Camisa do Remo: Empresa que pode fechar com Leão iniciou o projeto de marca própria do Paysandu
Remo analisa renovação de contrato com a Volt, porém, a empresa Bomache pode fechar com o Leão e desenvolver projeto de marca própria
A temporada 2023 ainda não chegou ao fim, porém, o contrato que o Remo tinha com a empresa de material esportivo Volt terminou e, o clube analisa a proposta de renovação da Volt, além de outras marcas que querem produzir o manto do Leão na próxima temporada. Outra possibilidade azulina é fechar com uma empresa que faça a tão debatida “marca própria”. Uma das marcas que o clube azulino analisa é a Bomache, empresa que iniciou o processo de marca própria do Paysandu, seu maior rival.
Em entrevista ao O Liberal há cinco meses, o ex-presidente do Paysandu, Alberto Maia, falou de como surgiu a necessidade do clube em ter uma marca própria e explicou como foi todo o processo de estudo, análise e como o clube chegou com a Bomache e não renovou seu contrato com a Puma e descartou outras grandes marcas.
“A ideia da marca Lobo surgiu quando o Paysandu subiu na gestão do Vandick. Nós precisávamos fazer umas camisas com urgência, cotactamos com as [marcas] ‘Voleio’ e ‘Bomache’ e a Bomache conseguiu fazer umas camisas com urgência para o Vandick vender, de acesso à Série B. Achei legal o trabalho que eles fizeram, nos atenderam, trabalharam o final de semana todo para atender a demanda que o Paysandu tinha solicitado e eu vi, o quanto faturou com as vendas dessas camisas. E eu me indignava quando era diretor jurídico e depois assumi o Paysandu, de ver quanto a empresa [Puma] depositava na conta do Paysandu”, comentou.
ASSISTA
Alberto Maia falou das conversas que teve com a Bomache, Puma e também Adidas, porém, a ideia partiu de uma reunião com os conselheiros do clube.
“Chamei a empresa [Bomache] para conversar em Belém, ainda em dezembro [2014], pois quando ganhei a eleição, o Vandick me deu ‘carta-branca’ para tomar as decisões e tratar com o futebol. Chamei a Puma, que confeccionava o material esportivo, falei que eles utilizavam o estádio a sede, para que eles repesassem o percentual de 10% que eles pagavam, vamos pensar no aluguel, que precisávamos profissionalizar o Paysandu e nessa reunião não foi para frente, disseram que havia um contrato e que ele devia ser respeitado. Diante disso me levantei e disse que nos falaríamos quando quiserem renovar o contrato e não respeitaram a grandeza da instituição. Aí pensamos em trocar [de fornecedora] e nessas reuniões da diretoria coloquei essa questão da Puma, que iriamos avaliar, ouvir outras marcas. Não sei se foi o Ulisses ou Ícaro Sereni, que perguntou se podíamos fazer uma marca própria para o clube. Bastante interessante a ideia, pedi um projeto, traz para mim, e a ideia partiu deles, mas o projeto não chegou na minha mão e a Adidas me contatctou, repassei ao jurídico, mas o valor não era interessante”, disse, Maia.
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Bomache
O então presidente do Papão decidiu pensar na marca própria e fez contato com a Bomache, para que fosse analisado custos, produção, logística e aí surgiu a marca Lobo, que veste o Paysandu desde 2016.
“Foi quando entrei em contato com o dono da Bomache, pedi que ele viesse a Belém, e ele veio. Conversamos, expliquei a ele perguntei se ele tinha condições de fazer essa fabricação e pedi umas réplicas de como seriam os uniformes. Ele disse que teria condições, conversamos sobre prazo e iniciamos a preparação do projeto e tínhamos que avaliar o custo do material que o clube utiliza, patrocinadores, venda, mão de obra e vimos que tinha viabilidade do projeto. Levei para o Condel e pedi para Nossa Senhora que mostrasse o caminho, mas eu estava decidido que seria marca própria. Aí começamos a segunda fase do projeto e o Renato Costa, nosso diretor de marketing, trabalhou isso em uma reunião com a diretoria mais próxima e foi unanime a escolha da marca lobo, ajustamos alguns detalhes e a marca é o que é hoje. Isso foi em 2016 e iniciamos a tratar desde novembro de 2015 e lançamos a camisa e em nove meses vendemos R$8 milhões e nos proporcionou um caixa que pudéssemos cumprir com as nossas obrigações. Ela surgiu de um anseio que tínhamos de ter um produto que o controle fosse nosso. Segundo era lançarmos os produtos de acordo com a nossa necessidade e o futebol é uma incógnita e não tínhamos com outras empresas de produzir camisas de campeão, uma camisa comemorativa com o hoje se faz. Era a busca de receita, isso é profissionalismo, um passo difícil de ser dado e disse à diretoria que iria levar a ideia e se desse errado a culpa seria minha”, finalizou.
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Remo e Volt
O contrato da Volt encerrou com a gestão do então presidente Fábio Bentes e, o clube, busca uma nova fornecedora que dê garantias financeiras melhores. Uma contraproposta da Volt foi enviada ao Remo, que analisa a situação, porém, a marca própria é um assunto que o clube busca faz um certo tempo. O Remo já possui a marca própria “Rei”, que é utilizada nas peças casuais ou em algumas camisas comemorativas, como do Círio de Nazaré, Dia dos Pais, Reveillon, além de vestir alguns esportes olímpicos. A Bomache surge no Remo como uma opção de colocar em prática a marca própria de firma completa, atendendo o enxoval do futebol, torcedores e também os esportes olímpicos e base, podendo ampliar a receita do clube.
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