Resultado das eleições em Belém projeta força no Legislativo, avalia CEO da Quaest
Em entrevista ao Grupo Liberal, Felipe Nunes afirma que o resultado das eleições municipais é o fortalecimentos dos partidos políticos para o Legislativo
Com o resultado do segundo turno que garantiu a eleição de Igor Normando (MDB) para a Prefeitura de Belém, Felipe Nunes, CEO e fundador do Instituto Quaest – uma das principais instituições que desenvolvem pesquisas eleitorais no Brasil –, avalia que os números projetam a força nas Câmaras Municipais e dos Deputados na capital paraense.
“A conexão eleitoral entre deputados federais, são capazes de mandar recursos para suas bases, e prefeitos que usaram esses recursos em prol de suas administrações, produziu a maior taxa de reeleição de prefeitos da história recente e uma conexão eleitoral que, para mim, veio para ficar. Interessa tanto aos prefeitos quanto aos deputados a manutenção dessa conexão em que os recursos são direcionados para as prefeituras. Agora, os prefeitos vão ser os cabos eleitorais dos deputados na eleição de 2026.”
Por outro lado, apesar da expectativa após o primeiro turno para a manifestação de apoio dos candidatos que não seguiram na disputa pela prefeitura, Felipe Nunes considera que essas alianças não têm a força necessária para conquistar uma parcela expressiva de eleitores.
“No Brasil inteiro, o eleitor está mais interessado, e menos propenso, a apoiar um candidato A ou B só porque o candidato em quem ele votou no primeiro turno foi para um lado [...]. Acho que isso revela um amadurecimento do eleitorado brasileiro, do Norte ao Sul, que quer conhecer o candidato, que quer votar em lideranças que tenham capacidade de resolver problemas e que inspire confiança independentemente desses acordos políticos”, pondera.
Outro ponto observado nestas eleições por Nunes foi o número de abstenções. Em Belém, esse índice foi de 25,1%, no último domingo, ou seja, 5% maior que no primeiro turno, quando foi registrado 20,1% de abstenções na cidade.
“O segundo turno sempre tem, em média, 3,5 pontos percentuais a mais de abstenção do que no primeiro turno. No caso de Belém, esse crescimento foi maior do que a média histórica. Qual o grande fator que pode ajudar a explicar isso? É o fato de que a competitividade em Belém estava muito pequena. Já havia uma grande expectativa que o final da eleição fosse a vitória do Igor Normando, e isso acaba desestimulando eleitores a irem votar por acharem que ali não tem muita relevância o voto deles”, analisa Felipe Nunes.
Pesquisa Quaest se aproxima do resultado em quase todas as capitais no 2º turno
Além de acertar a vitória de Igor Normando em Belém, o Instituto Quaest acertou o resultado das eleições municipais em praticamente todas as capitais onde houve segundo turno. Na capital paraense, a última pesquisa divulgada pela instituição indicou a vitória de Normando com 59% dos votos válidos contra o delegado Éder Mauro (PL) que marcou 41% na pesquisa. A margem de erro foi de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Isso significa que o candidato emedebista tinha de 56% a 62% dos votos válidos.
Já Éder Mauro tinha de 38% a 44% dos votos, excluindo brancos e nulos, segundo o cálculo do TSE. Normando foi eleito prefeito de Belém com 56,4% dos votos válidos contra 44,6% do adversário Éder Mauro. A Quaest, contratada pela TV Liberal, realizou 1.002 entrevistas com eleitores de 16 anos ou mais em Belém entre os dias 25 e 26 de outubro e foi registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo PA-09517/2024. O nível de confiança foi de 95%.
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