Paysandu alega que também foi prejudicado por Hélio dos Anjos e audiência é remarcada
Técnico Hélio dos Anjos cobra mais de R$ 2.6 milhões do Paysandu e audiência que ocorreria nesta quinta (14), foi remarcada para 2025
Ocorreu nesta quinta-feira (14), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Belém, o encontro entre o técnico Hélio dos Anjos e Paysandu. O treinador pede na justiça trabalhista mais de R$ 2.6 milhões do clube bicolor, porém, a primeira audiência não ocorreu, já que o Paysandu, através de seu departamento jurídico, protocolou uma reconvenção e nela o clube pede indenização ao treinador, com base que Hélio dos Anjos teria prejudicado o time. O advogado do clube informou ainda que está aberto a acordos com o Hélio dos Anjos.
Em entrevista à Rádio Liberal +, Márcio Tuma, diretor jurídico do Paysandu, explicou sobre essa reconvenção, medida tomada protege os direitos do Papão na ação imposta por Hélio.
“A primeira audiência do processo ainda não foi realizada. A instrução não ocorreu porque o Paysandu protocolou uma reconvenção, que é uma ação dentro da própria ação movida pelo treinador contra o clube. Nessa reconvenção, há vários pedidos indenizatórios, com base na alegação de que o técnico teria prejudicado o time. Estamos reivindicando esses valores para proteger os direitos do clube”, disse, Tuma.
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O diretor jurídico do Papão afirmou que tentou acordo com o Hélio dos Anjos, mas sem sucesso. Segundo Tuma, o valor que o técnico pede na justiça não corresponde o que lhe é direito.
“Após a dispensa, tentamos dialogar com o treinador e houve diversas tratativas, mas não chegamos a um acordo. O valor proposto não correspondia ao que entendemos ser devido. Rapidamente, o treinador deu início à demanda, e o Paysandu, sem hesitar, apresentou sua defesa, solicitando também uma indenização”, falou.
A audiência desta quinta-feira (14) foi remarcada para 2025, mais precisamente no dia 22 de janeiro. Nesta audiência Hélio dos Anjos poderá contestar a reconvenção feita pelo Paysandu. Um acordo não está descartado pelo clube bicolor, mas uma coisa chamou a atenção do diretor jurídico do Paysandu, o fato de Hélio dos Anjos, ter pedido que a gratuidade do processo, já que alega não ter condições financeiras de arcar com os custos.
“Alguns termos apresentados pelo treinador nos surpreenderam, como os valores cobrados. Ainda assim, faz parte do processo ele postular o que considerar justo. Outro ponto que chamou atenção foi o pedido de gratuidade das custas processuais, sob a alegação de que ele não teria condições de arcar com os custos. Acreditamos que essa afirmação não condiz com a realidade, o que torna o ambiente ainda mais disputado. Apesar disso, permanecemos abertos a negociações”, comentou, Tuma.
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O Paysandu se defende e diz que situações que Hélio alega, de não ter condições de arcar com os custos do processo, são práticas corriqueiras do treinador. O clube paraense colocou o documento da ação movida pelo técnico contra o Náutico-PE, seu antigo clube, onde foi reconhecida a demissão de Hélio dos Anjos por justa causa.
“Inclusive, o documento mencionado já consta nos autos. Entendemos que há precedentes relacionados à gratuidade, mas, neste caso, o pedido nos pareceu infundado e foi indeferido em outro processo. Naquele episódio, foi reconhecida a justa causa pelo Náutico. Há condutas do treinador que, acreditamos, merecem revisão em sua trajetória pelos clubes por onde passou”, finalizou.
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Hélio dos Anjos
A equipe de esportes de O Liberal procurou a advogada de Hélio dos Anjos, Manoella Molon, que informou que não concorda com a estratégia do Paysandu no processo.
“Ressalto que discordamos veemente de todas as alegações contidas na reconvenção”, disse.
O ex-técnico do Papão, Hélio dos Anjos, entrou com uma ação na Justiça do Trabalho cobrando mais de R$ 2,6 milhões do clube alviceleste. No processo, Hélio dos Anjos reclama de atrasos de salários, indenização por danos matérias e também morais, além de verbas rescisórias por quebra de contrato. O técnico ainda cobra do Paysandu o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).