Caso Daniel Alves: juíza afirma que 'há indícios muito mais que suficientes' de que houve estupro
Anna Marín, juíza responsável pelo caso Daniel Alves, fez afirmação em despacho no Tribunal de Barcelona. Advogado do jogador vê investigação 'tendenciosa' e 'descuidada'
Anna Marín, juíza responsável pelo caso Daniel Alves, afirma que as provas contra o jogador brasileiro, acusado de estupro e agressão sexual na Espanha, são contundentes. De acordo com matéria postada no jornal O Globo, a declaração consta em um despacho assinado por ela no Tribunal de Instrução nº 15, em Barcelona. "Há indícios muito mais do que suficientes [que houve estupro]", escreveu.
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O lateral-direito Daniel Alves está preso na Espanha desde o dia 20 de janeiro. Ele é acusado de ter agredido e estuprado uma mulher espanhola de 23 anos na madrugada do dia 31 de dezembro no banheiro da área VIP da boate Sutton, em Barcelona.
O documento despachado por Anna Marín detalha as razões pelo qual a magistrada pediu a prisão preventiva do jogador. E, apesar de alegar ter provas contundentes, o documento ressalta que a investigação ainda está em andamento e que novas informações podem surgir, cita o jornal espanhol "El Periódico".
Recurso pede relaxamento de prisão
Na última segunda-feira o atual advogado do brasileiro, Cristóbal Martell, entrou com um recurso solicitando o abrandamento da prisão preventiva de Daniel Alves. A defesa pede que o lateral-direito possa cumprir prisão domiciliar e, para isso, Alves está disposto a entregar o passaporte à Justiça da Espanha, usar pulseira eletrônica e se apresentar rotineiramente às autoridades para provar que não vai deixar o país. O Tribunal de Barcelona avalia o pedido.
Defesa critica investigação
O pedido de abrandamento da prisão preventiva feito por Martell também está recheado de críticas à investigação do caso. O advogado acusa a Unidade Central de Agressões Sexuais (UCAS) da polícia de Barcelona de apurar o caso de maneira "tendenciosa" e "descuidada", além de alegar que a juíza aceitou a denúncia "sem crítica".
Como argumentos para sustentar as críticas, a defesa de Daniel Alves afirma que há inconsistências no depoimento da mulher de 23 anos que acusa o lateral, 16 anos mais velho. Segundo o jornal espanhol "La Vanguardia", que teve acesso ao recurso de 24 páginas, a Martell alega que a vítima teria entrado no banheiro dois minutos depois de Alves, diferente do relato feito pela jovem.
O advogado sustenta que é possível provar com as imagens das câmeras da boate e insiste que o atleta entrou no banheiro dois minutos antes da mulher, que, neste meio tempo, teria conversado com duas amigas e um garçom.
Martell prossegue alegando que a moça então vai até a porta do toalete e entra sem que Daniel Alves abra a porta, afirma que "as imagens falam por si" e que demonstram "fraquezas nas provas da acusação".
Imagens reforçam acusação
Em contrapartida, fontes ligadas à investigação ouvidas pelo jornal "El Periódico" garantem que as gravações das câmeras da boate Sutton são compatíveis com o relato da vítima e, em determinado momento, mostram Daniel Alves parado ao lado da porta do banheiro fazendo gestos insistentes para que a jovem o siga até o local.
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