Com onça adotada, atacante Richarlison fala sobre ativismo fora de campo: ’Acho importante falar’
Brasileiro adotou a onça Acerola durante uma visita ao Pantanal em junho deste ano
O atacante da Seleção Brasileira Richarlison adotou simbolicamente a onça Acerola durante uma visita ao Pantanal em junho deste ano. Com isso a ida ao local, o jogador pode ter um contato maior com a natureza e durante uma entrevista para o ECOA, o atleta falou sobre a experiência.
“O Pantanal é um lugar mágico, onde a gente tem contato com a natureza o tempo todo. E no Onçafari tive a chance de conhecer muitas coisas da região que nem fazia ideia que existiam e são fantásticas. Além da oportunidade surreal de ver as onças passando pertinho do carro e sem nem se incomodar com a nossa presença ali, as araras-azuis também... Enfim, foi um momento que nunca mais vou esquecer”, declarou o atacante.
Acerola foi o nome escolhido por Richalison para a onça, que é um macho de dois anos de idade. A visita do jogador foi realizada por meio de uma das ações da Nike sobre o lançamento da camisa da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo do Catar.
VEJA MAIS
Diferentemente de muitos jogadores brasileiros, Richarlison vem se posicionando em favor de causas ambientais, contra o racismo e durante a pandemia se aliou a organização USP Vida para ajudar no combate à covid-19. O atacante também se manifestou para pedir atenção para o apagão que o estado do Amapá sofreu em novembro de 2020. O jogador disse entender que é preciso ter empatia pelo outro e por isso tem se engajado em causas sociais.
“Acho importante falar, mobilizar pessoas, porque, infelizmente, alguns que estão no comando só se movimentam para fazer alguma coisa quando existe algum tipo de pressão popular ou quando existe a possibilidade de ganhar votos… Eu tento mobilizar quem me segue, mostrando o que está acontecendo e cobrando de quem é a responsabilidade por essas situações”, explicou o jogador.
Richarlison ainda contou que sempre que se manifesta politicamente nas redes sociais sofre xingamentos, perde seguidores. Mas ressaltou que não vai fazer com que ele pare.
“Não me considero um cara politizado no sentido que alguns tentam colocar, só me conscientizei do que eu posso fazer, até onde a minha voz pode chegar e quem eu quero ajudar. Toda vez que me posiciono por algo que acredito, vem um monte de gente xingar, um monte de gente para de me seguir e dá uma dor de cabeça danada. Só que eu não ligo para isso. Enquanto puder fazer algo pra mudar meu país para melhor, eu vou estar aqui pra colocar a boca no mundo e gritar mesmo. Não vou parar por conta de meia dúzia de haters — e nem se fossem milhares”, concluiu o atleta.
(Aila Beatriz Inete, estagiária, sob supervisão de Pedro Cruz, coordenador do Núcleo de Esportes)
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA