Destaque na Série C, Paulão avalia momento do Paysandu e faz elogios ao Re-Pa: ‘atmosfera especial’
Em conversa exclusiva com o Núcleo de Esportes de O Liberal, zagueiro falou o que percebeu nestes primeiros meses em Belém.
O zagueiro Paulão, do Paysandu, chegou a Belém recheado de desconfianças. Há meses sem jogar, desde que saiu do Cuiabá, o jogador encontrou um elenco bicolor em crise na Série C do Brasileirão. Com maus resultados, a torcida se questionava sobre a condição física do atleta de 37 anos. Com o passar do tempo, Paulão passou a calar a boca dos críticos e se tornou sinônimo da solidez defensiva do novo Papão de Hélio dos Anjos.
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Em boa fase na temporada, Paulão já foi eleito duas vezes seguidas para a seleção da rodada da Série C. Assim como ele, o time bicolor também passou e engrenar no campeonato: já são duas vitórias seguidas e agora o Paysandu já enxerga o G-8, zona que classifica à próxima fase da Terceirona, de perto.
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Em conversa exclusiva com o Núcleo de Esportes de O Liberal, Paulão falou como estão os primeiros meses em Belém. O atleta também avaliou o cenário em que os dois maiores clubes do Pará - Paysandu e Remo - vivem e fez elogios ao clássico Re-Pa, o mais jogado do mundo. Confira:
O Liberal: Você jogou a Série C poucas vezes na carreira, mas mesmo assim já está se destacando. O que você tem usado da sua experiência para se adaptar à Terceira Divisão?
Paulão: “Disputei a Série C pelo ASA-AL, quando conseguimos o acesso à Série B, em 2009. O que trago de experiência é saber que a Série C é um campeonato muito competitivo e isso tem a ver com o meu estilo de jogo. Sempre fui um jogador muito aguerrido, de entrega. Agora consigo conciliar algumas coisas e me sair bem nas partidas, ao contrário do que acontecia quando era mais jovem. Tenho mais calma em alguns momentos para ajudar dentro de campo e caminhar rumo ao acesso do Paysandu à Série B"
O Liberal: O Paysandu teve um desempenho melhor que o esperado nas últimas rodadas, batendo Amazonas e Remo. Muito disso se passa pela chegada do novo goleiro, Matheus Nogueira. Até que ponto um goleiro mais seguro passa tranquilidade ao setor defensivo?
Paulão: "Eu acredito que qualquer jogador, sendo experiente, independentemente da posição, passa mais tranquilidade pros colegas de time. O Matheus [Nogueira] chegou muito bem, foi nosso destaque contra o Amazonas e pegou um pênalti no clássico. Ele tem muita qualidade com os pés e o futebol moderno requer isso. Acho que o Matheus chega pra agregar, assim como os outros que vieram"
O Liberal: Você disputou o seu primeiro Re-Pa da carreira e saiu de campo vitorioso. Você que é um jogador com experiência em grandes clássicos, viu algo de diferente no Re-Pa? Qual a sensação de disputar o jogo mais jogado do mundo?
Paulão: "Quando você é criança e sonha em ser jogador, você quer viver esse ambiente de clássico. Apesar disso, a gente nunca tem noção da atmosfera do dia do jogo. Assim foi comigo no Re-Pa. Nunca tinha jogado esse clássico, mas já tinha ouvido falar muito. Viver aquela atmosfera é algo novo, que consegui viver aos 37 anos, em outra fase da carreira. A energia das arquibancadas, na circunstância que o jogo ocorreu, é muito especial. Não é só um jogo, muitas outras coisas envolvem aquela partida. Me sinto feliz pela oportunidade de jogar, de sair com um resultado positivo, e poder colocar meu nome em parte da história deste duelo"
O Liberal: Apesar das equipes do Pará estarem em divisões inferiores, a torcida é bastante engajada e crítica. Qual foi seu impacto ao chegar em Belém e lidar com a cobrança dos torcedores? Esperava isso?
Paulão: "Vivendo no estado, vendo as torcidas, o quanto elas se movem em relação ao seus clubes, é uma pena que estejam na Série C. Clássico como o Re-Pa já é bom por si só, mas seria muito melhor em outras divisões, numa Série B ou A. Clássico como esse tem que ter maior visibilidade nacional, com chance de título. As equipes do estado estão lutando para voltar a ter essa grandeza, mas não em relação à história, porque são enormes. Digo em relação à divisão que ocupam. Ao chegar aqui, percebi esse cenário, da cobrança, da competitividade e do sofrimento do torcedor. No dia a dia isso causa uma tensão no ar. O Paysandu está há cinco temporadas nessa situação. Hoje o time está um pouco mais leve, porque estamos ganhando, mas sentíamos a pressão antes. Agora o mais importante é seguir o trabalho, pra levar o Paysandu de volta à Série B"
O Liberal: Alguns matemáticos apontam que a pontuação mínima de classificação é 29. Na sua análise, quantos pontos faltam para o Paysandu se classificar?
Paulão: "É muito difícil falar em pontuação. Acho que o futebol é muito dinâmico pra essa matemática. Vivi isso em outras competições e percebi que não existe uma matemática exata pro futebol. Apesar disso, acho que temos que pontuar o máximo possível. Estamos levando, a partir de agora, cada jogo como uma final, trabalhando no dia a dia. Nosso objetivo, por enquanto, é se classificar, então verdadeiramente não procuro fazer essa soma. Procuro pensar em cada jogo, nas nossas dificuldades e no que temos que melhorar"
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