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US$ 20,9 bilhões: Pará tem maior superávit na balança comercial de 2024 da região Norte

Estado também teve maior número de exportações da região nortista; apesar disso, considerando a Amazônia Legal, Pará ficou atrás de Mato Grosso nas exportações, importações e no superávit de 2024.

Jéssica Nascimento
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O Pará teve um superávit de US$ 20,9 bilhões na balança comercial entre janeiro e dezembro de 2024, o maior entre os estados da região Norte. Esse número representa a diferença entre as exportações e importações do estado ao longo do último ano. O desempenho assegurou ao Pará o 6º lugar no ranking de exportações (US$ 22,9 bilhões) e o 16º no ranking de importações (US$ 2 bilhões) do Brasil. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), pasta comandada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. 

Apesar disso, o Amazonas ficou na frente do estado no ranking nacional de importações ao ocupar a 6ª posição. Considerando a região da Amazônia Legal, o Pará ficou atrás do Mato Grosso nas exportações (4º lugar), importações (15º colocado) e no superávit de 2024 (US$ 24.839,8 bilhões). Em ambos os casos, o estado nortista apresentou crescimento tímido em 2024 em relação a 2023. Isso porque as exportações aumentaram 3,1% e as importações tiveram uma variação positiva de 7,3%

Nas exportações, os produtos com destaque foram o minério de ferro (56% de participação), o minério de cobre (13% de participação), o óxido de alumínio (8,2% de participação) e a soja (6,5%). Os minérios representam a indústria extrativa; o óxido de alumínio, a indústria de transformação e a soja, a agropecuária. Em relação a 2023, o minério de ferro teve uma variação negativa de 1,5% nas exportações de 2024.

Os produtos com maior destaque nas importações do Pará ano passado foram os adubos/fertilizantes químicos sem contar com fertilizantes brutos. Eles tiveram 26% de participação na balança de importação do estado. Além deles, óleos combustíveis de petróleo ou de minerais, com exceção de óleos brutos, destacaram-se ao registrar 13% de participação. 

Elementos químicos, inorgânicos, óxidos e sais de halogênios tiveram 10% de participação nas importações paraenses. Em quarto lugar, ficaram instalações e equipamentos e engenharia civil e construtores com 5,7%. Em relação a 2023, as importações de adubos/fertilizantes químicos mantiveram o saldo em 2024, com US$ 540 milhões em valores importados.  

Para economista, resultados refletem força das commodities

O superávit de US$ 20,9 bilhões alcançado pelo Pará em 2024 evidencia a relevância estrutural na balança comercial brasileira, refletindo a consistência da base exportadora e do papel de liderança na economia da região Norte. Isso é o que analisa André Cutrim, economista e um dos conselheiros do Corecon-PA/AP (Conselho Regional de Economia dos estados do Pará e Amapá).

Segundo ele, esse desempenho reflete, em grande parte, a força das exportações de commodities, especialmente minérios e produtos do agronegócio. 

“Por outro lado, o crescimento de 3,1% nas exportações e de 7,3% nas importações, em comparação com o ano de 2023, é relativamente tímido, indicando uma possível desaceleração no ritmo de expansão das atividades econômicas voltadas ao mercado externo”, avalia Cutrim. 

Além disso, para o economista, a posição do Pará atrás de Mato Grosso, no contexto da Amazônia Legal, revela desafios importantes no âmbito da competitividade interestadual, especialmente  no fortalecimento e diversificação do agronegócio.

Perspectiva para 2025 é boa, mas resultado depende de fatores

De acordo com André Cutrim, para este ano, as perspectivas para o Pará são favoráveis, mas o desempenho dependerá de uma série de fatores econômicos e ambientais. 

“Primeiro, a manutenção de preços elevados das commodities no mercado internacional é essencial, mas deve vir acompanhada de uma estratégia de diversificação da pauta exportadora, priorizando produtos com maior valor agregado e menor impacto ambiental”, explica o economista.

Para Cutrim, nesse contexto, a busca por sustentabilidade será central, exigindo investimentos em cadeias produtivas verdes, que atendam às demandas de mercados internacionais cada vez mais voltados à responsabilidade socioambiental. 

“Além disso, o Estado do Pará deve priorizar políticas de conservação ambiental, aliando o crescimento econômico à preservação dos recursos naturais, essenciais para sua competitividade de longo prazo”, ressaltou.

O segundo fato ocorre no âmbito da infraestrutura. André Cutrim analisa que é necessário modernizar a logística com foco em soluções sustentáveis, como transporte ferroviário e hidroviário, que reduzam custos operacionais e emissões de carbono.

“O fomento a indústrias locais deve incluir incentivos para tecnologias limpas e iniciativas de economia circular, promovendo não apenas o equilíbrio entre exportações e importações, mas também a geração de empregos qualificados e a retenção de mão de obra na região”, destaca.

Segundo o economista, essas medidas vão poder posicionar o Pará como um modelo de desenvolvimento sustentável, integrando crescimento e preservação na Amazônia brasileira.

Pará: exportações, importações e balança comercial (Janeiro-Dezembro 2024)

  1. Exportações: US$ 22.967,4 bilhões

  2. Importações: US$ 2.051,4 bilhões

  3. Saldo (superávit): US$ 20.916 bilhões

  • 6º lugar no ranking de exportações 

  • 16º lugar no ranking de importações 

Fonte: Comex/Mdic 

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