Restaurantes no Pará tiveram 40% de queda no movimento e no faturamento com chegada da ômicron

Presidente da Abrasel no Pará relata que o momento vivido pelos colaboradores é de dificuldade

Natália Mello
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O movimento e o faturamento de restaurantes no Pará caíram, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), cerca de 40% depois da circulação da nova variante da Covid-19, a Ômicron. De acordo com a presidente da entidade no Estado, Rosane Oliveira, para os empresários associados, o momento vivido é de dificuldade.

“Durante essa semana, tivemos uma longa conversa com associados e os estabelecimentos relataram queda de 40% de frequência e consequentemente faturamento. Graças a Deus o momento não é igual ao início da pandemia, mas a incerteza e a volta da contaminação fizeram as pessoas começarem a recuar. Onde conversamos tem alguém da família contaminado, ou no trabalho, as pessoas acabam não saindo e deixando de frequentar bares e restaurantes”, relata Rosane.

O setor se mostra preocupado porque, mesmo para um mês como janeiro, em que a circulação diminui naturalmente devido às contas de início de ano, como escola e impostos, os estabelecimentos vem percebendo uma redução ainda maior no número de clientes, ao ponto de precisar reduzir as equipes trabalhando.

“Estabelecimentos tiveram que cancelar alguns serviços, como delivery, tiveram que fechar ambiente por falta de material, por falta de pessoas para compor a equipe, tem falta de colaborador. E nossos colaboradores pegam ônibus, vão à feira, e acaba que isso influencia dentro do espaço do trabalho. Está sendo bem difícil esse momento”, concluiu a presidente da Abrasel no Pará.

No segmento de hotéis, bares, restaurantes e similares, o cenário não é diferente. Depois do réveillon, o carnaval em muitas cidades paraenses foi cancelado, o que vem impactando a economia destes locais no primeiro trimestre e colocará em xeque a recuperação do segmento. O assessor jurídico do Sindicato que representa os empresários do setor, SHBRS, Fernando Soares, confirma uma queda ainda maior na movimentação nesses estabelecimentos desde dezembro.

“Isso significa uma perda de receita monstruosa para o setor, principalmente porque a gente vem de dois anos de muitas dificuldades pelas restrições de confinamento, de lockdown, e isso tem tido um reflexo muito grande no caixa das empresas. Você nota que as empresas de alimentação fora do lar tem público menor, a parte de hospedagem há muito tempo vem sendo afetada diretamente, porque o turismo, de modo geral, parou, e quando passou a ter uma pequena reação, temos nova variante extremamente contagiosa. Isso faz com que as pessoas tenham receio”, declarou Fernando.

O advogado afirma que por mais que a vacinação tenha avançado e que a letalidade das cepas novas de Covid-19 seja menor, o medo e a insegurança fazem com que as pessoas evitem sair de casa. “E as empresas são afetadas, temos colaboradores infectados pelas cepas, e mesmo com o passaporte sanitário e a vacinação, o trabalhador sai e pega um meio de transporte público, então essa contaminação se dá em outros pontos da cidade que trazem para dentro desses locais de trabalho. Em um ônibus coletivo, você vê 50, 60 pessoas aglomeradas, umas em cima das outras. Enquanto isso, muitos hotéis vêm fechando, os que estão funcionando, alguns tem contratos com empresas, aí a média de ocupação fica acima da média global, que está em 25 a 30%”, finaliza.

O empresário de turismo Fernando Tabosa também revela que, desde que iniciou a pandemia, a empresa fatura 40% do total que faturava antes. “Estou há 32 anos no turismo e nunca foi tão difícil. Estamos vivendo a maior crise da história do turismo. E nós trabalhamos com pessoas de mais idade, que estão evitando viajar, então é uma fatia muito grande do turismo perdida por conta da insegurança da pandemia, porque a reinfecção está trazendo muita insegurança”, declarou.

Fernando ressalta que o número de cancelamentos aumentou desde o aumento de casos tanto de Covid quanto de H3N2, e que isso tem provocado muita oscilação de movimento. “Varia bastante, conforme vai acontecendo a pandemia. Quando está mais branda, conseguimos vender um pouco mais, quando está mais forte, despenca. E a hotelaria seguindo o mesmo padrão. E além disso, ainda tivemos os maiores reajustes de prestação dos ônibus de turismo por conta do aumento do IPCA. Precisamos que a pandemia acabe, ou o turismo vai acabar”, finalizou.

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