Mais de 2,6 milhões de paraenses têm dívidas em atraso; Inadimplência subiu 4% em 10 meses no Pará
Número de pessoas inadimplentes no estado também aumentou 3,5% em relação a outubro de 2023, quando havia 2,55 milhões de paraenses com atraso no pagamento de dívidas.
Em janeiro de 2024, 2,54 milhões de paraenses deixaram de pagar dívidas. Em outubro deste ano, esse número saltou para 2,64 milhões de pessoas inadimplentes, um aumento de quase 4% em 10 meses. É o que revelou Fernando Gambaro, gerente de comunicação da Serasa. No primeiro mês do ano passado, havia 2,46 milhões de pessoas no Pará que deixaram de pagar dívidas dentro do prazo estipulado. Em outubro de 2023, já eram 2,55 milhões de paraenses inadimplentes. No intervalo de um ano, entre outubro do ano passado e outubro deste ano, houve leve aumento de 3,52% de paraenses com atraso no pagamento de dívidas.
Fernando Gambaro, gerente de comunicação da Serasa, reforça que a inadimplência é resultado de diversos fatores econômicos. A taxa de desemprego, a inflação e a taxa de juros são alguns deles. Além de tudo, para ele, fatores comportamentais, como a educação financeira, também ocasionam o atraso no pagamento de dívidas.
Economista analisa crescimento da inadimplência
Segundo Eduardo Costa, economista e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), o aumento da inadimplência está diretamente relacionado a alguns aspectos. O primeiro deles é a ausência da cultura do planejamento financeiro. “Apesar de muito se falar sobre a sua importância, poucos ainda realmente organizam as suas finanças pessoais ou familiares e tem real controle sobre a relação entre receitas e despesas”, analisa.
O segundo aspecto, conforme o economista, está relacionado à inflação e à perda do poder aquisitivo. “Gastos crescentes com educação, transporte, alimentação e saúde estão comprimindo o orçamento das famílias e, em muitos casos, levando ao aumento do endividamento”, explica Costa.
Como terceiro aspecto para o aumento da inadimplência no Pará, o economista destaca um fenômeno recente que tem impactado, em especial, as classes sociais de menor poder aquisitivo, inclusive muitos beneficiários de programas sociais - os jogos de apostas.
“Esses jogos estão provocando problemas sérios no tocante a vícios e descontrole financeiro, levando muitos ao um problema crônico que dentre as consequências está o endividamento crescente e o não pagamento das contas que deveriam ser prioridades”, avaliou Eduardo Costa.
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