Telemedicina avança, mas ainda enfrenta desafios em Belém; saiba mais
Profissionais de saúde abordam telessaúde no dia a dia da cidade
De consultas simples à telecirurgia – técnica médica que permite a realização de cirurgias à distância – há um aumento da telemedicina no país. Em Belém, o nutricionista, Leandro Leal, afirma que desde a pandemia da covid-19, a telemedicina deu um salto na demanda. O mesmo é observado pelo clínico William Rodrigues, com 5 anos de atuação profissional na capital paraense.
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde) informa que, em 2023, foram 30 milhões de consultas remotas no Brasil. Um crescimento de 172% no comparativo com entre 2020 até o final de 2022 (11 milhões de consultas realizadas). Esses números foram divulgados em agosto deste ano.
Os números mostram que a telemedicina avança, mas o serviço tem desafios a serem vencidos: a falta da conexão firme e a segurança dos dados, são exemplos.
‘Segurança dos dados é um ponto crucial’, diz médico
O clínico William Rodrigues destaca que o Conselho Federal de Medicina frisa bastante, em resoluções, a obrigatoriedade do cuidado com os dados e o armazenamento deles. O CFM estabelece, por exemplo, que as informações sobre o paciente identificado só podem ser transmitidas a outro profissional com prévia permissão do paciente.
Rodrigues enfatiza que deve-se utilizar “por exemplo somente as iniciais do nome do paciente, um código para cada paciente e utilizar programas codificados e certificados para armazenagem dos dados. "O cuidado deve ser extremo com as informações para evitar divulgação inadivertida”, diz o doutor.
Sobre a avaliação médica remota conseguir manter o padrão da presencial, a reportagem procurou ouvir pacientes, e o retorno, em geral, foi positivo sobre a qualidade das consultas remotas, no entanto, houve unanimidade na preferência pelo atendimento presencial.
Consulta presencial e consulta online
Morador do bairro de São Brás, em Belém, Antônio Breno Maia é enfermeiro e procurou a consulta virtual para fugir do trânsito. "Eu procurei serviços de telemedicina por uma questão de tempo”, disse Breno Maia. Para ele, é ótimo ter a facilidade do telesserviço de saúde, mas ele não descarta a assistência presencial.
“Não, necessariamente, eu prefiro o atendimento de telemedicina, opto, quando possível. Claro que eu não deixo de ter atendimento presencial quando há uma necessidade física, né, alguma observação que é necessária”, diz ele, que tem a experiência de atuar na área de saúde, como enfermeiro.
Os dois médicos concordam com a percepção de Breno, enquanto paciente, sobre a precisão maior da consulta presencial. William Rodrigues afirma que “existem quadros clínicos em que não se deve somente ouvir o paciente, mas examinar o corpo, observar alterações não percebidas pelo paciente e, principalmente, fazer testes diretamente na pessoa e, sobretudo fortalecer a relação médico-paciente”, detalha o doutor.
Por sua vez, o nutricionista Leandro Leal, com formação em nutrição clínica e nutrição oncológica, pondera que há uma série de ferramentas que contribuem para qualificar a consulta remota. Ele cita, no caso da especialidade de nutrição, questionários para o paciente responder antes mesmo da consulta, o envio de fotos para a análise corporal, a orientação para que o próprio paciente possa fazer a mensuração de peso e altura, por exemplo.
"Então, existem algumas ferramentas que a gente pode utilizar, durante a consulta online, fazer a anamnese do paciente, entender as necessidades dele. (...), lembrando que a consulta online nunca será melhor do que a presencial porque sempre a gente precisa priorizar o contato físico com o paciente, estar mais próximo, então, o contato direto com o paciente sempre vai ser a primeira opção”, afirma Leal.
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