Considerado um dos últimos 'grandes' goleiros do Paysandu, Emerson avalia crise no gol bicolor
O arqueiro esteve a frente do gol bicolor em três temporada e conquistou títulos importantes; para ele, a crise que assola os goleiros, em muitos casos, nasce com a perda da autoconfiança
Dentro do futebol são muitas as situações que podem levar o atleta do céu ao inferno ou vice-versa. Certas funções, no entanto, são mais propensas às cobranças, principalmente quando envolve o ato de fazer ou levar gols. No elenco bicolor, apesar da Série C estar ainda em sua terceira rodada, duas partidas foram suficientes para acender o alerta vermelho, que reside atualmente no seio da pequena área.
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A figura do goleiro Thiago Coelho tem sido alvo de muitas críticas por conta dos resultados em campo. Nos três jogos disputados até aqui, apenas o primeiro não foi negativo, justo a partida em que ele esteve de fora. Nos demais, Coelho teve um desempenho questionável e o time saiu de campo com um total de sete gols sofridos, virando automaticamente alvo de críticas dos mais exaltados.
Contra o Figueirense, o goleiro soltou uma bola nos pés de Bruno General, que marcou o primeiro do revés bicolor por 2 a 0. Já contra o Ypiranga-RS, Thiago errou um chutão, que acabou resultando na expulsão do lateral Edílson e saiu atabalhoado no quarto gol da equipe gaúcha, após ser pego de surpresa com uma bola rebatida, que terminou em gol de William Barbio.
Após os jogos fora de casa, coube ao técnico Marquinhos Santos sair pelo atleta, preferindo responsabilizar todo o elenco, mas deixou claro que cada um deve assumir suas responsabilidades. As falas do técnico não trazem embutidas algum sinal de que Gabriel Bernard volte a ser titular, mas alertam sobre a inexistência da titularidade absoluta.
A temporada de Thiago Coelho não tem sido das melhores e os números do atleta o entregam. Em 21 partidas, ele sofreu 27 gols, sendo 12 deles nos últimos quatro compromissos, todos perdidos pelo clube. A marca de quatro derrotas seguidas contrasta com as cinco vitórias enfileiradas no início do ano. Contra o Manaus, no próximo domingo (21), ele pode ter nova oportunidade ou ser sacado do time.
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Referência
Para evitar tal desprestígio, o arqueiro precisa mostrar serviço, passando por cima das críticas externas e da sua própria avaliação, que nesses casos exige certo autocontrole, sobretudo em uma função que carece de bons titulares. Um dos últimos arqueiros 'considerados' do Paysandu, o goleiro Emerson, acredita que a fase negativa, quando bem compreendida, pode trazer valiosas lições.
"O goleiro só entra em fase ruim quando perde a confiança. É preciso estar bem concentrado e o goleiro é completamente diferente do que se prega, de jogar com o grupo. Você está em grupo, mas ao pé da letra, quando erra, é sozinho. O que sempre levei para minha carreira, principalmente no Paysandu, é que você tem que viver 100% o clube, abrir mão de outras coisas, sempre trabalhando", diz.
Hoje, aos 40 anos, Emerson faz parte da comissão técnica do Londrina e trabalha na formação de atletas. Mas nos anos de 2015 a 2017 foi referência absoluta na meta bicolor, sendo reconhecido como um dos melhores goleiros do Papão nos últimos 10 anos. Foram 165 partidas disputadas, dois títulos estaduais, um título da Copa Verde e participações na Copa do Brasil e Série B do Brasileirão.
Os números de sua passagem pelo Papão também foram dignos de recordes. De acordo com as contas da Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), Emerson é o 15º goleiro do mundo com maior período sem sofrer gols. Foram 1.108 minutos, superando lendas brasileiras, como Emerson Leão (1.057 minutos) e Rogério Ceni (988 minutos).
Sobre a condição do atual arqueiro, Emerson torce pelo seu retorno aos bons jogos. "Tudo muda com o trabalho. Eu acho que a chave é se blindar dos fatores externos. Confesso que tenho visto poucos jogos do Paysandu, mas torço muito para que ele consiga voltar à boa fase, porque, sem dúvida, para vestir a camisa do Paysandu precisa ser um grande goleiro e ele já provou ser", encerra.
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