Saiba quando fazer curso técnico ou profissionalizante; especialista explica diferenças
Trabalhadores devem buscar capacitações específicas para se destacar no mercado, segundo profissional da área de Recursos Humanos (RH)
A capacitação constante é necessária para qualquer profissional que queira se manter atualizado, e existem várias modalidades disponíveis no mercado atualmente.
Os cursos profissionalizantes e os técnicos, por exemplo, são boas opções - ambos têm foco no complemento da profissionalização de um trabalhador, direcionados para uma área específica de atuação, mas sem ter o peso e as exigências de uma graduação ou pós-graduação.
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Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Pará (ABRH-PA), Junior Lopes, a capacitação, hoje, em um mercado tão competitivo, é fundamental.
“Com as transformações que acontecem no mercado, novas tecnologias, novos processos, novos produtos, os profissionais devem adquirir novas competências e novos conhecimentos. É necessário que eles estejam preparados, com habilidades e competências para desenvolver atividades na área em que trabalham”, explica.
A escolha pela modalidade de ensino depende de qual função a pessoa ocupa no mercado de trabalho e também do que pretende em seu plano de carreira e desenvolvimento individual, ou seja, o que quer alcançar profissionalmente, segundo Lopes. Enquanto algumas habilidades são “opcionais”, que dependem da carreira que o trabalhador segue, outras são exigências certas do mercado, como o conhecimento em tecnologias.
Características
Uma das opções do mercado são os cursos profissionalizantes, mais especializados, que enfatizam uma área específica e dão foco direto ao mercado de trabalho, formando o profissional para setores e atividades que estão em alta e que precisam de mais pessoas qualificadas.
O presidente da ABRH-PA afirma que a principal diferença entre essa modalidade e a de cursos técnicos é que a última tem uma estrutura exigida e reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), enquanto a primeira não tem uma carga horária específica ou ementa obrigatória.
“Existem cursos livres de atualização que as pessoas podem fazer, então um tem uma normatização específica, que são os técnicos, e o outro não, que são os profissionalizantes”.
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Dependendo da vaga pretendida e da atuação profissional, ambos podem ser um diferencial no momento do recrutamento e seleção de um candidato, na opinião de Junior Lopes.
Até porque, segundo o especialista, é sempre um diferencial ter qualificação, e conhecimento “nunca é demais”, principalmente se o trabalhador buscar fazer algum curso técnico ou profissionalizante em áreas em que pretende atuar, porque isso gera valor para o currículo.
No caso dos cursos técnicos, a principal vantagem, diz o presidente da ABRH, é que existem muitas vagas abertas para essa modalidade, como de técnicos de enfermagem, de mineração, em segurança e outras funções. Junior diz que os cursos atendem às demandas de várias áreas, mercados e regiões, e que existe uma “grande demanda” para o segmento, com abertura de portas para os profissionais mais qualificados.
Ainda de acordo com o profissional, não existe uma forma correta de dizer qual curso é mais vantajoso - tanto os profissionalizantes como os técnicos têm benefícios, mas têm particularidades. “Vai muito do intuito da pessoa, se quer atuar em alguma área que exige uma formação técnica. Não tem como dizer ‘esse caminho é melhor’, ‘esse tem mais vantagem’, depende”, comenta Junior.
Já a principal desvantagem para os profissionais técnicos é a remuneração, que acaba sendo um pouco menor do que as de vagas voltadas para cursos superiores, se o trabalhador tiver apenas ensino médio concluído.
Quanto às áreas que têm mais chances de crescimento dentro das referidas profissionalizações são de técnico de segurança do trabalho, técnico de mineração, técnico e auxiliar de enfermagem e até técnico de informática.
Experiência
O professor de educação física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) Adriano Costa, de 35 anos, teve a oportunidade de, durante o ensino médio, ingressar no Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará (Cefet-PA), no curso técnico de design industrial. Na época, em 2003, existia a modalidade concomitante: ensino médio em um turno e ensino técnico no outro.
“Eu vi muitas vantagens em ter feito um curso técnico, pois ele prepara para o mundo do trabalho, amplia sua perspectiva profissional e propicia experiências que apenas o ensino média não é capaz de apresentar ao aluno. Tive a oportunidade de estagiar na área por meses, após terminar o curso, assim como outras vivências com projetos de pesquisa e extensão que participava durante o ensino médio, e essa experiência já dá uma vantagem ao concorrer a vagas de estágio ou emprego”, afirma.
Apesar de hoje não atuar na área em que se formou, Adriano considera que a atualização profissional nunca é demais, pois o fluxo de informações e pesquisas é muito intenso e, os trabalhadores precisam estar sempre estudando, na opinião dele, que considera isso de “suma importância” para a carreira profissional de cada um.
“Hoje eu não estou trabalhando na área do curso técnico no qual me formei, mas tenho um sentimento de gratidão pela instituição e hoje estou lecionando no IFPA, campus Itaituba, como professor de educação física. Acredito que é uma forma de retribuir o que o instituto fez por mim, inspirando outros jovens que tenham essa mesma vontade de mudar sua realidade”, declarou o professor.
Confira a diferença entre as modalidades
Curso técnico:
- Necessita de aprovação do MEC
- Tem carga horária padrão
- Possui duração de 18 a 24 meses
- Requer estágio obrigatório
- Conta com apresentação de trabalho para a conclusão do curso (TCC)
Curso profissionalizante:
- Classificado como curso livre
- Não precisam ter aprovação do MEC
- Sem burocracias quanto ao tempo de duração, elaboração de trabalhos de conclusão do curso e estágio obrigatório
- Não emitie diplomas com o selo do MEC
- Pode ser concluído entre 6 e 24 meses
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