, Hélio contesta o questionamento de Márcio Tuma, diretor jurídico do Paysandu e afirma que não recebeu do clube o que tinha de direito e por isso teve um impacto financeiro sofrido e se encontra assegurado pelo princípio constitucional.
“Ao contrário do que foi divulgado, o pedido de justiça gratuita formulado pelo treinador não é infundado. Ele se baseia no impacto financeiro sofrido pelo não recebimento das verbas trabalhistas mencionadas. Além disso, o pedido encontra-se assegurado pelo princípio constitucional de Acesso à Justiça, conforme entendimento consolidado pela jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. Mesmo porque entendemos que transferir os custos do processo ao treinador, quando o clube é quem deu causa ao litígio, seria desproporcional e injusto”, explica em nota.
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Reconvenção
O Paysandu entrou com um pedido de “reconvenção”, que é uma ação dentro da própria ação, em que o Papão alega que teria sido prejudicado por Hélio dos Anjos nesse período em que esteve no clube e pede indenização do treinador. Em nota, a assessoria do treinador afirma que isso é uma manobra do clube, para desviar o foco de suas pendências financeiras com Hélio.
“A reconvenção apresentada pelo clube é vista como uma tentativa desesperada de desviar o foco das pendências trabalhistas. Reafirmamos que o treinador Hélio dos Anjos sempre cumpriu com todas as suas obrigações, alcançando em muitos momentos resultados acima do esperado pelo clube, sempre com profissionalismo, compromisso e respeito. Além disso, o treinador nunca causou qualquer dano ao clube, pelo contrário deu muitas alegrias ao clube. Portanto, entendemos que nenhuma das alegações do clube merecem prosperar”.
Ação do Náutico-PE
O advogado do Paysandu, informou que o clube se defende dessa ação de Hélio e que o documento de uma outra ação, dessa vez contra o Náutico, em que foi reconhecida a demissão de Hélio por “justa causa”. Esse documento foi mencionado pelo Paysandu no processo, porém, em nota, essa situação foi questionada por Hélio dos Anjos através da assessoria, que os processos não possuem relação.
“Ainda que a ação trabalhista do treinador contra o Náutico não guarde qualquer relação com o processo em questão, faz-se necessário tecer alguns esclarecimentos, visto que foi utilizada pelo Paysandu em sua contestação e, a partir de então, veiculada por alguns veículos de comunicação de maneira completamente equivocada
“Hoje o Náutico possui uma dívida trabalhista reconhecida e transitada em julgado com o treinador, a qual correspondente ao valor de R$ 682.616,15 (valor atualizado no processo em 03/09/2024)”
“Em outro processo movido pelo treinador em face do Náutico, o Tribunal Regional do Trabalho reformou parcialmente a sentença que havia afastado a justa causa aplicada ao profissional, decisão esta que será objeto de recurso ao Tribunal Superior do Trabalho. Esclareça-se que esta ação não trata apenas da justa causa, mas também engloba diversas pendências trabalhistas do clube. Tanto que já foi deferido em favor do treinador o pagamento de inúmeros pedidos, tais como: salário, saldo de salário, quatro meses de direitos de imagem, férias+1/3, FGTS, indenização por danos morais, dentre outras. Portanto, a informação de que o treinador teria "perdido” o processo contra o Náutico é complemente inverídica”, finalizou.
Paysandu
A equipe de O Liberal entrou em contato com o Paysandu para comentar sobre o caso. O clube informou que vai aguardar os desdobramentos do processo.
“O Paysandu neste momento, se reserva ao direito de aguardar os próximos passos do processo judicial, para que possa emitir novas declarações”.