Paysandu adere à campanha contra o racismo; ídolos falam sobre racismo no futebol
Cacaio e Gameleira são os entrevistados
Clubes de futebol do Brasil se manifestaram nas redes sociais com uma campanha denominada “Vidas negras importam”. É um movimento contra a violência policial, que ganhou força com as mortes do adolescente João Pedro, de 13 anos, no Rio de Janeiro (RJ) em uma operação da Polícia, além da morte violenta do americano negro George Floyd, que foi asfixiado com o rosto no asfalto por um policial, com isso protestos ganharam as ruas do Brasil e dos Estados Unidos.
Cor da pele? Foda-se!
— Paysandu Sport Club (de 🏡) (@Paysandu) June 1, 2020
Pare. Pense. Por quê? Todo mundo é igual, mano! ✊🏿✊🏻
Respeite a cor da nossa história! Cacaio, Dadá e Quarentinha: negros que marcaram época na Curuzu! E vocês? @VascodaGama @SCInternacional @BVB
Citem três jogadores e três clubes. #VidasNegrasImportam
Em Belém o Paysandu se manifestou e usou a música “O homem amarelo”, da banda “O Rappa”, além citar jogadores negros que fizeram história com a camisa do Paysandu. O Papão ainda interagiu com outros clubes.
Um dos ex-jogadores marcados pelo Bicola foi o técnico Cacaio, que é negro e falou sobre a carreira, dificuldades, mas afirmou que não concorda com os protestos feitos por torcidas organizadas e disse que esse tipo de manifestação nas ruas não representa seu pensamento.
“Se falar que eu nunca tive problema [por ser negro] estarei mentindo. Lutei muito, corri bastante e no futebol não tem essas coisas, pois os maiores ídolos brasileiros são negros e as pessoas respeitam, mas isso não quer dizer que dentro de campo eu não ouvia um ‘sai pra lá, preto safado, ‘negro fedido’, sai pra lá, macaco’. Independente de cor, não tenho distinção de amigos brancos e negros”, disse.
Gameleira
Outro ídolo do Paysandu. Rogerinho Gameleira, que hoje também é treinador de futebol, está na cidade de São Carlos (SP) com a família, acredita que os protestos são válidos. “O futebol mesmo ele sendo a alegria do povo brasileiro, ele também machuca, principalmente os negros. Eu concordo com os atos feitos pelas torcidas, acredito que esse movimento ainda vá ganhar mais adeptos, pois o povo se identifica na causa. A desigualdade no mundo é grande, mas no Brasil é infinitamente maior. O preto e o pobre não são marginais e não podem ser marginalizados, falta sim, ele ser assistido, ter condições e oportunidades, coisa difícil nesse atual cenário do país”, comentou.
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