Grupo de conselheiros do São Paulo pede impeachment de Leco

Documento com 50 assinaturas solicita abertura de processo de destituição por 'gestão temerária'. Presidente do Conselho Deliberativo vai analisar se o pedido é válido

Fellipe Lucena
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Um grupo de conselheiros do São Paulo elaborou um pedido de impeachment do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, cujo mandato termina em dezembro de 2020. A informação foi divulgada inicialmente pelo Globo Esporte.

O requerimento que será protocolado no Conselho Deliberativo tem 50 assinaturas (o órgão tem 240 membros no total) e se baseia em suposta "gestão temerária de Leco", sob o argumento de que o orçamento está estourado em mais de 5% - o clube registrou déficit de R$ 76,5 milhões entre janeiro a agosto e, em relatório entregue a todos os seus conselheiros, admitiu a necessidade de vender jogadores para normalizar a situação.

Outro ponto citado no documento é a celebração de documentos sem a anuência prévia do Conselho Deliberativo. Em 2 de julho de 2019, o órgão votou para aprovar empréstimos bancários que o clube já havia acertado anteriormente.

A diretoria acredita que os argumentos são improcedentes. Primeiro pelo fato de ainda ser possível cobrir o rombo no orçamento até o fim do ano - a expectativa é arrecadar pelo menos R$ 80 milhões em venda de jogador, possivelmente de Antony, que desperta interesse na Alemanha. Depois porque, segundo os pares de Leco, tanto o Conselho de Administração quanto o Conselho Deliberativo aprovaram ainda no ano passado a busca por empréstimos bancários em caso de necessidade.

O presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Abranches Pupo Barboza, agora precisa analisar o pedido e decidir se dá prosseguimento ao processo. O Estatuto prevê a convocação de uma assembleia geral do Conselho no prazo de 30 dias para que o impeachment seja votado. Leco ficaria suspenso até a realização desta reunião e perderia o mandato em caso de aprovação de pelo menos dois terços do total de Conselheiros - ou seja, 160 votos a favor da destituição, o que é considerado bastante improvável devido à grande quantidade de grupos de situação. Em caso de impedimento, quem assume é o vice-presidente: hoje, Roberto Natel.

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