Por que Neymar não jogou pelo Al-Hilal antes da convocação da seleção?
Assim como no Campeonato Saudita, o atacante só poderá voltar a disputar a copa nacional a partir de janeiro
O Al-Hilal goleou o Al-Tai por 4 a 1 nesta terça-feira, pelas oitavas de final da Copa do Rei Saudita. Neymar, recuperado de lesão no joelho - mas ainda em processo de recondicionamento físico, não entrou em campo (e nem estava no banco de reservas, onde ficaram vários outros grandes atletas).
Por que o brasileiro ficou de fora? Porque, assim como no Campeonato Saudita, o atacante só poderá voltar a disputar a copa nacional a partir de janeiro, já que não foi inscrito na lista de estrangeiros da equipe. No regulamento da Copa do Rei Saudita, é preciso que os atletas estejam regularizados na competição nacional.
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O artigo 19 do regulamento copa esclarece isso: "Cada clube tem o direito de que seus jogadores, sejam sauditas ou estrangeiros, participem da competição de acordo com o número permitido de inscrição no elenco do time na competição da liga em que o time participa na mesma temporada em que o a competição é realizada. Como esclarecimento do parágrafo, as equipes do Campeonato Saudita podem participar com no máximo dez jogadores estrangeiros".
Diante do quadro de recuperação do atacante, que lesionou o joelho e dois meniscos em outubro de 2023, a expectativa do Al-Hilal e da seleção brasileira era de que o camisa 10 estivesse à disposição a partir do agosto, o que não ocorreu. Por isso, o clube, juntamente com o técnico Jorge Jesus, optou por deixá-lo fora da lista enviada à Federação Saudita para a disputa da competição.
Neymar ficou fora pelo limite de estrangeiros. Nesta temporada, a Federação Saudita impõe que cada clube tenha, no máximo, dez estrangeiros por elenco - sendo que dois destes podem ter, no máximo, 21 anos. No elenco atual do Al-Hilal, há dez estrangeiros, mas apenas um com 21 anos - Marcos Leonardo, ex-Santos e Benfica. Dessa forma, há nove jogadores para oito vagas.
Diante da demora para Neymar se recuperar, Jorge Jesus optou por colocar Renan Lodi no lugar de Neymar. Dessa forma, o camisa 10 só pode retornar ao Campeonato Saudita e à Copa do Rei Saudita em janeiro, quando é permitido fazer alterações na lista - por causa da janela de transferências -, e se o Al-Hilal optar por inscrevê-lo. Até lá, só poderá disputar a Liga dos Campeões asiática.
Para cada partida do Sauditão, uma equipe pode levar oito jogadores estrangeiros a campo. Yassine Bounou, goleiro marroquino, tem ficado fora da lista de Jorge Jesus enquanto se recupera de lesão. Isso não permite, no entanto, que Neymar seja inscrito no seu lugar. O mesmo vale para a Copa do Rei Saudita. Segundo o regulamento da competição, cada clube pode colocar até dez jogadores estrangeiros por partida, mas estes precisam, necessariamente, estar com sua situação regularizada no Campeonato Saudita. Este não é o caso de Neymar.
Um ano e quatro dias após se lesionar em partida da seleção brasileira, o atacante voltou a entrar em campo em uma partida oficial nesta segunda-feira, 21. O brasileiro ficou cerca de 30 minutos em campo na vitória sobre o Al-Ain, por 5 a 4, pela Champions League da Ásia. "Me sinto bem. É muito difícil. O Al-Ain tem um bom time, mas estou feliz. Estou de volta, estou de volta", disse Neymar, após duelo pela Champions League asiática. Em campo na reta final da partida, teve a oportunidade de ir às redes, mas Khalid Eisa fez boa defesa.
A próxima convocação de Dorival Júnior para a seleção brasileira será anunciada na próxima sexta-feira. O próximo jogo que Neymar pode disputar será no dia 4, contra o Esteghlal, do Irã, pela Liga dos Campeões asiática. Com a ausência do atacante em partidas oficiais até, o treinador da seleção brasileira terá de definir se convoca Neymar com base em 29 minutos disputados contra o Al-Ain.
O plano do técnico Dorival Júnior e da CBF era aguardar a reestreia de Neymar para, então, debater seu retorno à seleção brasileira. Durante os últimos meses, Jorge Jesus chegou a afirmar que Neymar só retornaria a campo em 2025.
Em 2023, quando havia sido recém contratado pelo clube saudita, o atacante foi convocado por Fernando Diniz para os duelos com Bolívia e Peru, pelas Eliminatórias. Ele entrou em campo, foi titular e se tornou o maior artilheiro da história da seleção, superando a marca de Pelé. No entanto, o episódio gerou um atrito com Jorge Jesus e o Al-Hilal. "Não sei porque está na convocação da seleção brasileira um jogador que está lesionado. Não vai jogar, porque não tem condições de jogar. Nem treinar, quanto mais de jogar", afirmou o treinador português à época.
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