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Acordo para transformar a Tuna Luso em SAF cria cisão no clube e pode terminar na Justiça

A divergência entre os poderes instituídos na Águia Guerreira podem melar a negociação, que vem sendo conduzida pela presidente Graciete Maués, junto ao ex-jogador e empresário Mariolino Costa

Luiz Guilherme Ramos

Aos 120 anos de história, a Tuna Luso Brasileira, que detém o título de clube mais antigo do Pará em atividade, pode estar prestes a mudar o rumo de sua trajetória esportiva, ao transformar sua estrutura administrativa em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o que possibilitaria uma mudança significativa em termos de gestão e futebol. Nos últimos meses, no entanto, a possível mudança estatutária tem sido discutida, após um contrato preliminar feito entre a presidente do clube, Graciete Maués, e o ex-jogador do clube e empresário, Mariolino Costa, ter sido rechaçado pela Assembleia Geral do clube. 

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"Só preciso da aprovação da Assembleia Geral do clube para formar a SAF e vamos que vamos. Quem já esperou 5 anos por amor ao clube pode esperar muito mais até que, aquele que não ama o clube, saia e dê espaço para o clube se tornar um diferente. Infelizmente têm pessoas dentro da Tuna que só pensam no interesse deles e deixam o clube virar escombros e ruínas. É muito triste que esta situação ocorra", reclama.

Presidente da Assembleia Geral rebate empresário

O principal foco de resistência dita pelo empresário passa pela cúpula da Assembleia Geral, presidida atualmente por Jacinto Campina. Conforme a informação dada pelo dirigente ao jornalista Carlos Ferreira, a previsão contratual não tem valor jurídico, portanto, não pode ser apreciada pela AG. "Devo informar que isso não foi um contrato assinado pela presidente, foi uma carta de intenções que ela não tinha e nem tem poderes para assinar pelo clube sem o referendo de Condel e AG, conforme o estatuto", rebate. 

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Jacinto disse ainda que a pretensão mostrada pelo ex-jogador não encontra parâmetros legais para a concretização do negócio, dada a falta de informações mais "claras" sobre o processo, que inclui a devida explicação da origem do dinheiro prometido pelos investidores.

"É um papel sem nenhum valor. O sr. Mariolino continua usando indevidamente esse argumento. Até esta data esse cidadão não apresentou sequer um documento legal que credencie sua empresa, ou ele pessoalmente para uma possível SAF. Em reunião minha com o presidente do Condel e a presidente Graciete demos por encerrado o assunto. Para que possa ser levado à discussão, precisamos de farta documentação legal, inclusive da origem do capital, para depois de exaustiva análise por nossa auditoria, jurídico e comissão de notáveis conhecedores do assunto, colocarmos na pauta do Condel para análise deles. Sendo aprovado, aí sim, convocarei a AG. Sem isso não aceitaremos nem conversamos. Ele sempre argumenta que quer vir  apresentar e explicar, porém só conversa não ganha jogo", encerra. 

Benfeitorias

A dita "carta de intenções" assinada por Mariolino e Gaciete Maués e registrada em cartório, foi obtida pela reportagem. O documento não apresenta possíveis valores para a compra da SAF da Tuna, nem quanto seria investido no clube, porém, afirma que 30% das receitas líquidas da SAF seriam repassadas para a Tuna e o acordo teria validade por no mínimo 30 anos.

Além do estádio Francisco Vasques, o ginásio poliesportivo e o parque aquático tunante seriam reformados e haveria a construção de um novo centro de treinamento cruzmaltino, com hospedagem para os jogadores. Também estava prevista a construção de uma nova sede administrativa, restaurante, bar e salão de festas, entre outras obrigações administrativas.

 

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