Passagem aérea para o Pará está mais barata; preço médio caiu 22% nos últimos meses
Tarifas menores podem ser reflexo de ações governamentais de incentivo, aponta Ministério do Turismo
Viajar para o Pará de avião está ficando mais barato, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No ano de 2022, a tarifa média estimada era de R$ 809,58, em comparação aos R$ 631,94 registrados até outubro deste ano, quando os valores foram atualizados pela última vez. O custo para visitar os destinos mais procurados no estado também apresentou uma redução nos últimos anos. Quem visitou Belém este ano, por exemplo, pagou cerca de 21% a menos que nos dois últimos anos.
O município de Santarém, na região do baixo amazonas, também fica mais atrativo para os turistas, com uma tarifa média de R$ 630,30 neste ano, uma redução de 22,8% na comparação com os dois últimos anos, quando o valor era de R$ 817,23. Diferente dos demais, em Salinas, município localizado no nordeste paraense, houve um crescimento de 5% na tarifa para o mesmo período analisado, com passagens em torno de R$ 455,96 em 2022, contra R$ 480,06 deste ano.
Em 2024, o mês de setembro lidera com os maiores números, registrando uma tarifa de R$ 702,48, valor ainda menor que o do ano anterior de R$ 869,62. Quando comparadas às tarifas de cada uma das companhias aéreas que operam voos com destino ao estado, a Azul Linhas Aéreas Brasileiras apresenta o maior preço, com R$ 752. Seguida pela LATAM Airlines e Gol, com R$ 668 e R$ 621 respectivamente.
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Na análise do número de assentos comercializados por mês este ano, foi registrado um total de 854.475 lugares, contra 875.498 em 2023. Apenas em outubro deste ano, são quase 53 mil assentos vendidos, acompanhado pelo mês de maio com 52 mil. O mês com o menor índice foi janeiro, com apenas 38,7 mil assentos. Os dados ainda serão atualizados com a movimentação dos próximos meses.
Efeito positivo de programas de incentivo
A redução registrada pela Anac pode ser reflexo de ações e investimentos no setor do turismo, em especial, no estado do Pará. Segundo a secretária executiva do ministério do turismo, Ana Carla Lopes, que também é paraense, a democratização da conexão aérea no estado é incentivada por diferentes ações.
“Podemos citar, por exemplo, a redução do preço médio do QAV, com influência direta das ações implantadas pela Petrobrás; os incentivos do PAC para a melhoria da infraestrutura dos aeroportos brasileiros; mais especificamente do turismo, temos o Programa de Aceleração do Turismo Internacional (PATI), que já impacta a oferta de mais de 70 mil assentos em companhias aéreas estrangeiras e o Conheça o Brasil Voando, que foi renovado nesta semana como a oferta de 184 mil voos para o verão, 10% a mais do que no ano passado”, afirma
A expectativa da secretária com o futuro do segmento também é positiva. Ela enfatiza a nova lei geral do turismo, que permite, por exemplo, a utilização de recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) para a concessão de financiamentos a empresas aéreas. Essa medida permite a renovação de frotas e alcançar novos destinos. Ainda sobre o futuro, Ana destaca os eventos sediados no nosso estado, em especial, na capital paraense.
“O ano de 2025 traz oportunidade de avançarmos ainda mais no estímulo ao turismo, que impacta diretamente no setor aéreo, com a presidência do BRICS, a COP 30 e a Feira Internacional de Turismo (FIT), na Espanha, onde seremos o país homenageado. Estamos levando o turismo ao lugar de destaque que ele merece estar e pode gerar ainda mais desenvolvimento, empregos e inclusão”, reforça.
Percepção do comércio
Apesar dos números positivos, a percepção de vendedores em agências de viagens aéreas na capital paraense é oposta ao cenário que está colocado. É o caso da vendedora Maricélia Leite, que não enxerga grandes reduções no preço das passagens nos últimos anos. Em alguns casos, ela destaca até mesmo um aumento. “Um trajeto de São Paulo a Belém que antes a gente fazia por mil ou mil e pouco, agora sai por 2 mil e alguma coisa”, afirma.
O vendedor Alexandre Lameira, também de Belém, reforça essa percepção e não observa qualquer mudança nos três últimos anos sobre a tarifação das passagens. Ele enfatiza que a precificação das passagens é muito sazonal, variando de acordo com a demanda por períodos. “Nos últimos tempos está até mais caro, também por causa do fim de ano. Os preços sobem nessas épocas normalmente, mas no geral não percebi grande diferença desse ano para os outros”, conclui.
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