Eleições 2024: entenda a diferença entre o pleito do Brasil e dos EUA

Nos EUA, o voto é indireto e não obrigatório, cada estado tem autonomia para definir regras

Iury Costa*
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O processo eleitoral no Brasil e nos Estados Unidos é frequentemente comparado pelo fato de haver algumas diferenças marcantes entre os processos.

No Brasil, por exemplo, o voto é obrigatório e o país faz uso da urna eletrônica para a computação dos resultados. Já nos Estados Unidos, onde o voto é indireto e não obrigatório, cada um dos 50 estados mais o distrito federal (Washington) têm autonomia para definir suas próprias regras. É como se houvesse 51 eleições diferentes no país.

Como funcionam as eleições nos EUA?

Nos Estados Unidos é utilizado o modelo de votação indireta. Ou seja, os eleitores não votam diretamente no candidato, mas sim em delegados que, posteriormente, votam no candidato que representará seu estado no Colégio Eleitoral.

Esse processo se inicia nas “primarias”, onde os eleitores escolhem os candidatos que irão representar cada partido na eleição presidencial. As etapas primárias determinam quais candidatos vão concorrer as eleições.

Colégio Eleitoral e delegados

O colégio eleitoral é composto por 538 delegados. Para ganhar a presidência, um candidato precisa obter a maioria dos votos do Colégio Eleitoral, ou seja, pelo menos 270 delegados. Cada estado tem um número de delegados proporcional à sua população, o que significa que estados mais populosos, como Califórnia e Texas, têm maior influência no resultado.

O Colégio Eleitoral dos Estados Unidos utiliza o sistema “winner takes all” em 48 dos 50 estados, onde o candidato que ganha a maioria dos votos em um estado recebe todos os votos dos delegados desse estado. Esse sistema pode levar a situações onde o candidato pode ser eleito sem vencer na votação popular, como ocorreu em 2016.

Hillary Clinton venceu Donald Trump no total de votos populares, recebendo cerca de 65,8 milhões de votos, cerca de 48,2% do total em comparação com os aproximadamente 62,9 milhões de Trump, cerca de 46,1%. No entanto, Trump ganhou em estados-chave como Pensilvânia, Michigan e Wisconsin, que lhe garantiram o número suficiente de votos (delegados) do Colégio Eleitoral.

Eleições no Brasil

Por aqui, a responsabilidade por organizar, regulamentar e fiscalizar o processo de escolha do presidente é do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Já nos Estados Unidos, não há uma Justiça Eleitoral.

Diferentemente do sistema norte-americano, o voto popular define o vencedor das eleições presidenciais no Brasil. Já a escolha de deputados e vereadores é feita por voto proporcional, usando o quociente eleitoral (o número de votos válidos é dividido pelo de cadeiras) e o quociente partidário (o número de votos válidos é dividido pelo quociente eleitoral).

Bipartidarismo x multipartidarismo

O sistema político dos Estados Unidos é predominantemente bipartidário, com os partidos Democrata e Republicano dominando as eleições, enquanto os partidos menores enfrentam dificuldades para obter representação significativa.

Em contraste, o Brasil apresenta um cenário de fragmentação partidária, com 29 partidos registrados, o que promove uma maior diversidade de representações. No entanto, essa pluralidade pode complicar a governabilidade, exigindo a formação de coalizões para estabelecer maiorias nas eleições.

Votação e cédula x urna eletrônica

Nos Estados Unidos, a forma de votação varia entre estados, com alguns utilizando urnas eletrônicas e outras cédulas de papel, o que pode resultar em apurações mais lentas e questionamentos sobre a integridade do processo, como nas eleições de 2000 e 2020. 

Já o Brasil é pioneiro no uso de urnas eletrônicas desde 2000, garantindo uma apuração rápida e segura, sendo considerado um modelo de eficiência eleitoral. Segundo o TSE, o Brasil tem a maior eleição informatizada do mundo.

 

*(Iury Costa, estagiário de jornalismo sob supervisão de Hamilton Braga, coordenador do Núcleo de Política e Economia)

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