Igor Normando (MDB) quer fiscalizar tração animal e expandir hospital veterinário em Belém
O candidato ainda defende ampliar o número de castrações na capital e disse que será criada uma plataforma de denúncias contra maus-tratos
A série de entrevistas do Grupo Liberal com os candidatos à Prefeitura de Belém chegou ao fim na última quinta-feira (12), com a participação de Igor Normando (MDB). Durante uma hora, ele foi sabatinado pelos apresentadores Abner Luiz e Elisa Vaz e respondeu a questionamentos dos adversários. Além de falar sobre sua trajetória política, o candidato apresentou as propostas que constam em seu plano de governo. A série entrevistou todos os nove candidatos à Prefeitura de Belém, às terças, quartas e quintas-feiras, de 12h30 às 13h30, no programa Liberal + Notícias.
Confira um trecho da conversa e o perfil do candidato:
Pergunta: Candidato, por que o senhor deseja ser prefeito de Belém? O que motiva a sua candidatura?
Igor: É um prazer enorme e uma satisfação inenarrável poder representar um campo político que defende, principalmente, o desenvolvimento da nossa cidade. Belém é uma cidade extraordinária, com potencialidades incríveis, mas que, infelizmente, cresceu para todos os lados e não cresceu para a população. Belém é uma cidade suja, que tem grande potencial, mas que, infelizmente, vem sendo negligenciada por sucessivas gestões que não fizeram com que a nossa cidade pudesse ser uma cidade melhor. Me motiva ser prefeito de Belém, principalmente, a vontade e a paixão que eu tenho pela cidade. Belém precisa e vai se levantar com uma gestão de pulso firme, com planejamento, com as parcerias certas e, principalmente, com muito trabalho.
A pesquisa Quaest de intenção de voto, encomendada pela TV Liberal e divulgada no dia 31 de agosto, mostrou o senhor em segundo lugar, empatado tecnicamente com Éder Mauro (PL). O senhor está confiante? Com quem gostaria de ir ao segundo turno?
Se eu estiver com 1% ou com 100%, a minha energia na rua é a mesma, porque eu não defendo um projeto de poder ou um projeto eleitoral, o que eu defendo é um projeto de cidade, e nós vamos trabalhar incansavelmente durante esse processo eleitoral para poder mostrar para a população o nosso projeto e mostrar que nós somos a melhor alternativa para a cidade. Em relação a quem eu prefiro para disputar um eventual segundo turno, eu não tenho adversário nessa eleição. Os concorrentes podem até me eleger como principal adversário, mas eu não escolho adversário porque o meu maior adversário são os problemas da nossa cidade.
Um tema que os seus concorrentes têm abordado muito é o ônibus com ar condicionado. Durante seu mandato como vereador de Belém, o senhor votou contra a implementação de ar-condicionado nos ônibus da capital. O argumento foi de que o custo do benefício seria repassado aos usuários, o que resultaria em um aumento significativo no preço da passagem. O que o senhor tem a dizer sobre isso?
Hoje, infelizmente, o que a gente vê, seja no horário eleitoral, seja nas redes sociais, são os candidatos que concorrem à Prefeitura fazendo uma fala inverídica. Até porque nós votamos, naquele momento, não só eu, mas toda a Câmara Municipal, exceto quatro ou cinco vereadores, a favor da população. Porque o projeto, embora muito bem intencionado, era um projeto que não tinha um escopo necessário, não tinha passado pela Comissão de Constituição e de Justiça, e ele previa colocar ar condicionado em ônibus velho e, naturalmente, não tendo no projeto a questão relativa a quem iria arcar com os custos, esse custo ia para a população. O estudo feito à época dizia que nós pagaríamos R$ 8, o equivalente hoje, na passagem de ônibus. Agora imagina um trabalhador que ganha um salário mínimo por mês pagar R$ 8 para ir ao trabalho e R$ 8 para voltar do trabalho. Seria cerca de 20% da sua renda familiar. Neste momento, entendemos, sim, que precisamos de ônibus com wi-fi, com ar condicionado, com acessibilidade, mas precisamos ter uma licitação no transporte público que seja transparente e que dê garantia para as empresas, que elas comprem os equipamentos e os ônibus novos, tenham tempo para pagar esses ônibus e que isso não incida na passagem para que a população não pague por isso. A população já paga os seus impostos. Hoje temos, infelizmente, mais de 50 mil pessoas em Belém vivendo abaixo da linha da pobreza e nós não podemos permitir que mais esse encargo chegue para a população. Ou seja, nós defendemos ônibus com wi-fi, com ar condicionado, com acessibilidade e com uma tarifa justa, e é isso que nós vamos fazer, em parceria com o governo do Estado, em parceria com o Ministério das Cidades, conversando, inclusive, com os bancos, para que eles possam oferecer linhas de crédito para o empresariado, para que eles possam comprar ônibus novos, como fez o governo do Estado, que adquiriu ônibus com ar condicionado e wi-fi e é dessa forma que nós vamos fazer, com transparência e, principalmente, fazendo a licitação do transporte público.
O senhor daria hoje, então, o mesmo voto que deu àquela época enquanto vereador?
Eu digo com toda a clareza. O nosso voto para resolver o transporte público, naquele momento, dependia da Comissão Municipal de Transporte e do prefeito, porque é uma concessão. Quando você faz uma licitação, aí sim é obrigação da Câmara cobrar, fiscalizar, mas da Prefeitura fazer. Ou seja, esse trabalho de colocar ar condicionado em ônibus, de trazer ônibus com ar condicionado, wi-fi e acessibilidade é um papel da Prefeitura de Belém. A Câmara Municipal tem o papel de fiscalizar, de propor, mas, nesse quesito, à época, a Câmara Municipal não tinha essa função.
Há uma bandeira que acompanhou o senhor em sua trajetória política: a causa animal. Em seu mandato como vereador, o senhor apresentou mais de 15 projetos em defesa dos animais, incluindo a criminalização de maus-tratos. Quais são suas propostas para garantir o cumprimento das leis contra abandono e maus-tratos? E como inibir a tração animal?
A causa animal é uma causa sensível para mim. Tive a oportunidade, como vereador de Belém, de aprovar várias leis importantes, uma delas com o fim da tração animal, que foi aprovada na Câmara Municipal enquanto eu era vereador, foi sancionada pelo prefeito à época, mas até hoje não se colocou em prática. Nós vamos colocar em prática e vamos fazer com que aquele carroceiro que hoje tem o seu ganha-pão desse trabalho possa ser realocado no mercado de trabalho através de qualificação profissional, microcrédito para abrir outro negócio ou até mesmo comprar outro meio de transporte que possa fazer o trabalho que hoje ele faz, infelizmente, explorando o animal. Nós vamos fazer com que o hospital veterinário possa dar não só condição para os animais e também para os protetores de animais, que, infelizmente, hoje, o hospital veterinário é apenas um engodo, está abandonado e largado à própria sorte. Nós vamos reorganizar o hospital veterinário, reformá-lo, equipá-lo, colocar mais profissionais e vamos continuar fazendo o programa de castração que já é um sucesso no Estado. Eu, quando estive secretário de Cidadania, trouxe a carreta pet, que fez mais de 30 mil castrações em todo o Estado. Nós vamos fazer uma parceria com o governo do Estado e a Prefeitura de Belém vai fazer de forma constante a castração desses animais e as feiras de adoção. Vamos criar o “Conecta Belém”, plataforma online com todos os serviços da Prefeitura e lá também vai ter um espaço reservado à proteção animal, seja para linkar à Delegacia de Meio Ambiente e Proteção Animal para fazer denúncias como também para adotar um animal de um abrigo.
Perfil do candidato
- Idade: 37 anos
- Gênero: Masculino
- Cor/raça: Branco
- Estado civil: Casado
- Formação: Ensino superior completo
- Ocupação: Deputado estadual
- Naturalidade: Belém (PA)
- Coligação: Levanta Belém
- Composição da Coligação: MDB / PSB / PRD / União / PDT / PP / PSD / Federação PSDB Cidadania (PSDB/Cidadania)
Fonte: TSE
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