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Felicidade em duas rodas: pós-obesidade, farmacêutica se encontrou no ciclismo

Cristina Neves chegou a pesar 142kg e superou problemas físicos por meio das pedaladas

Dinei Souza / O Liberal
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Mudar de hábitos não é simples, tampouco é fácil e acontece diariamente na vida de muitas pessoas. Para transformar um comportamento aprendido é necessário persistir. Com a Farmacêutica Cristina da Silva Neves, 48 anos, não foi diferente, pois tinha uma rotina bem movimentada.

Ela cresceu acostumada a comer lanches, comidas condimentadas e gordurosas. Não sobrava espaço para os próprios cuidados “Minha rotina antes era dar atenção à minha família, cuidar da minha casa, o meu trabalho, o que me deixava com pouco tempo para me cuidar”, comentou.

Cristina pesava 116kg e, após o nascimento dos filhos, aos 142kg. Já tinha o desejo de redução, procurou ajuda de psicólogos, tratamentos, remédios, médicos e nutricionistas, porém não obtinha êxito. A grande preocupação veio quando seu filho começou a andar, brincar e correr. “Me deu muita vontade de fazer essas coisas com ele mas eu não podia, pois meu sobrepeso não me permitia, por exemplo, sentar no chão para brincar com ele”, lembrou a farmacêutica.

Por conta deste episódio, somado as dores nos joelhos e as limitações físicas, buscou a cirurgia de redução de estômago. Começou, aí, um processo de mudanças de hábitos, na época em que a cirurgia era muito mais agressiva do que nos dias atuais.

Passados dois anos do procedimento, Cristina, com o objetivo de manter a qualidade de vida, procurou uma atividade física. Iniciou pela musculação, mas viu a realidade mudar com a chegada da pandemia. Com academias fechadas, passou a treinar em casa, mas contraiu a covid-19 e teve 30% do pulmão comprometido.

“Me cansava demais, me dei de cara com um quadro em que não queria mais comer direito, meu organismo estava cansado e debilitado, eu não tinha ânimo para treinar” relatou.

image O contato com a natureza no Parque do Utinga ajudou Cristina no processo de redução da ansiedade (Thiago Gomes/O Liberal)

Com o incentivo de seu personal trainer, aos poucos foi realinhando os treinos com o foco em combater o cansaço, uma das sequelas deixado pelo SARS-CoV-2. Inseriu na rotina a caminhadas, depois as corridas. Mas, por conta do período de sobrepeso, os joelhos já estavam lesionados, apesar do fortalecimento muscular. Para prevenir outras lesões e não deixar de se exercitar, o personal sugeriu a ela pedalar.

Cristina então passou a frequentar o Parque Estadual do Utinga. Nos primeiros dias voltava do meio do caminho, pois sentia-se cansada, mas, a persistência nas pedaladas ao ar livre, contemplando a natureza, ouvindo músicas, a fez trabalhar outra sequela deixada pela pandemia: a crise de ansiedade.

Em uma das pedaladas, deparou-se com um garoto que passeava de bicicleta com alegria. “Foi observando ele que percebi que a minha felicidade de pedalar é um momento quase infantil, me sinto como uma criança” revelou.

Hoje, pesando 60kg e com rotina musculação e pedaladas três vezes na semana, a farmacêutica observa os benefícios que a atividade trouxe para a saúde física e metal, sem contar a redução de ocorrências de crises de ansiedade e a melhora do sono também. “Creio que essa nova realidade só somou na minha vida, inclusive na minha vida social. Na pandemia aprendi a me isolar muito, a me afastar muito do mundo. O ciclismo trouxe também esse processo de reintegração social”, finalizou.

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