A Fiel Bicolor abraçou o time do Paysandu e foi fundamental no retorno à Série B

"Aerolobo", ingressos esgotados com dias de antecedência e a chegada de Hélio dos Anjos. A lua de mel da torcida com o time na campanha da Série C

Alessandro Amorim
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Paysandu e a Fiel Bicolor viveram uma lua de mel na reta final da Série C, e a relação foi fundamental para o retorno do Papão à Série B . Ingressos esgotados com antecedência, festa no aeroporto, apoio nos jogos fora de casa, a importância do técnico Hélio dos Anjos em trazer o torcedor de volta para a arquibancada. O casamento entre clube e torcida foi um capítulo especial na partida do último domingo (1), contra o Amazonas.

A temporada bicolor viveu momentos turbulentos no início do ano. Eliminação nas semifinais do Parazão, a perda do título da Copa Verde e um começo muito ruim na Série C. As várias contratações feitas com a temporada em curso, e que não deram certo, fez com que o time do Paysandu não jogasse um futebol minimamente empolgante para o torcedor. A média de público no estadual foi de apenas 4.418 pagantes em jogos na Curuzu e no Novo Mangueirão. Na final da Copa Verde contra o Goiás, o público foi de apenas 10.253 pagantes, o menor em finais do clube na história da competição.

Os resultados dentro de campo refletiam nas arquibancadas. No período em que Marquinhos Santos foi treinador bicolor, a média de público foi de 3.412 pagantes em três jogos na Curuzu, contando apenas os jogos em que o torcedor pode comparecer ao estádio. Contra São Bernardo e Floresta, o Paysandu jogou de portões fechados devido a punição por confusão na Série C do ano passado.

Na 10ª rodada, os bicolores estavam na 16ª colocação com 12 pontos e a 2 pontos da zona de rebaixamento. Pelo futebol jogado até então e a situação na tabela, a luta contra a Série D parecia ser inevitável. Porém, um personagem surgiu para ser o “padrinho” do casamento entre Paysandu e a Fiel Bicolor: o técnico do acesso.

Hélio dos Anjos era a unanimidade que o clube precisava para recuperar a autoestima do torcedor e melhorar a química com o time no estádio. O impacto da chegada do comandante foi notado no aumento da média de público no restante da primeira fase, para 9.834 pagantes. O comparecimento do torcedor nas arquibancadas se deu aos bons resultados, a vitória no clássico e a tão aguardada revanche contra o Náutico, que colocou quase 15 mil pagantes na Curuzu. E mesmo com o público restringido somente a mulheres, adolescentes de até 16 anos e crianças, a Fiel também compareceu nos jogos.

A combinação de um técnico de respeito entre o torcedor, um time exalando confiança nas partidas e a torcida abraçando o clube, foi perfeita para impulsionar os bicolores ao acesso à Série B. Apesar do empate amargo na estreia do quadrangular jogando na Curuzu, a torcida do Paysandu esgotou a carga de 44 mil ingressos da partida contra o Botafogo-PB com um dia de antecedência. Com 43.794 pagantes, o público foi o maior do Novo Mangueirão desde a reabertura neste ano, e também o maior registrado na Série nos últimos 7 anos. A massa presente no estádio empurrou o Papão para arrancar uma vitória aos 52 minutos do segundo tempo, mesmo quando parecia que não ia dar mais.

Depois da vitória fora de casa contra o Botafogo-PB, no Almeidão, e o Paysandu chegar nos 10 pontos na classificação, a torcida bicolor não se conteve em comemorar o “quase” acesso na Doca. Torcedores foram à Avenida Visconde de Souza Franco para “ensaiar” a comemoração do retorno à Série B, já que a vitória do Amazonas contra o Volta Redonda na rodada adiou a festa. Então a comemoração foi direcionada para o “Aerolobo”, uma invasão de torcedores que recepcionaram o desembarque do elenco no aeroporto de Belém neste domingo, mesmo em meio à celebração do Círio de Nazaré.

A catarse da campanha poderia ter sido no jogo do acesso contra o Amazonas, no último domingo (1), no estádio do Mangueirão. Os ingressos se esgotaram na quarta-feira (27) com quatro dias de antecedência e toda a festa preparada com mosaico e ruas de fogo fora do estádio deram o tom do espetáculo. O apito final, porém, não sacramentou o primeiro acesso do Paysandu diante do seu torcedor, já que os bicolores acabaram derrotados.

Quis o destino que se repetissem os feitos de 2012 e 2014, quando os bicolores conquistaram a vaga jogando fora de Belém (Macaé-RJ e Juiz de Fora-MG). O resultado em Volta Redonda, no sábado, foi suficiente para assegurar ao Bicola o acesso e a segunda melhor campanha do grupo no quadrangular.

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