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FPF estuda escalar árbitra da final da Segundinha para a decisão da Supercopa Grão-Pará

Gleika Pinheiro foi vítima de comentários misóginos na partida entre Capitão Poço e Independente. 

Caio Maia
fonte

A Federação Paraense de Futebol (FPF) estuda o nome da árbitra Gleika Pinheiro para apitar a partida entre Paysandu e Tuna Luso, pela final da Supercopa Grão-Pará, que será disputada no dia 12 de janeiro, no Mangueirão. A informação foi confirmada por uma fonte do Núcleo de Esportes de O Liberal.

Gleika é um dos quadros de destaque da FPF, participando de jogos nos campeonatos brasileiros masculino e feminino em 2024. No entanto, o nome da profissional esteve envolvido em um episódio lamentável na última semana. Ela foi vítima de comentários misóginos feitos por um radialista após a partida entre Capitão Poço e Independente de Tucuruí, pela final da Série B1 do Parazão, a Segundinha. O confronto terminou com vitória do Galo Elétrico por 2 a 1.

O caso ocorreu nos minutos finais do segundo tempo da partida, quando uma confusão se instaurou entre os jogadores de Capitão Poço e Independente. Enquanto o desentendimento ocorria em campo, o comentarista de uma emissora que transmitia o jogo, cuja identidade não foi revelada, fez declarações misóginas sobre a equipe de arbitragem.

“Não tenho nada contra as mulheres, quero bem, amo. Mas não era para apitar um jogo desse. Colocar um trio desse para apitar aqui não tem como. Não desmerecendo nenhuma das mulheres, não sou contra elas. Mas um jogo de decisão não é para [mulher] apitar, escolhe o melhor árbitro que tem no estado e bota para apitar. Não desmerecendo, mas não tem pulso para segurar um jogo desse, ela não tem pulso. Ela vai já acabar [a partida] e é a melhor coisa que ela faz. Um jogo que não é para uma menina dessa apitar”, disse o comentarista.

"Árbitra de destaque", diz presidente da FPF

Questionado sobre a presença de Gleika na final da Supercopa, o presidente da FPF, Ricardo Gluck Paul, preferiu não comentar diretamente sobre o assunto, mas se manifestou sobre o episódio. Ele exaltou a qualidade da árbitra.

"Fiquei profundamente chocado, porque a Gleika, além de tudo, é uma grande árbitra do futebol paraense, com altíssimo prestígio na CBF. Hoje, é importante destacar isso: ela está apitando jogos dos campeonatos das Séries A, B, C e D, tanto no masculino quanto no feminino. No caso do futebol feminino, nem se fala, a Gleika apitou a partida entre Corinthians e Flamengo, para começar. Ou seja, ela foi escolhida a dedo para apitar essa final, justamente porque é vista por nós como uma das melhores árbitras da competição", disse.

Ricardo finalizou dizendo que o Parazão de 2025 será marcado pela maciça presença feminina nas escalas de arbitragem. Neste sábado (7), ocorre o congresso arbitral da competição, horas antes do congresso técnico, que será realizado no município de Tracuateua, no nordeste do Pará.

"A Federação não vai se submeter a esse tipo de atitude. Quem 'torce o nariz' para mulheres no gramado vai ter muitos problemas no nosso campeonato, porque vamos, sim, prestigiar o trabalho feminino. Posso te adiantar, em primeira mão, que teremos várias mulheres apitando jogos no Campeonato Paraense de Futebol da primeira divisão masculina, porque temos mulheres competentes para isso", finalizou.

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