'Vestindo a camisa que ele veste': pais de Yago Pikachu acompanham estreia do Fortaleza na Libertadores; vídeo
Família Lisboa explica a torcida pelo filho e ídolo do Paysandu, além da relação com o Leão do Pici, estreante na competição continental
"A gente passou a ser como ele: não ter clube. E sim torcer para o que ele estiver, que tiver botando o leite das crianças - as minhas netas e filhas dele. Então, o clube em que estiver, a gente tem que torcer".
As palavras acima são do pai de uma das maiores referências recentes do futebol paraense, o lateral/meia Yago Pikachu, do Fortaleza, e ídolo do Paysandu. Pelo clube cearense, na última quinta-feira (7), o atleta viveu um momento histórico: a estreia do Leão do Pici na Taça Libertadores.
Apesar da derrota para o tradicional Colo-Colo-CHI, por 2 a 1, em plena Arena Castelão, a partida foi uma realização para o clube, assim como para Yago Pikachu. Pensando nisso, a equipe de O Liberal foi até a casa de Carlos Lisboa, carinhosamente conhecido como Seu Lisboa, e Suzy, pais de Pikachu, para acompanhar o jogo, no bairro Parque Verde, em Belém.
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Nervosismo
Até parecia que eram eles em campo. Nas transmissões das partidas, comentaristas sempre apontam o nervosismo dos jogadores diante de uma estreia em torneio importante, mas a família do jogador em nada fica atrás. Seu Lisboa e Suzy vestem, literalmente, a camisa do Fortaleza. Ambos conhecem os jogadores, gritam palavras de incentivo e xingamentos, e - pasmem - sobra até para Pikachu.
"A gente conhece [os jogadores] pelo tempo que [o Yago Pikachu] está lá. É assim, a gente torce, grita, vibra, chama nome [palavrões], eu torço assim. Falo com a televisão sozinha e assim vamos torcendo. Quando perde, parece que eu estou lá no estádio. 'Por que não chutou com força?', 'por que não passou a bola?'", brinca a mãe.
Se os pais já estavam tensos, imaginem quando o atacante Lucero recebeu na área e bateu cruzado para abrir o placar já na reta final do primeiro tempo. Um a zero para o Colo-Colo, que estava melhor em campo. "A saída [de bola] está muito lenta, mas vamos virar", afirmou Seu Lisboa no intervalo.
Climão até a assistência...
Logo no começo do segundo tempo, um balde de água fria na esperança. Os chilenos conseguiram um contra-ataque, Gil deu um passe cruzado e rasteiro para Solari fazer o segundo, para desespero e mais reclamações da 'família Pikachu'. Sobrou até para o comentarista, que criticou Yago pela falta de obediência tática do paraense na partida - ambos os gols saíram nas costas do jogador: "Tá de sacanagem [sic]", gritou a mãe.
Para piorar, Moisés foi empurrado dentro da área e o árbitro decidiu não marcar pênalti para o Fortaleza. Como a fase de grupos da Libertadores não tem VAR, a decisão de campo foi mantida e Suzy e Seu Lisboa foram à loucura, amenizada apenas quando Pikachu recebeu na área e deu uma assistência açucarada para o meia Renato Kayzer diminuir.
"A gente sempre conversa em relação ao jogo: postura do time dentro de campo, lances que poderiam ter uma tomada de decisão melhor. A tomada de decisão que ele teve no gol do Fortaleza [foi boa], ele tinha uma oportunidade de frente com o goleiro e preferiu servir o companheiro. Ali se passa milésimo de segundos", explicou Seu Lisboa, que jogou futebol profissionalmente e disputou o Parazão com o Tiradentes, no final dos anos 90. "A gente conversa mais sobre futebol".
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'Vestindo a camisa que ele veste'
O Fortaleza tentou pressionar até o fim. Mas o último suspiro de esperança se esvaiu aos 48 do segundo tempo, quando Lucas Crispim mandou a bola na área e Marcelo Benevenuto cabeceou na trave e no rebote, isolou cara a cara com o gol. Em alguns segundos, o desespero da família Lisboa deu lugar ao semblante do 'não foi dessa vez'.
"Foi uma boa estreia, não foi melhor porque não ganhou o jogo. Mas vamos melhorar", garantiu a mãe, enquanto lá fora, o vento sopra e a bandeira do Fortaleza, na frente da casa, tremula. "Para onde ele vai eu vou. Era Paysandu, depois foi para o Vasco. Para onde ele for pulando a gente vai torcendo. Vestindo a camisa que ele veste".
Já Seu Lisboa admitiu durante a partida querer assistir ao jogo contra o gigante River Plate-ARG, em Buenos Aires: "A gente está vendo uma oportunidade para que a gente possa prestigiar ele na Libertadores. Até porque, só prestigiamos ele em competições nacionais. Estamos vendo a melhor maneira possível. É um garoto que todo pai gostaria de ter como filho. E [somos] Fortaleza desde criança", concluiu Lisboa.
O próximo desafio do Fortaleza na Libertadores é na próxima quarta-feira (13), às 21h, contra o River, no Monumental de Núñez.
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