Fraudes nas apostas: Áudio revela ameaça para manipulação de resultado de jogos de futebol
Oito jogadores são acusados de envolvimento no processo de manipulação da Série B do Brasileirão. Grupo também teria atuado na série A
Gravações obtidas pelo Ministério Público de Goiás no processo que investiga a manipulação de resultados de jogos de futebol do Campeonato Brasileiro revelam o tom de ameça dentro do esquema. "Ninguém é de apavorar ninguém. Só que o cara é do Primeiro Comando, o cara é o certo pelo certo. A partir do momento que ele perder 50 centavos, ele já vai atrás com dois pés na porta. Agora, imagina R$ 500 mil...", diz um dos trechos, que o Esporte Espetacular teve acesso.
No total, oito jogadores são acusados de envolvimento na fraude na Série B do Brasileirão. Uma das conversas mostra o desespero do meia Marcos Vinicius Alves Barreira, mais conhecido como Romário, ex-jogador do Vila Nova, na tentativa de captar companheiros para o esquema. As investigações indicam que o grupo também atuou na Série A dos estaduais de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul de 2023.
Nas gravações, o empresário de jogadores como Bruno Lopez Moura aparece como o aliciador. Em uma das conversas, ele faz uma dura cobrança a Romário, para que o atleta do Vila Nova cometesse um pênalti ainda no primeiro tempo da partida contra o Sport, pela última rodada da Série B. Porém, o jogador acabou ficando de fora da lista de relacionados.
Bruno, Romário e outras 12 pessoas se tornaram réus no processo, depois que a Justiça de Goiás aceitou a denúncia feita pelo MP, na última sexta-feira (17). Desse total, oito são atletas. O grupo responde pelos crimes de organização criminosa e corrupção em competições esportivas, podendo pegar até seis anos de prisão.
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As investigações também apontam que Romário e o seu possível companheiro de fraude, o atleta Gabriel Domingos, tentaram, sem sucesso, persuadir outros quatro atletas a participar do esquema: Riquelme, Jean Cândido, Wiliam Formiga e Van Basty. Em diálogos apreendidos, há ofertas de valores que giravam entre R$ 50 e R$ 200 mil. Mas a partida terminou 0 a 0, sem penalidades, e o grupo ficou no prejuízo.
Romário, então, recorreu ao presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, que se disponibilizou a ajudar com o intuito de deflagrar o esquema. Foi a partir daí que as investigações caminharam até a denúncia de oito jogadores.
Os jogadores denunciados são:
- Romário (ex-Vila Nova),
- Joseph (Tombense),
- Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá),
- Gabriel Domingos (Vila Nova),
- Allan Godói (Sampaio Corrêa),
- André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano),
- Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã),
- Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).
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