Projeto capacita mulheres de Santarém na produção de biojoias com sementes da floresta
Projeto EmpoderArte Biojoias busca promover autonomia financeira e fortalece identidade cultural amazônica
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Noventa mulheres de seis comunidades do Eixo Forte, em Santarém (PA), participaram do projeto EmpoderArte Biojoias, realizado pelo Coletivo Nunghara. A iniciativa ofereceu capacitação gratuita para produção de biojoias com sementes e insumos naturais da floresta, unindo valorização de saberes tradicionais, geração de renda e sustentabilidade.
As oficinas ensinaram técnicas de criação de colares, pulseiras e brincos, além de noções de vendas e estratégias digitais para ampliar a visibilidade dos produtos. O material para o aprendizado foi disponibilizado gratuitamente pelo projeto.
A coordenadora do projeto, Natashia Santana, destaca que a biojoia é mais do que um acessório, carregando a identidade da Amazônia e resgatando saberes ancestrais. “Queremos que essas mulheres vejam o potencial que têm em mãos e se sintam confiantes para desenvolver seus próprios negócios ou atuar no mercado criativo”, destacou.
O EmpoderArte Biojoias também reforça o conceito de sustentabilidade e conservação ambiental, ensinando sobre extração responsável de matéria-prima e reaproveitamento de insumos naturais. A instrutora do projeto, Angelsea, ressalta que trabalhar com biojoias é uma forma de preservar a floresta e os conhecimentos tradicionais.
“Quando uma peça é vendida, não é só o produto que chega ao cliente, mas toda uma história de cultura e respeito à natureza”, ressaltou.
Para Francimara Dias, moradora da comunidade São Francisco do Carapanari, a experiência foi transformadora, mostrando ser possível buscar sementes no quintal de casa e viver financeiramente do artesanato. “ Amo fazer artesanato e quero viver financeiramente dessa atividade. Fiquei feliz com todo o aprendizado que o projeto me ofereceu, eu não teria condições de pagar um curso assim”, afirmou.
O projeto foi contemplado no Edital Pontos e Pontões de Cultura II, financiado pela Lei Paulo Gustavo do Pará, e a próxima edição está prevista para acontecer no município de Belterra, atendendo mulheres das comunidades da Floresta Nacional do Tapajós (Flona).
A expectativa é que as sementes plantadas durante as oficinas continuem germinando, impulsionando o protagonismo feminino e o empreendedorismo sustentável na região.
*(Iury Costa, estagiário de jornalismo sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política e Economia)
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