Técnico da equipe estudantil campeã brasileira fala sobre a importância do esporte na formação dos jovens

Ignácio Neto treina a equipe do Santa Rosa, que conquistou o título brasileiro e que será a Seleção Brasileira no mundial estudantil em 2023

Aila Beatriz Inete
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O esporte além de apaixonante é uma das ferramentas mais poderosas de transformação social. É muito comum atletas relatarem como uma modalidade o ajudou a ter perspectivas melhores na vida. O gestor esportivo e técnico de futsal Ignácio Neto, de 36 anos,  é um dos defensores da educação atrelada ao esporte. 

Ignácio é técnico da equipe sub-17 do colégio Santa Rosa, que foi campeão nacional estudantil. Junto a escola, o treinador desenvolve um trabalho esportivo com os alunos da escola.

No brasileiro, o time paraense conquistou o primeiro título para uma equipe masculina na categoria para a região norte e foi de forma invicta. Com isso, a equipe de Esporte de OLiberal.com conversou com o treinador para falar sobre a importância do esporte na vida dos estudantes. 

Confira: 

OLiberal: Podes falar um pouco do trabalho que você desenvolve na equipe?

Ignácio Neto: O trabalho começou em 2010. Ele se dá com alunos da própria escola que começam a treinar desde os 12 anos. Nesses 12 anos, a equipe já foi campeã nove vezes Jeps, vice-campeã brasileira por três anos, bicampeã regional norte/centro-oeste invicta e, agora, fomos campeões brasileiros, um título inédito para uma equipe masculina da região. No ano que vem, o time irá compor a Seleção Brasileira Estudantil no mundial escolar. 

 

OL: Você esperava um resultado tão expressivo da equipe?

IN: A gente já vem fazendo grandes trabalhos no cenário nacional. Essa equipe que foi, está comigo desde os 15 anos, foram campeões paraense sub-16, o sub-20. Então, estávamos confiantes. Falei que o Pará iria apresentar um futsal muito vistoso, ofensivo.

image Santa Rosa celebra título de abrangência nacional (Cristino Martins)

OL: Você mencionou a nossa reportagem que esse título do colégio foi inédito para o Pará. Como você como educador e treinador desses jovens se sente com isso? 

 

IN: A gente se sente muito abençoado por ter conquistado um título tão expressivo quanto esse. Você pode imaginar quantas escolas têm no Pará, já é número grande, e Brasil todo é mais ainda. Então, saber que você tem o melhor time [na categoria] do Brasil nas suas mãos isso mostra que a gente está no caminho certo na formação de grandes atletas para o cenário nacional e grandes seres humanos para a sociedade. Isso me deixa muito feliz e honrado. [Na competição] eu não estava apenas representando o Ignácio ou a instituição, e sim todos aqueles que amam futsal [no norte]. Aqui no Pará a modalidade é muito forte 

 

OL: Como você vê a importância do esporte na educação dos jovens?  E de que forma você trabalha isso?

IN: Eu considero de extrema importância você vivenciar o esporte na escola. O esporte educa, disciplina é uma das ferramentas de socialização e inclusão social. Por meio dele você consegue transformar vidas, seres humanos para o mundo. 

 

OL: Alguns colégios particulares têm projetos que dão bolsas para estudantes que se destacam em alguma modalidade esportiva. Como a instituição trabalha isso? 

 

IN: Não basta ser só atleta para estudar no colégio. Nós possuímos a bolsa social, onde aqueles alunos-atletas que não têm condições de pagar as mensalidades ele acaba pleiteando essa vaga. Só o esporte não é suficiente para a gente, o jovem tem que estudar. Fomos campeões com o time que estuda e treina lá no colégio.  

 

OL: E de que forma isso pode potencializar o esporte e a educação desses jovens? 

IN: Eu considero de extrema importância que as escolas invistam no marketing esportivo, invistam nos atletas [em potenciais]. O que só tem a crescer é o esporte, o estudante paraense, que a cada ano se torna mais forte e conquista resultados expressivos. Pela primeira vez, um time masculino paraense será a Seleção Brasileira Estudantil no e isso é devido a projetos que escolas como o Santa Rosa que acreditam que o esporte é um veículo imprescindível para a educação desses jovens. E o meu pedido é que mais escolas possam acreditar no esporte porque a própria pandemia nos mostrou que o nosso corpo precisa se movimentar e muita das vezes, as escolas são os únicos lugares que as crianças fazem isso, por meio da educação física.

(Aila Beatriz Inete, estagiária, sob supervisão de Pedro Cruz, coordenador do Núcleo de Esportes)

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