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Manipulação de resultados no futebol brasileiro cai 48% em 2024

Em 2024, 721 partidas de futebol foram consideradas suspeitas, o que representa uma redução de 18% em comparação ao ano anterior

O Liberal

A manipulação de resultados no esporte, uma prática que já foi um problema recorrente em diversas modalidades, vem perdendo força ao longo dos anos. Em 2024, esse declínio se confirmou de maneira expressiva, conforme aponta o relatório de integridade esportiva da Sportradar, uma das maiores empresas de tecnologia esportiva do mundo. O documento, que analisou mais de 850 mil partidas em 70 esportes diferentes, revelou que o número de jogos com indícios de manipulação caiu 17% em relação a 2023.

Entre os casos suspeitos identificados, o futebol continua sendo o mais atingido, embora tenha mostrado avanços significativos. Em 2024, 721 partidas de futebol foram consideradas suspeitas, o que representa uma redução de 18% em comparação ao ano anterior. O Brasil, que em 2023 liderava o ranking mundial de jogos sob investigação, também apresentou um cenário mais otimista. Foram 57 partidas detectadas com possíveis manipulações em 2024, menos da metade dos 110 jogos registrados no ano anterior.

O relatório destaca que a maior parte das partidas manipuladas no Brasil ocorre em divisões inferiores e em competições regionais, onde o controle e a fiscalização são mais difíceis. Apenas quatro jogos suspeitos de 2024 foram disputados em torneios organizados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), representando um percentual ínfimo diante do total de partidas analisadas.

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A Europa continua sendo o continente mais afetado pela manipulação de resultados, mas também apresentou uma queda expressiva. Das 1.108 partidas suspeitas globalmente, 439 aconteceram em território europeu, uma redução de 34% em comparação ao ano anterior. Na África, o progresso foi ainda mais notável, com uma diminuição de 36% nos casos suspeitos, indicando que esforços para coibir práticas ilícitas estão surtindo efeito.

Segundo Andreas Krannich, vice-presidente executivo de integridade da Sportradar, os números são promissores, mas o desafio permanece. "Embora a redução significativa de partidas suspeitas em 2024 nos dê motivos para otimismo, ela também destaca a necessidade de vigilância contínua e inovação, já que o número ainda é expressivo", ressaltou. A empresa trabalha em parceria com entidades como a CBF, Fifa, Uefa e Conmebol, além de organizações como o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a NBA.

Para identificar irregularidades, a Sportradar utiliza ferramentas avançadas de análise de dados e inteligência artificial, que monitoram padrões de apostas ao redor do mundo. Esse sistema permitiu que, em 2024, investigações resultassem em 104 punições aplicadas em 15 países. O uso de tecnologia, aliado a um esforço conjunto das indústrias esportiva e de apostas, tem se mostrado fundamental para proteger a integridade dos eventos esportivos.

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