Árbitro é suspenso após divulgar fotos íntimas de jogadoras de rúgbi em grupo de mensagens
Cauã Ricardo Santos foi suspenso por 20 dias pela Confederação Brasileira de Rúgbi, após vazamento de fotos de jogadoras
A Confederação Brasileira de Rúgbi (CBRu) suspendeu o árbitro Cauã Ricardo Santos, de todas as competições femininas da modalidade, após ele compartilhar fotos íntimas de atletas em um grupo de mensagens. A punição será até o final da temporada.
Segundo o site UOL Esportes, três atletas tiveram o fotos vazadas em um grupo de árbitros por Cauã. Elas aparecem seminuas em fotos que foram tiradas com o consentimento delas, além de nudes enviadas pelas mulheres ao juiz. O árbitro foi procurado, disse que está arrependido e abalado com a situação, porém, não se pronunciou de forma oficial.
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A CBRu informou que está atenta às situações de violência contra as mulheres no esporte. O árbitro Cauã Ricardo Santos já havia sido denunciado no mês de fevereiro. A conselheira da CBRu, Natasha Olsen, conversou com as vítimas e após investigação, ele foi suspenso por 30 dias, punição que foi considerada pequena pelas jogadores.
No mês de junho, o árbitro foi escalado para comandar partidas do Campeonato Sul-Americano, na cidade de Saquarema (RJ). Na competição estava uma jogadora que teve a foto íntima publicada por ele e isso gerou um desconforto entre as atletas.
"A punição foi absolutamente ridícula", disse a jogadora que teve a foto divulgada. "É uma agressão contínua, um silenciamento muito grande. Foi um cala-boca gigantesco.", completou.
A CBRu citou "leis trabalhistas" para justificar a suspensão por apenas um mês. O artigo 474 da CLT limita em 30 dias o período de suspensão. Agora, com a suspensão de jogos femininos, Cauã Ricardo Santos continuará apitando jogos masculinos.
Veja o comunicado da CBRu
“Em fevereiro deste ano, a CBRu recebeu a denúncia de que um árbitro divulgou, em conversas privadas de WhatsApp, imagens íntimas de membras da comunidade de rugby.
A análise do caso seguiu o procedimento padrão adotado pela CBRu em episódios de denúncia e em linha com o que preveem o Estatuto Social e o Código de Ética e Conduta da Entidade: uma Ouvidoria Externa e Independente apura o caso e envia um parecer diretamente para o Presidente do Conselho de Administração, objetivando garantir a imparcialidade do processo e evitar que haja influência indevida de outras pessoas da entidade.
Preliminarmente, foi aplicada uma penalidade ao árbitro com a suspensão por 30 dias de suas atividades, previstas no escopo de sua atuação dentro da Confederação, não sendo remunerado durante este período. Esta punição foi ratificada pelo Conselho de Administração da entidade.
Com relação ao período da punição, adotou-se analogamente e como balizador para fins da integridade das decisões institucionais, o disposto nas Leis Trabalhistas, nas quais é prevista uma limitação de prazo de suspensão de no máximo 30 dias.
Cumprida a punição estabelecida, o árbitro esteve habilitado para exercer suas atividades.
Motivada pela repercussão do assunto, a CBRu decidiu posteriormente, em 22 de junho, afastar o árbitro de todas as competições femininas organizadas pela entidade até o final de 2022. A CBRu reitera que o procedimento adotado neste episódio está em consonância com o previsto em seu Estatuto e seu Código de Ética.
No transcorrer deste ano, o Código de Ética foi atualizado, passando a prever a existência de um Conselho de Ética que analisará os casos. Além disso, a entidade instituiu um grupo de trabalho para promover a Diversidade e Desenvolvimento de Ações da Mulher no Esporte.
Existindo evidências sobre este e outros casos, a CBRu encoraja que as denúncias sejam realizadas, via Ouvidoria, para que a entidade possa tomar as providências que estiverem em sua alçada.
A publicação de informações pela CBRu, em suas plataformas, segue uma dinâmica pré-estabelecida conforme a estratégia de comunicação da entidade. A CBRu está à disposição da imprensa e de integrantes da comunidade do rugby para esclarecer o episódio e como ele está sendo apurado”
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