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Promessa do volei paraense recorre a ‘vaquinha’ virtual para disputar Brasileiro de Seleções

Camila Cristina, de 16 anos, mora em Santa Catarina e foi convocada para jogar pela Seleção do Pará o torneio nacional estudantil

Aila Beatriz Inete
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A atleta paraense Camila Cristina Teles, de 16 anos, sonha em ser jogadora profissional de voleibol. Contudo, no Pará, o esporte não é popular e se manter na modalidade não é fácil. Assim, no ano passado, Camila se mudou para Santa Catarina depois de receber uma proposta para jogar no time SR Mampituba e, lá, tem conseguido melhores oportunidades.

Sendo um dos destaques da sua categoria aqui no Pará, a jovem foi convidada para integrar a equipe paraense de vôlei para disputar o Campeonato Brasileiro de Seleções, na categoria sub-19, que vai ocorrer entre os dias 16 e 21 de maio, em Brasília. Mas Camila não tinha o dinheiro para custear a viagem à capital paraense, onde serão feitos os treinamentos. Sem patrocínio, ela decidiu fazer uma “vaquinha” na internet para conseguir os R$ 2 mil para as passagens.

“Meu técnico pediu para que eu fosse dia 7 de maio treinar com o time convocado, mas eu não conseguiria arcar com as despesas e a Federação não conseguiu me dar as passagens. Então, para não deixar a oportunidade passar, decidi com uns amigos abrir a vaquinha e tentar arrecadar o dinheiro e foi um sucesso”, contou.

Camila jogou em times de várias escolas aqui em Belém. Mas, por ter melhores oportunidades fora do Pará, foi para o Sul, onde mora em uma casa só de atletas que é mantida pelo clube em que joga. A mãe, a professora Carla Teles, ficou em Belém e relata que deixar a filha ir para outro estado foi uma decisão muito difícil, mas que entende que a mudança é importante para a carreira.

image Campeão nacional de futsal, paraense teve que deixar o estado para viver do esporte
Douglas Queiroz contou com o apoio da família, especialmente da mãe, que sempre acreditou no sonho do filho

“Aqui não tinham tantos campeonatos e minha filha tem um sonho e potencial nesse esporte. A segurança da Camila quanto a esse sonho me impulsionou a permitir, bem como a seriedade do projeto esportivo do clube que ela joga. Eles garantem estudos, treinos, suporte físico, psicológico, plano de saúde, ajuda de custo e visibilidade devido ao nível das competições”, relatou a mãe.

 (Arquivo pessoal)

Carla chamou atenção para a falta de estrutura para os esportes de base aqui no Estado. A Federação Paraense, por exemplo, não conseguiu custear as passagens para Camilia vir do Sul para Belém, apenas os traslado do Pará ao campeonato em Brasília. Por isso ela decidiu arriscar o financiamento coletivo pela internet.

“O Pará precisa investir mais em esporte de base. Com projetos sérios e de qualidade. Infelizmente isso aqui é precário. A Camila começou num projeto da Assembleia Paraense, mas infelizmente acabou. Se nós tivéssemos campeonatos e suporte dessa natureza, como no Sul do país, eu não teria que ver minha filha apenas aos finais de ano, que é quando a vejo. Ela não teria que morar fora do estado para buscar conquistar o seu sonho”, declarou Carla.

Camila está animada e orgulhosa por poder representar o Estado na competição. Longe de casa, ela segue em busca do sonho de chegar à elite do voleibol brasileiro. E a mãe, mesmo com saudades, está feliz com as conquistas da filha.

"Meu sonho é me tornar uma jogadora da seleção brasileira e seguir carreira profissionalmente no esporte. Infelizmente, no estado, o esporte não é muito valorizado e não há incentivo para as crianças começarem a praticá-lo, o que é uma pena", concluiu Camila.

(Aila Beatriz Inete, estagiária, sob supervisão de Pedro Cruz, coordenador do Núcleo de Esportes)

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