Programa Carro Popular aquece mercado do Pará com descontos em automóveis

Algumas concessionárias estão com descontos acima do incentivo do governo federal, inclusive, beneficiando outros modelos além dos populares previstos pelo programa.

Enize Vidigal
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O programa de incentivo à compra do carro popular zero quilômetro, do governo federal, tem promovido uma corrida às lojas concessionárias. A realidade não é diferente no Pará. O programa estimulou o desconto maior do que o garantido pelo governo, que foi de R$ 2 mil a R$ 8 mil, pois algumas lojas estão aplicando margens maiores por conta própria, segundo confirma a presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos e Máquinas dos Estados do Pará e Amapá (Sincovid PA/AP), Karina Denardin.

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Os empresários do setor comemoram as boas vendas e estimam que os R$ 500 milhões de incentivo para a aquisição de veículos leves com valor de até R$ 120 mil deverão se exaurir em muito pouco tempo.

A aposentada Heliana de Souza, de 73 anos, comprou o carro novo em Belém nesta sexta-feira, 23. “Aproveitei a oportunidade que o governo federal está nos dando. Fiz pesquisa em várias concessionárias e estou concluindo a compra. Os preços de carro no mercado estão muito altos. O programa veio facilitar muito e dar a oportunidade de pôr um preço compatível com a renda da classe média, atualmente”, declarou.

O gerente-geral de vendas da concessionária Vega Volkswagen, em Belém, Marcelo Moraes, contou que a meta de vendas da loja para o período, de 70 carros, já foi atingida em 75%. “Aqui na Vega estamos com desconto adicional ao do governo, chegando a mais de R$ 20 mil, contemplando inclusive carros que não estão contemplados no programa, acima de R$ 120 mil. Por exemplo, estamos com o Amarok com preço de nota fiscal de fábrica”, conta.

image Gerente de Vendas Marcelo Moraes, da Vegas Volkswagen, comemora a alta das vendas. (Carmem Helena/ O Liberal)

Desde que o programa foi lançado, no último dia 5 de junho, a estimativa da empresa é ampliar o volume de vendas entre 30 e 40%. “Existe o receio que acabe (o incentivo) de uma hora para a outra, visto que 2/3 do valor previsto no programa já foi utilizado. Está tendo uma corrida enorme às lojas justamente pela iminência do fim do programa”, conta. Segundo ele, o fluxo de clientes aumentou a partir do dia 15 de junho e a loja está vendendo de seis a oito carros por dia.

Avaliação do mercado

A presidente Sincovid PA/ AP avalia que o programa federal conseguiu atingir estimular as vendas de carros populares no Pará. “Há a satisfação do cliente, o aumento da comercialização, o fomento no mercado e o aumento na liberação do crédito por parte das instituições bancárias”, afirma. O crescimento no estado será mensurado ao final do mês, pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

“Em determinados modelos de veículos, o consumidor atingiu uma redução de até 11% do valor do carro. É uma redução considerável”, apontou. “O governo disponibilizou uma verba de R$ 500 milhões nesse programa categoria de veículos. A expectativa de duração seria de quatro meses, porém, quando anunciado o benefício, gerou uma demanda elevada nas concessionárias. Quando esgotar o valor da verba pré-estabelecida, o incentivo deixará de existir. Nesse período, contamos com uma demanda acima da expectativa. O benefício vai durar mais 15 dias”, acredita.

Outros R$ 700 milhões de incentivo foram garantidos para a comercialização de caminhões e R$ 300 milhões para a comercialização de ônibus.

O programa acabou estimulando a queda de preço do carro usado. “O programa do governo reduziu diretamente no preço do veículo novo e, em um efeito dominó, baixou também o preço do seminovo, pois o preço do usado é balizado pelo do veículo novo. O consumidor que estava à procura de um usado, com essa redução, viu a possibilidade de adquirir o zero quilômetro com um preço vantajoso”.

Não há notícias de que o programa será renovado. Mas o Sincovid PA/ AP não teme uma possível retração do mercado após o ‘boom’ de vendas. “A taxa Selic está se mantendo nesse último mês e há perspectiva de baixa (da Selic) para o segundo semestre, o que facilita a geração de crédito para financiamento dos veículos. A liberação de crédito tem sido o nosso desafio”.

Karina Denardin reivindica mais políticas de liberação de crédito com taxas menores. Atualmente, além de muitos consumidores endividados e, portanto, negativados, as taxas de juros estão elevadas. “A sustentabilidade do setor é estabelecida através das montadoras, concessionárias, governo e instituições bancárias. Nesse momento, um dos fatores cruciais é a alta dos juros, que dificulta o acesso ao crédito e, por conseguinte, a comercialização de veículos. Facilitar crédito, seria uma medida que traria equilíbrio para o setor e o consumidor”.

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