Entre crítica e apoio, Gabigol fica no banco e vê Pedro classificar Flamengo na Copa do Brasil

Gabigol, em seu primeiro jogo após vestir a camisa do Corinthians em dia de folga, não saiu da reserva

Estadão Conteúdo

O Flamengo está nas oitavas de final da Copa do Brasil. Mais uma vez graças a seu goleador do ano, Pedro, que definiu novo 1 a 0 sobre o Amazonas, desta vez na Arena da Amazônia, em Manaus. Gabigol, em seu primeiro jogo após vestir a camisa do Corinthians em dia de folga, não saiu da reserva e ainda viveu uma noite inusitada, de apoio dos locais e de críticas da torcida rubro-negra que saiu do Rio de Janeiro.

Pela primeira vez sem o número 10 às costas após vestir a camisa do Corinthians, Gabigol - agora é o 99 - ficou somente na reserva, como já era o esperado. Ele ainda não tem condições de jogar muitos minutos após ficar afastado por causa de punição por possível fraude em exame antidoping.

Assim como ocorreu na chegada da delegação a Manaus, o atacante foi bastante ovacionado e aplaudido pelos flamenguistas locais na entrada ao gramado. Mas viu que não terá vida fácil com os torcedores cariocas. Uma faixa escrita "não somos fãs de canalhas" mostrava o tamanho da decepção de uma uniformizada com seu artilheiro. Outro o definia com "judas".

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O reencontro no Maracanã será na terça-feira, diante do Millonarios, pela Libertadores. O jogador não teve suas desculpas aceitas pelos flamenguistas e a diretoria não imaginava tamanha pressão por uma rescisão de contrato - achou que a punição financeira e no número fossem suficientes.

Até lá, o time vai tentando resgatar a confiança das arquibancadas, um tanto abalada por causa das apresentações abaixo do esperado. Tite vai buscando alternativas e mais uma vez utilizou o meio-campista Gérson como falso ponta pela direita. Bruno Henrique está machucado e Luiz Araújo virou opção na reserva.

Com Gabigol em rota de colisão com a torcida, as atenções crescem para Pedro. E foi do camisa 9 o primeiro chute a gol na quente Arena Amazônia, em Manaus, com sensação térmica de 33 graus na hora da partida. Sem perigo, nem direção. Na segunda oportunidade, a cabeçada foi para o lado errado. Quem levou perigo foi Ayrton Lucas, também de cabeça, parando em milagre de Marcão.

Com vantagem de 1 a 0 do jogo de ida, o Flamengo optava pela cadencia na manutenção do favoritismo. Mas tinha toda a iniciativa. E sempre no campo ofensivo, reclamou de um pênalti em Pedro e ainda viu De la Cruz carimbar o travessão antes do intervalo. Em raro lance de perigo, o Amazonas marcou, mas houve falta antes no goleiro Matheus Cunha e o lance foi invalidado.

O Amazonas voltou do intervalo falando em fazer história e derrubar os cariocas. Mas foi Pedro quem quase anotou. A bicicleta não saiu precisa. Com 9 minutos, Gabigol deixou o banco de colete para aquecer com os companheiros. Surgiu um misto de comemoração e vaias.

O time da casa cresceu e, aos 15 minutos, o VAR avaliou um toque de mão que geraria pênalti. Nada. Mas não fosse Matheus Cunha com duas defesas seguidas, e o Amazonas abriria o placar. A torcida inflamou, enquanto o Flamengo sofria para marcar e ainda viu De La Cruz pedir substituição por dores musculares.

Enquanto os flamenguistas locais aguardavam pela entrada de Gabigol, o centroavante que saiu do banco foi o ex-corintiano Jô, para deixar o Amazonas ainda mais forte no ataque. O grandalhão era aposta no jogo aéreo. Tite escolheu Luiz Araújo e Igor Jesus e por duas vezes Marcão salvou. Logo depois entrou Viña.

Depois de desperdiçar boas chances, o gol flamenguista, enfim, saiu. Aos 34 minutos, Pedro desviou de joelho a batida de fora da área de Igor Jesus e subiu para 18 gols na temporada. O camisa 9 já havia decidido no Rio. Era o alívio que Tite precisava para não necessitar lançar Gabigol. Colocou Lorran e Victor Hugo já no fim e mostrou que o ex-camisa 10 ainda precisa resgatar o apoio da torcida e a confiança da comissão técnica para voltar a jogar.

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