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Soja já injetou R$ 8,5 bi no Pará e corresponde por quase 70% das exportações agropecuárias locais

Produção de soja no Pará é feita por pelo menos 350 produtores

Emilly Melo

A balança comercial do Pará registrou uma receita de U$ 1,5 bilhão, equivalente a R$ 8,5 bilhões, entre janeiro e outubro deste ano, somente com a exportação de soja. O grão corresponde por 68% da produção agropecuária paraense exportada durante o período. A soja é usada como base para a ração de animais, além do aproveitamento na indústria. Com a plantação da soja, também é possível realizar a correção de algumas terras degradadas pela pecuária.

Conforme destacou Guilherme Minssen, diretor e zootecnista da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), a expectativa de produção de soja no Estado é positiva e de crescimento do segmento. “Nós temos três principais polos que produzem o grão no Pará: no sul do Pará; na região do baixo amazonas e Santarém; e no polo de Paragominas, que abrange Dom Eliseu, Ulianópolis e Rondon [do Pará]. Esses polos, hoje, são destaques para a gente ter um agronegócio mais efetivo. Essa produção deve aumentar no próximo ano, mesmo nós tendo um 2024 que não foi dos melhores”, sinaliza o especialista.

No acumulado deste ano, a produção apresentou uma redução de 6,62% em comparação com o mesmo período do ano passado. Atualmente, a atividade econômica tem uma participação de 8% do total exportado no Pará. Os dados são do relatório do Ministério de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Segundo Minssen, a produção no Pará é realizada por 350 produtores cadastrados.

“A queda desse ano de 2024 foi devido a vários fatores dentro da agricultura e pecuária paraense. Nós tivemos preços baixos, produtos negociados a preços inferiores, isso deu uma amarrada no setor, mas isso não vai deixar de aumentar a área e, principalmente, de produzir mais e com mais qualidade, especialmente com mais tecnologia, nos próximos anos”, ressaltou Minssen.

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Na avaliação do diretor da Faepa, a produção paraense ainda está longe de suprir a demanda do mercado interno, sobretudo da pecuária. Além da questão de mercado, a produção paraense também poderia ser uma solução para as áreas que foram degradadas.

“Nós temos que produzir bem mais grãos, muito mais, principalmente para consolidarmos uma área que antigamente era da pecuária e que agora está degradada, ou seja, ela foi sendo usada durante esse tempo e a pecuária não consegue voltar a utilizar essa área, que pode ser reutilizada através de grãos. Então, nós temos certeza que ainda vamos produzir mais e vamos consumir muito mais ainda do que nós estamos produzindo agora”, declarou.

O clima é um dos principais fatores para a plantação e pode determinar a escala de produção de um alimento, de acordo com Guilherme Minssen. “Estamos tendo um ano que não é dos piores. Já estamos começando com chuvas regulares agora e estamos começando a ter uma boa resposta, principalmente, da área do sul do Pará. Mas o clima sempre influencia. A produtividade precisa sempre de ter luz, que é a parte do sol, precisa ter água, precisa ter umidade e a gente precisa ter uma temperatura o mais constante possível. O clima sempre influencia na maior ou menor produtividade.”

Um dos gargalos hoje da soja, principalmente no estado do Pará, é a logística para chegar até os portos, afirma o diretor da Faepa. “Nós ainda temos uma dificuldade desses mais de 300 produtores para chegar com os produtos até o navio. Isso tem que mudar o mais rápido possível, nós estamos com a estrada de Miritituba e a chegada em Itaituba bastante prejudicadas também. Os caminhões de lá estão indo para Santarém, desviando por causa de 30 km que são fatais para a chegada da soja naquela região”, concluiu Minssen.

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