Del Filho, diretor de competições da FPF, detalha calendário 2023, com 19 campeonatos
Competições da Federação Paraense de Futebol triplicam e passam de seis para 19 torneios. Maior interiorização e minutagem para a base são focos centrais
A Federação Paraense de Futebol divulgou, em seu site, o calendário de competições para 2023. O documento mostra um grande salto na quantidade de torneios que serão disputados na temporada: pulou de seis para 19 campeonatos. Os eixos mais atingidos foram as categorias de base (que passaram de duas para 12 competições) e o feminino (que agora terá quatro categorias). Del Filho, Diretor de Competições da FPF, conversou com o Núcleo de Esportes de O Liberal sobre a organização dos torneios e os desafios que vêm junto.
“Isso é um novo marco no futebol paraense. Sabemos que vamos trabalhar muito, que vai gerar muito trabalho e muita dedicação. Nós estamos nos preparando para isso e vai ser extremamente positivo”, salientou. “A gente vai ter que montar um quebra-cabeça? Claro, mas se não colocarmos um desafio na frente e não tivermos coragem para fazer, nunca se faz. Tem que ter coragem, planejar, ver os recursos que a gente tem disponíveis e aloca-los para que possa realizar as competições. Nós vamos fazer”, reforçou Del Filho.
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Futebol profissional
Além do Parazão e da Série B do estadual, este ano será lançada a Terceira Divisão, o Parazão B2. O calendário prevê um espaço de pouco mais de um mês de disputa entre 3 de junho e 9 de julho.
“Ano passado a Segunda Divisão já teve descenso. É mais uma competição profissional no nosso calendário. Isso é muito importante para que a gente consiga ter competições mais sustentáveis. A ideia é, dentro de dois/três anos, ter um número de equipes na Segunda Divisão aproximado ao número da Primeira Divisão, que é o que, no mundo inteiro, as principais competições fazem justamente para que se tenha esse equilíbrio”, explicou o diretor.
Quanto ao desafio de garantir estádios com laudos para a competição, Del Filho explicou que o campeonato terá uma operação, à princípio, reduzida. “A Terceira Divisão é uma competição de um mês. Deve ter de seis a oito equipes. A ideia é dividi-las e encontrar um formato que a gente concentre jogos em estádios que tenham liberação ou que a gente tenha o domínio da operação”, explicou.
Futebol Feminino dobra de tamanho
Até 2022 a FPF organizava dois torneios para só para mulheres: o Parazão Feminino Adulto e o estadual Sub-20 da categoria. Agora, o foco é fomentar a formação de novas atletas.
“Acrescentamos mais duas competições. Em 2022 tivemos duas: o Paraense Adulto e tivemos uma Sub-20. Destacando a criação Copa Ceju Sub-17, que é a implementação de uma competição literalmente da base do futebol feminino, que será disputada no Ceju, um espaço destinado para a base”, apontou.
Base mais forte
O grande aumento no quadro da Federação está nas categorias de base masculina, que ganha mais espaço e tempo. O salto é de duas para 12 competições, que também serão interiorizadas. O objetivo é dar mais minutos em campo aos garotos, diminuindo a defasagem para as regiões Sul e Sudeste do país, cuja média é de até 50 partidas por temporada.
“Temos que fugir desses números negativos que a gente tinha em que equipes que jogavam duas, quatro, seis partidas no máximo por ano no futebol da base oficial. Queremos, pelo menos, triplicar esse número daqueles que menos jogam. Os que mais jogavam no Sub-17, chegando na final, faziam 12 jogos. A gente quer que os campeões façam pelo menos 30 partidas, para elevar essa rodagem, minutagem, para quando as nossas equipes forem jogar as competições nacionais estejam melhor preparadas e que tenhamos atletas subindo cada vez mais em melhores condições para os times profissionais”, argumentou Del Filho.
Além da minutagem e da rodagem, o novo calendário coloca no horizonte no futebol paraense a perspectiva de melhores negócios não só para os grandes da capital, como Remo e Paysandu, mas uma formação de atletas descentralizada.
“Isso é um ganho quantitativo de mais de 200% apresentando justamente aquilo que a gente precisa para o futebol paraense: dar minutagem, dar rodagem ao nosso atleta e condições aos clubes para que possam revelar mais jogadores e talentos, elevando o futebol paraense a um patamar que ele já esteve, entre os principais do Brasil; que possam gerar bons negócios, bons frutos, traga recursos financeiros aos nossos clubes e que o Pará possa se recolocar nesse mercado aonde todo mundo hoje faz scout, faz acompanhamento da quantidade de jogos dos atletas”, detalhou o dirigente da FPF.
Interiorização
Para expandir o número de jogos e equipes, a Federação mirou o interior do Pará. O Sub-20 e o Sub-17 passam a ter Copas regionais no calendário.
“Antes, os times do Oeste paraense montavam equipes aqui em Belém para jogar. Então, com certeza, vão surgir mais clubes. Tem surgido o interesse de muitos clubes se filiarem como amadores na Federação. Essa interiorização vai justamente dar a oportunidade de muita gente levantar taças, porque você vai ter o ‘campeão da Copa Sul do Pará’, o ‘campeão da Copa Oeste do Pará’, e por aí vai. Ou seja, vai aumentar a competitividade, aumentar o número de interessados e vai ser muito mais palpável a condição de título”, explicou Del Filho.
Execução
O calendário de competições 2023 já está aprovado e publicado para consulta no site da Federação Paraense de Futebol. O Departamento de Competições irá convocar, na próxima semana, todos os filiados - clubes profissionais e amadores – para detalhar o calendário e tirar dúvidas.
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