Da obesidade ao Ironman: paraense conta como perdeu 50 kg para disputar ultramaratona

Salvador Henrique, de 52 anos, revolucionou o estilo de vida para realizar sonho de disputar uma das competições mais desafiadoras do mundo

Dinei Souza / O Liberal
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Bem típico do período de fim de ano, quando pessoas fazem votos, planos, projetos que buscarão realizar no ano seguinte - seja no âmbito do trabalho, dos estudos, viagens ou mudança física e alimentar - o comum é traçar metas.

Foi o que motivou o microempresário Salvador Henrique, 52 anos, que antes de fazer a opção de mudança de vida pela saúde, viu sua trajetória com muitos transtornos. Após alguns anos da constituição da família, de acordo com ele, tinha uma rotina de muito trabalho e alimentação desregrada, o que o fez chegar a pesar 120 kg. 

 

Ele foi diagnosticado com obesidade mórbida, termo usado pela medicina para indicar pessoas com excesso de peso e que apresentam risco elevado de doenças associadas, como hipertensão e diabetes, caso não sejam tratadas de maneira adequada. 

Salvador, para iniciar a mudança de vida, foi sacudido, há cerca de cinco anos, ao assistir uma reportagem na televisão sobre um evento esportivo de Triathlon conhecida como Ironman, uma prova de endurance (resistência) em que o competidor precisa nadar 3,8 km no mar, fazer 180 km de ciclismo e mais 42 km de corrida ou 140,6 milhas para receber a medalha de competição. 

“Desde este dia decidi que queria emagrecer para um dia poder participar da prova” comentou Salvador em entrevista a O Liberal. Então começou uma saga de mudanças, que deu início pela reeducação alimentar, já que seu hábito anterior era baseado em fast food e sedentarismo.

image Corredor já concluiu uma edição do Ironman 70.3 (Sidney Oliveira/O Liberal)

Na rotina foi inserida também a caminhada matinal. No começo foram dois dias na semana, que foram paulatinamente crescendo até conseguir fechar uma semana completa. Passados nove meses, Salvador já havia perdido 42 kg, que, hoje, já se transformaram em quase 50 kg.

Mas ele não parou por aí, tinha um objetivo: o Ironman. Então buscou ajuda médica com nutricionista e um profissional de educação física. “Você consegue treinar sozinho, mas você vai errar muito menos e vai evitar lesões se tiver um profissional ao seu lado”, declarou. 

Salvador ressalta que alimentação e atividade física são cuidados constantes para se obter resultados com sucesso e manter um estilo de vida saudável.

Após o período de controle de peso e atividade física regular, o persistente Salvador inicia, com acompanhamento profissional, o desafio da corrida. Mas reforça a importância de cada pessoa procurar o esporte que mais se encaixe e dê motivação. “O principal é você ter planejamento, metas e disciplina para fazer e atingir os seus objetivos, não apenas no esporte que você escolher, mas na vida” declarou o esportista.

Em abril de 2016, na cidade de Palmas, Salvador Henrique completou o Ironman 70.3 e já está inscrito para a prova deste ano, que acontece em maio, em Florianópolis (SC). Acumula ainda no currículo de esportista várias provas de corrida de rua e ultramaratonas que vão de 50 km a até 140 km. 

Celebrar a vida por meio do esporte 

Outro personagem de história inspiradora é o professor de física Carlos Farias, 52 anos, que iniciou a trajetória no esporte por influência de familiares e amigos que já praticavam corrida. “Encontrei-me na corrida em 2019 e desde lá tento evoluir. Já cheguei em 35 km num tempo de 5h45min”, comenta Carlos.

Mas nem sempre foi assim. Nos 10 anos anteriores à mudança, ele era sedentário e os finais de semana eram regados a bebidas, frituras, gorduras, condimentados e industrializados. Segundo o professor, sua condição “beirava o fundo do poço”.

image Carlos Farias é professor de física e mudou estilo de vida após ter covid (Cristiano Cantão/Divulgação)

Para completar, ano passado contraiu a covid-19 e ficou com 80% dos pulmões comprometidos. Logo na sequência teve uma infecção secundária ocasionada por vírus precisou ficar mais um período hospitalizado. Após obter alta médica, saiu extremamente debilitado e perdeu cerca de 10 kg. Ainda hoje sente certas limitações respiratórias.

Carlos decidiu, no fim do ano passado, participar com mais 100 atletas de uma corrida virtual denominada "Eu Venci", que acontece pelo segundo ano e propõe, além do desafio da corrida, o incentivo à prática de esporte, saúde e novas amizades. O professor diz que resolveu participar para “celebrar a vida e homenagear as pessoas que perdemos em 2021”.

A corrida de formato virtual acontece quando os atletas cumprem o desafio individual em quilômetros marcados via aplicativos de corrida ou relógios apropriados (smartwatch), cujos resultados são enviados a uma organização para receber a medalha de participação. A última edição da “prova online” aconteceu no dia 31 de dezembro, com atletas correndo em várias cidades do Pará e até de fora do estado. 

O professor diz que a prática do esporte transformou tudo. “Hoje já tenho uma vida bem regrada, com atividades físicas, corridas e tentando sempre melhorar meu desempenho”, pontuou. 

Carlos Farias também percebe os benefícios na saúde física e mental, tais como bom humor, disposição, além de que rotina ao longo do dia, como por exemplo o trabalho, academia e treinos de corrida ficam mais fáceis de serem realizadas.

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