Vacina é esperança de retomada do setor

Perspectiva é de crescimento econômico de um dos setores mais afetados no Pará

Debora Soares

A chegada da pandemia no Pará e a imposição cada vez mais severas das restrições de circulação para o combate da covid-19 fez com que o setor de bares e restaurantes fosse um dos mais afetados. E é através da vacinação de boa parte da população que os empresários e trabalhadores do ramo passaram a depositar as esperanças para uma retomada econômica mais acelerada. A propagação do vírus em locais fechados fez com que, em todo o mundo, esses empreendimentos fossem fechados ou funcionassem com muita limitação.

Isabela Lima, 36 anos, chefe de cozinha do próprio restaurante situado em Belém, conta que por meio das dificuldades impostas pelas inúmeras restrições necessárias ocasionadas pelo impacto da crise sanitária causado pelo novo coronavírus, precisou investir em mais nos cuidados dos seus colaboradores para que eles pudessem ir trabalhar com a maior segurança possível, sem colocar em risco a própria saúde, a dos colegas de trabalho e dos familiares. “No ano passado, era tudo muito novo para todo mundo, mas nós conseguimos seguir ao máximo as recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde), mantivemos ao máximo o distanciamento social, uso constante de álcool em gel, eu fiz uma garrafinhas de álcool em gel para os meus funcionários para que eles pudessem usar no transporte público, confeccionei máscaras tanto para nosso uso pessoal quanto para os clientes enviando em alguns deliverys, logo no início. E assim fomos trabalhando e nos cuidando, sempre orientando que não se aglomerassem e que não fossem para festas”, explica.

Desde a chegada do vírus no Pará até setembro de 2020, as vendas caíram e se mantiveram sem perspectivas de alta, segundo a empresária. O público só voltou a frequentar fisicamente e consumir nos próprios espaços a partir de janeiro deste ano, mas com a chegada da segunda onda do novo coronavírus no Pará e o decreto estadual proibindo esses estabelecimentos de abrirem os ambientes comuns, ela precisou fechar completamente por 15 dias, mesmo com a permissão para funcionar com o sistema de delivery. Cenário que já passa a figurar de outra forma com a vacinação de grande parte da população de risco e cada vez mais imunizando as pessoas adultas. “Com o término do segundo lockdown, em Belém, as pessoas passaram a sair mais. Eu tenho sentido sim que os mais jovens, com o avanço da vacinação, estão se sentindo mais seguros para sair. E eu acredito que a melhor forma da economia sofrer menos e das atividades voltarem logo é quanto mais pessoas vacinadas, menos perdas de vida e menos perdas econômicas", relata Isabela.

Houve uma mudança significativa no comportamento do público observado por Lima, principalmente entre os mais idosos. Antes da pandemia, as pessoas costumavam preferir o ambiente climatizado de seu restaurante, especialmente na hora do almoço, em que o sol na capital paraense provoca muito calor pela soma da umidade com a quentura, deixando as pessoas desconfortavelmente suadas. Desde a possibilidade de consumação em ambientes internos, concedida pelo decreto estadual, após o período de lockdown ocorrido em fevereiro de 2021, as pessoas começaram a preferir fazer as refeições na área descoberta, ao ar livre, com grande circulação de vento, do que no ambiente fechado e com ar-condicionado. “Ainda tem aqueles clientes mais antigos, já de uma certa idade, eu percebo que eles ainda não se sentem à vontade de frequentar os lugares e quando vão sempre pedem para ficar na área ao ar livre, mesmo que seja meio dia, fora do ar-condicionado. Eram coisas que a gente não via antes da pandemia", comenta a chefe de cozinha.

Gerente e coqueteleiro de um bar da capital paraense, Fernando Chagas, de 29 anos, pegou a covid-19 logo no início da propagação no Estado. Mesmo tomando todos os cuidados necessários, como era uma doença desconhecida para todos, inclusive para médicos, cientistas e especialistas, os riscos e as formas de prevenção ainda não eram disseminados. "Nós sempre mantivemos os cuidados aqui no bar, através do uso constante de máscaras, lavagem das mãos o tempo inteiro, na medida do possível, manter o distanciamento social. Inclusive para mim era mais fácil, porque como fico sempre atrás do balcão, as pessoas não se aproximavam tanto de mim quanto dos garçons, por exemplo”, afirma. 

Fernando também está otimista quanto ao avanço da imunização para a retomada da economia no Estado. Para ele, essa é a solução que todos aguardam para voltarem às suas vidas normais e poderem recuperar todo esse tempo de fracos faturamentos. “ A maioria do nosso público alvo lá foi vacinado, que são  as pessoas de mais idade. Nós temos um público mais jovem também, mas não é a grande maioria como são os mais velhos. Esses sim já começaram a frequentar mais. De dois meses para cá, cerca de 40% dessas pessoas que antes já se sentem mais seguras e voltaram a frequentar o bar. Eu espero que a vacina traga novas possibilidades, que todo mundo volte a se abraçar novamente, possam sair sem medo, que volte tudo ao normal como era antes”, projeta Fernando.

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